Thursday, May 31, 2007

Gestão global dos recursos

Portugal faz parte da OCDE e da UE, logo faz parte dos países mais desenvolvidos do mundo. Contudo, o país não tem tido um desenvolvimento adequado, desde pelo menos, o ano de 2000. O país dá mesmo indícios de estar a assistir a algum tipo de definhamento!

Por tudo isso, seria importante, que Portugal soubesse gerir melhor todos os seus recursos, e não existir por excesso uma "gestão compartimentada".

Tudo isto, a propósito desta oferta ao Ministério da Saúde: As Misericórdias portuguesas poderiam ajudar o Estado a baixar as listas de espera para cirurgia em cerca de 80% das situações – é o que diz o presidente da União das Misericórdias.

Contudo o Responsável da União das Misericórdias faz esta afirmação, que para nós é dúbia: O Estado muitas vezes tem uma capacidade instalada, mas não a aproveita porque se a aproveitasse não havia listas de espera. Por exemplo, aqui no norte, isso é muito evidente. Podíamos resolvê-la em 80 a 90% das listas de espera. Não é legitimo que nenhum cidadão português esteja à espera mais do que é razoável. Na Misericórdia pode fazê-lo na semana seguinte ou na quinzena seguinte”, disse.

Não percebemos se o Estado tem uma capacidade instalada própria, que não utiliza, ou se o Estado não utiliza a capacidade instalada das Misericórdias.

Para o caso tanto faz, há excesso de capacidade instalada, que não é utilizada a bem dos consumidores da saúde, que continuam meses ou anos à espera de uma cirurgia!

Tuesday, May 29, 2007

Monday, May 28, 2007

O planeamento familiar estará fora do SNS?

Perante esta notícia, ficamos aterrados: "Mais de metade dos centros de saúde, hospitais e delegações do Instituto Português da Juventude fecharam as portas aos jovens que procuraram planeamento familiar a pedido da associação de defesa do consumidor DECO".

Ainda recentemente, os portugueses referendaram a "interrupção voluntária da gravidez", e o Ministro da Saúde mostrou o máximo voluntarismo, para que o SNS ajudasse ao cumprimento da Lei.

Independentemente, de se ser favorável ou contrário à "interrupção voluntária da gravidez" (que na nossa opinião, ficará ao critério de cada um(a)), importa apostar num planeamento familiar eficiente e funcional, para que se evitem situações como a "interrupção voluntária da gravidez", ou a gravidez indesejada.

Mas, afinal o SNS, não existe para efeitos de planeamento familiar:
  • O estudo da DECO sobre este serviço, cujas conclusões são publicadas na edição de Junho da revista Teste Saúde, baseou-se em 85 visitas anónimas àqueles estabelecimentos feitas por jovens entre os 15 e os 20 anos que procuraram uma consulta de planeamento familiar.
  • «Em 49 estabelecimentos os utentes não passaram da recepção», afirma a DECO naquela publicação, lembrando que a lei determina que os centros de saúde e hospitais com serviços de gonecologia devem ter consultas de planeamento familiar e facilitar o acesso aos jovens, seja qual for a sua área de residência.
  • Segundo a Teste Saúde há um «abismo» entre a prática e o que diz a lei, uma vez que «a maioria dos centros de saúde impediu» a entrada das jovens por não estarem aí inscritas.

Afinal, para que serve a Lei? E para que servem os impostos? E ainda há quem ponha a hipótese de se aumentarem os impostos para suportar o SNS.....

Friday, May 25, 2007

Descontrolo nos pagamentos da saúde

O Prof. Correia de Campos exultou com os resultados relativos à execução orçamental de 2006. Nós, que até percebemos alguma coisa sobre gestão financeira e contabilidade, desconfiámos!

