Wednesday, July 15, 2009

Será Portugal, um país de doidos?

Acreditamos que não. No entanto, as crises por que vão passando os portugueses, vão dando em depressões, quer económicas, quer emocionais.

Vejamos, este relato da Senhora Alta-Comissária da Saúde:
  • Os números já eram maus, mas em 2008 o consumo de calmantes e antidepressivos voltou a subir, afastando-se mais da meta definida no Plano Nacional de Saúde. Em vez das 92 doses diárias por mil habitantes, Portugal já regista 151, quatro vezes mais que a média na Europa.
  • "Estamos a falar de medicamentos vendidos nas farmácias. Ou os farmacêuticos os dispensam ou os médicos os receitam. O facto é que estão a subir. E é preciso saber porquê. Acho que esta questão merecia um estudo", refere, acrescentando também "que as pessoas pressionam cada vez mais" os profissionais de saúde para os obter.
  • Os números de 2008, a que o i teve acesso, mostram que nos últimos seis anos o recurso a ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos aumentou 32%. Quando o Plano Nacional de Saúde foi criado, em 2004, o objectivo era reduzir 20% até 2010. Muito longe dos números actuais. A crise económica e o desemprego não ajudam.
  • O problema é admitido pelos médicos. "O abuso está generalizado: das pessoas que pressionam os médicos e os farmacêuticos para obter estes medicamentos, aos médicos que também têm uma cultura de prescrição excessiva", admite o psiquiatra Pedro Varandas. Ao contrário do resto da Europa, onde "há regras apertadas e um culto anticalmantes", Portugal "exagera".

Pois é, Senhora Alta-Comissária da Saúde, aqui nos deixa um grande desafio para si! Não é só os custos relacionados com os fármacos que nos preocupam, são também os efeitos de habituação que aqueles medicamentos criam, e sobretudo as eventuais ligações perigosas entre Laboratórios farmaceuticos e prescritores.