Agora, vem esta notícia mostrar que talvez aquele sucesso, relativo à execução do orçamento de 2006, não seja muito claro:
  • As dívidas do Ministério da Saúde à indústria farmacêutica voltaram a disparar e há hospitais com facturas por pagar com quase três anos de atraso.
  • Os dados mais recentes da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), a que o 'Diário de Notícias Bolsa' teve acesso, revelam que no final de Abril a dívida total dos hospitais totalizava 719,2 milhões de euros, dos quais 456,3 milhões de euros, a mais de 90 dias - três meses é o limite de pagamento normal das transacções comerciais.
  • O prazo médio de pagamento disparou, no período em análise, de 329 dias para os 364 dias, mas há hospitais, como o Centro Hospitalar de Setúbal, EPE, com facturas por pagar com 1041 dias de atraso. Neste ranking aparecem ainda mais sete hospitais com dívidas por pagar com mais de 500 dias em atraso. O hospital com o maior volume de dívida é o Centro Hospitalar Lisboa Central, com 61,5 milhões de euros, dos quais 44,1 milhões de euros há mais de 90 dias. O Hospital de Santa Maria, com 55,5 milhões de euros (32,5 milhões há mais de três meses), surge em segundo lugar do ranking das dívidas dos EPE. O Centro Hospitalar de Setúbal aparece em terceiro, com 48 milhões de euros, sendo que 41 milhões são a mais de três meses.
  • O Instituto Português do Sangue é a unidade com facturas por pagar há mais tempo: 549 dias. Neste ranking aparecem ainda mais cinco hospitais com dívidas por pagar com mais de 300 dias.

Terá a execução orçamental de 2006 sido, efectivamente, a que foi comunicada ao público?

Os disfuncionamentos na ADSE


Parece que a Justiça ainda funciona! Mas, nós por cá, preocupamo-nos mais com a saúde, seus sistemas e sub-sistemas. E claro, defendemos, com unhas e dentes, os consumidores da saúde, que somos todos nós.

Repare-se nesta achega da Senhora Juíza, em relação à ADSE:
  • «A ADSE funciona muito mal, muitas vezes andam atrás de bagatelas e deixam ficar as grandes dívidas», disse, sublinhando que o arguido se aproveitou das fragilidades do sistema de comparticipações para enriquecer, numa «desmedida ambição», como admitiu em tribunal.
  • «A ADSE não exerce qualquer controlo sobre os documentos que lhe são apresentados. Limita-se a verificar a validade formal dos documentos e não a sua veracidade. Naquela altura quem se quisesse aproveitar tinha terreno fértil para o fazer», considerou.

São as palavras da Senhora Juíza. Valerão alguma coisa? Isto é, quem está na função do Estado, com a responsabilidade da ADSE tirará alguma conclusão? Pensamos que não.

Relembramos apenas que a ADSE se auto-define assim: A ADSE (Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública) é um Serviço Integrado do Ministério das Finanças e da Administração Pública, dotado de autonomia administrativa que tem a responsabilidade de gerir o sistema de protecção social dos funcionários e agentes do sector público administrativo.

Wednesday, May 23, 2007

A (in)sustentabilidade do SNS: outra vez!

Por aqui, vamos insistindo na temática da "quadratura do círculo" do SNS. Ou seja, da maneira que o SNS é gerido, não há dinheiro que chegue para o aguentar!

O Prof. Correia de Campos, com todas as virtudes e defeitos, percebe o problema, mas "empurra com a barriga": encerra SAP's (onde nem quer entrar), encerra maternidades, encerra urgências, aumenta taxas moderadoras, e, entre outros, desinveste nas infraestruturas dos hospitais.

Não chega, Senhor Ministro.

Os políticos, antes de tomarem decisões, vão mandando "recados" através dos media:
  • Correia de Campos admite a hipótese de serem solicitadas contribuições aos utentes para poder garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
  • Entre as medidas equacionadas pelo ministro da Saúde, conta-se nomeadamente a possibilidade de acabar a isenção de taxas moderadoras para todas as crianças até aos 12 anos.

Não vai chegar, Senhor Ministro.

Enquanto a hiper-concentração hospitalar em Lisboa, Porto e Coimbra, persistir; enquanto a prescrição medicamentosa não tiver controlo; enquanto a prescrição de meios complementares de diagnóstico for descontrolada; enquanto não existir real responsabilidade de gestão, nos principais sectores do SNS; Senhor Ministro, não há possibilidade de melhorar a sustentabilidade do SNS.

O tempo, o confirmará! Mais impostos, NÃO.

Tuesday, May 22, 2007

Novos desafios para o ser humano

Os custos com a saúde aumentam desmesuradamente, em todo o mundo. São os Estados e os indivíduos que se queixam.

Surgem-nos, diáriamente, situações novas, que nos deixam preocupados e surpreendidos. Vejamos, esta situação inesperada, que nos é trazida da Grã-Bretanha:

People who have been treated for cancer are being overcharged for travel insurance, a charity claims.

Lynn Abel, from Creigiau in Cardiff, received breast cancer treatment in 2001. She has been free of cancer since, but says she still faces paying inflated insurance premiums every time she and her husband go on holiday. "One company insured me one year then refused the next, although there was no change in my health. "I have been quoted ridiculous amounts of money because I used to have cancer or refused cover for cancer." Mrs. Abel added "I really do feel as though insurance companies do not want our business."

E, o que fazer perante uma situação, que só tem tendência para se agravar?

As entidades privadas têm o direito de recusar "negócio" que não lhes é potencialmente rentável.

E o Estado (que somos nós todos) deve substituir as pessoas, em casos como este? E os custos globais com a saúde, serão suportáveis?

A ética, a humanidade e a economia, em completa ebulição! A reflectir.

Monday, May 21, 2007

Cidadãos e profissionais de primeira e de segunda

Vai-se dizendo que as Unidades de Saúde Familiar (USF) são um sucesso. Nós não sabemos se são ou não!

Vejamos o que aqui nos dizem:
  • Segundo Manuel Oliveira (do Observatório da Ordem dos Enfermeiros para os Cuidados de Saúde Primários), os dados provisórios indicam ganhos nas USF, ao nível dos sistemas de informação, estruturas físicas e satisfação dos profissionais graças à contratação colectiva e à sua autonomia funcional, organizativa e técnica.
  • «Há uma forte coesão nestas equipas e os elementos sentem que todos têm de trabalhar para o mesmo fim e estão envolvidos no mesmo projecto», referiu (Manuel Oliveira).
  • Apesar de ainda estar aquém do rácio defendido pela OE de cerca de 1.200 utentes por enfermeiro, o Observatório contabilizou um rácio de 1.661 nas USF.
  • Na parte não reconfigurada do centro de saúde, o valor ascende a 2.047 utentes por enfermeiro.
  • No capítulo da substituição de recursos humanos, ao abrigo da mobilização de profissionais do centro de saúde para as USF, o coordenador sublinhou que «não se podem esquecer as competências».
  • «Há substituições que não são efectivas. Não basta substituir um número por um número, porque é diferente mobilizar um enfermeiro especialista para uma USF e substitui-lo por um não especialista», afirmou.

Ao ler mais esta postura "corporativa", teremos que responder de imediato: então e o consumidor da saúde? Fala-se nos Médicos, nos Técnicos, nos Enfermeiros, nos Administradores, nos......e os Doentes?

Infelizmente, sabemos que com esta ladaínha das "corporações", acabaremos num serviço de saúde de primeira para os "profissionais", e de segunda para os doentes!

Friday, May 18, 2007

Conferencia da European Health Management Association

A aprendizagem processa-se hoje, de modo global, quer através da maior possibilidade de mobilidade das pessoas, quer através do carácter virtual do conhecimento.

Entre 27 e 29 de Junho de 2007, decorrerá em Lyon (França), a Conferência Anual da European Health Management Association, que é provavelmente um dos melhores fóruns científicos mundiais na área da gestão da saúde.

Em Portugal, as deficiências a nível de gestão estratégica e operacional, são muitas. Temos, aqui, levantado diversas. Precisamos que a hierarquia e os operacionais das organizações de saúde portugueses, possam beneficiar da aprendizagem de outros países e mercados.

Deixamos aqui, a temática da Conferência deste ano, que só por si, nos dá pistas sobre o que se irá passar no mundo da saúde, nos próximos anos:
  • New values have been introduced in health care in the last two decades. The introduction of regulated competition in a number of countries has been accompanied by greater discretionary power for health care delivery organisations and a more dominant role for patients. These have led to greater freedom of choice for patients and freedom of strategy for delivery organisations.
  • Making profit in health care has become increasingly acceptable (at least in some countries) as has the use of market-driven incentives such as claiming a larger market share. Money has become a value in itself. Sometimes it seems as if we are dealing with a money-driven system with efficiency as the principal performance indicator for success.
  • There is a serious risk that values will disappear in face of market forces that can undermine the solidarity of the system, introducing inequality in access and quality. The currently popular performance indicators primarily measure quantifiable outputs and unfortunately we do not have efficiency parameters which can measure caring, compassion and empathy. It therefore becomes difficult to convince managers and policymakers that these are values which deserve serious attention.
  • Health care delivery needs to be based on trust - trust between doctor and patient but also trust between policy makers and health care managers. This trust relation is at risk when control mechanisms, accounting procedures and measurable indicators and benchmarks are used as the basis to judge performance. There is a need to reconcile both elements – values and measurable performance. High trust needs high transparancy.

Wednesday, May 16, 2007

HIV/ SIDA: evolução em Portugal

Em tempos, a SIDA era encarada com excessivo mediatismo. Aliás, os vários tipos de doenças, que são objecto momentâneo dos media, vão-se sucedendo ao longo do tempo.


Mas, a realidade traz ainda algumas novidades: Uma em cada oito pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em Portugal tem mais de 50 anos de idade, uma percentagem que tende a aumentar, revela um estudo coordenado pelos Hospitais da Universidade de Coimbra.

E ainda: O aparecimento de novos fármacos que promovem uma vida sexual activa contribui largamente para este facto, além de que os idosos pertencem a uma faixa etária muito pouco informada acerca dos perigos de contágio devido à ausência de campanhas de sensibilização que visem uma atitude defensiva, como o uso do preservativo.

É preciso mais investigação nesta área, mesmo que o tema não seja hoje, capa de primeira página de jornal diário!

Finalmente, e com grande tristeza lemos isto: Portugal é o país que apresenta a maior taxa de incidência de ambos os vírus (HIV1 e HIV2) na Europa Ocidental.

Tuesday, May 15, 2007

«Politicas de Saúde: Ensaio para um Debate Nacional»

A gestão das organizações de saúde não é objecto habitual da edição de novos livros. Infelizmente.

O Prof. Paulo Kuteev Moreira decidiu publicar um livro sob o título: «Politicas de Saúde: Ensaio para um Debate Nacional».

Alguns destaques:

Avanços e recuos na Saúde? Incoerências nas políticas de sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde? Ministros que enfrentam os mesmos desafios vezes sem conta? Que Futuro para as profissões da Saúde? Uma relação entre pintura abstracta e políticas de Saúde? Ética dos profissionais de Saúde em risco?

Um primeiro tema junta artigos de discussão dos grandes desafios organizacionais enfrentados pelos actuais sistemas de Saúde e respectivas políticas em geral e pelo nosso SNS em particular. Na sua diversidade e complexidade incluem-se, de forma sucinta, questões para o debate nacional relacionadas com a qualidade, a produtividade, a eficiência, os desperdícios e o financiamento dos serviços e produtos da Saúde.

O segundo tema agrupa textos que procuram promover o debate relacionado com os desafios inerentes ao desenvolvimento de políticas de Saúde que incluam os outros sectores das sociedades contemporâneas conforme, aliás, recomendado pela Organização Mundial da Saúde através dos seus documentos subjacentes à filosofia do ‘Health For All XXI’.

O terceiro tema agrupa textos que procuram enquadrar desafios ideológicos que afligem as consciências dos decisores políticos actuais e dos líderes dos grupos e interesses organizados. Este é o tema de debate mais complexo dos três. Por isso, é tratado, por vezes, de forma menos convencional recorrendo à imaginação e a terrenos pouco habituais no debate sobre políticas de Saúde.

Finalmente:

Desta forma, um Estado membro da União Europeia (U.E.) que defina ‘Uma Política de Saúde’ deverá assumir que já não está a definir uma série de princípios ideológicos subjacentes à força política que no momento constituiu governo e adquiriu legitimidade para o fazer. Se for essa a perspectiva, o Estado corre o risco de ser apanhado de surpresa com políticas e/ou directivas europeias que chocam com os princípios enunciados no nível nacional. Nós, portugueses, temos que passar a ter constantemente presente o facto de que vivemos na União Europeia e não apenas no ‘cantinho semi-pacato’ a que chamamos Portugal.

Monday, May 14, 2007

A (in)sustentabilidade da saúde

O Presidente da Comissão de Avaliação da Sustentabilidade da Saúde, Prof. Jorge Simões, não parece ter ideias muito claras. Pior. Parece só ver como forma de viabilizar o SNS, o aumento do pagamento, de quem paga pouco.




Nós, humildemente, e sempre na pele do contribuinte e do consumidor da saúde, perguntamos, para que é que se criam Comissões, para tirar conclusões destas?

É que em Gestão, há sempre duas soluções: 1) aumentar receita; 2) reduzir custos.

Nós, achamos que a actual carga fiscal directa e indirecta, já não tem uma contrapartida adequada em termos de serviços públicos. O Prof. Jorge Simões ainda quer aumentar a comparticição dos portugueses.......é que há tanto sítio onde se podem racionalizar as despesas. É só entrar num qualquer Hospital ou Centro de Saúde.

Thursday, May 10, 2007

Australia: Bioinformatics Radiotherapy, Dr Jesus Lopez

Os SAP's e as urgências hospitalares

Foi famosa a frase do Prof. Correia de Campos, de que "nunca haveria de entrar num SAP (serviço de atendimento permanente)".

Não temos dados para avaliar da razoabilidade do encerramento ou não dos ditos SAP's. Não temos fundamentação para concordar ou não, com a sua falta de qualidade (induzida pela expressão do actual Ministro da Saúde).

Mas, o SNS tem algumas virtudes e alguns defeitos. Os SAP's poderiam potencialmente servir para aquela consulta nocturna, para aliviar uma gripe! Será que tendo apenas essa utilidade, deveriam continuar a existir?


Serão resultados pontuais? Parece que não:
  • no hospital de Aveiro, que recebe doentes dos SAP encerrados em Aveiro, Albergaria-a-Velha, Anadia e Vagos, registou-se um aumento de 20% no número de utentes atendidos no mês de Janeiro, em comparação com o mesmo período de 2006. Este valor representou o atendimento, em média, de mais 70 doentes por dia.
  • No Centro Hospitalar de Coimbra, em Novembro e Dezembro de 2006, houve uma média de mais 1500 doentes, comparando com o mesmo período de 2005, o que corresponde a um aumento de 15% de doentes que recorreram ao serviço de urgência.
  • o Hospital da Feira teve um aumento mais ligeiro em Novembro e Dezembro, 3 e 1% respectivamente, mas subiu para 13% em Janeiro.
  • Nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), o número de utentes subiu entre 7 e 10%.

Finalmente, até Abril de 2007, fecharam 24 Serviços de Atendimento Permanente em todo o País, a maior parte na zona Centro.

Talvez estejam aqui, algumas oportunidades para o sector privado da saúde.

Wednesday, May 09, 2007

O poder acrescido dos Clientes

Fazemos aqui, a apologia do poder dos consumidores. Não porque seja politicamente correcto, mas porque cada um de nós tem o direito de exigir um nível de serviço, efectivamente idêntico ao nível de pagamento do mesmo.

Vem isto a propósito desta notícia: A Administração Pública recebeu o ano passado 29.505 queixas, uma média de 80 por dia, a maioria das quais, 70 por cento, relacionadas com hospitais e centros de saúde, segundo dados oficiais obtidos pela agência Lusa.

Não estamos perante nenhuma surpresa. Já aqui temos alertado, diversas vezes, para as dificuldades que vão enfrentar, os Médicos, os Enfermeiros, os Administradores e em geral, todos os que trabalham no sector da saúde, pela insatisfação que os Clientes da saúde vão demonstrar de forma acrescida.

É fácil perceber porquê que isto acontece:
  1. Seguimos, em Portugal, a tendência dos países mais desenvolvidos.
  2. Os Clientes da saúde, e não os utentes (passivamente a paternalisticamente tratados), exigirão cada vez mais contrapartidas, pelo que pagam pela saúde, directamente ou indirectamente (via impostos).

Clinton

Há cidadãos que demonstrarão sempre que vale a pena fazer sempre algo pelos outros, sobretudo se são mais pobres, mais fracos ou pura e simplesmente, abandonados.

Bill Clinton foi Presidente dos EUA, durante oito anos. Marcou um tempo de uma América poderosa, inteligente e distinta. Saiu com uma mácula, lamentável. Continuará como um Grande Presidente.


Apesar de não ser já "político profissional", Bill Clinton é um cidadão do mundo.

Tuesday, May 08, 2007

Saúde 24

A generalidade das Seguradoras têm linhas telefónicas de apoio aos seus Segurados, desde há longos anos. Uma das vantagens destes serviços, é a potencial despistagem de situações, que podem ou não ser graves. Essa despistagem é feita, normalmente, por Enfermeiros e por vezes, por Médicos.


O número do serviço Saúde 24, é: 808 24 24 24.

Já agora, registe-se esta atitude, na nossa opinião, despropositada: Perante as dúvidas manifestadas pela Ordem do Médicos, que receia que um telefonema seja substituído pela ida a um médico.

Monday, May 07, 2007

A saúde em Portugal, vista da Galiza

Discutimos muito se temos um bom serviço de saúde, sobretudo público, já que pagamos impostos, e queremos ver o retorno.

Diga-se o que se disser, o SNS é segundo a OMS, o 12º melhor do mundo. É um ranking, de certa maneira, imparcial. Contudo, a gestão do SNS, conjugada com a estagnação económica, pode fazer desmoronar o actual sistema, até porque os portugueses já pagam cerca de 35% dos custos totais da saúde do seu bolso, sem contar com o que pagam de impostos.

Vejamos, qual a imagem que têm os Espanhóis, em particular os Galegos, sobre o que se passa por cá:
  • Cualquiera que acuda a un centro de salud en Portugal en un día normal no hallará muchas diferencias con un ambulatorio gallego. A media mañana, el edificio está lleno de pacientes, mayoritariamente jubilados, que esperan ser consultados, que entran y salen con sus cartillas y sus recetas.
  • Ahora bien, si el observador se detiene un momento notará la presencia de un elemento insólito en los centros de salud de Galicia: el dinero. Ir al médico en Portugal no es gratis. Casi nada lo es en la sanidad pública excepto para algunos grupos que quedan exentos de las tasas que regulan la atención médica.
  • Las tasas abarcan prácticamente todos los aspectos de la sanidad. Las pruebas encargadas por el médico también suponen un coste para el usuario. Análisis de sangre, ecografías, radiografías..., hasta la aplicación de una inyección subcutánea tiene un precio y el número de puntos que se aplican en una sutura marca también la diferencia en la factura. Es el sistema que Portugal utiliza para racionalizar su sanidad pública. Ahora, las autoridades del país están a punto de poner en marcha una nueva reforma: la centralización de las urgencias, algo parecido a la concentración de servicios que Galicia realizó a finales de los noventa y que supuso el cierre de numerosos puntos de atención en lugares pequeños para concentrarlos en localidades de referencia.
  • La no gratuidad absoluta afecta también a las recetas. Los medicamentos tienen varios precios en función del régimen del paciente. Una caja de Zarator 10, un fármaco muy popular para reducir el colesterol, cuesta 29,68 euros. Un paciente normal pagará por el fármaco 18,70 y un jubilado, 14,25. De ahí el interés por entrar en el grupo de los exentos.El sistema, sin embargo, no ha conseguido evitar las listas de espera aunque, según los médicos españoles, sí favorece una mejor atención al paciente. La ley obliga a conceder 15 minutos a cada uno, aunque, en la práctica, rara vez se emplea tanto tiempo. En una jornada normal, un médico atiende a una media de entre 15 y 22 pacientes.

Seria importante, que os responsáveis portugueses de saúde, fizessem um benchmarking, para analisarem sobretudo onde se está a cometer erros em Portugal!

Wednesday, May 02, 2007

A revolução genética



A genética está ainda na fase de nascimento, segundo vários cientistas. Poderá trazer muitos efeitos positivos, e alguns negativos. Olhemos para um potencial sinal positivo.

Assim, Investigadores da University College London iniciaram os primeiros testes clínicos sobre uma terapia genética que tem como objectivo tratar a cegueira desde a fase da infância.

Os detalhes podem ler-se aqui: Researchers will be conducting the trial among children as well as adults suffering from a condition known as Leber's congenital amaurosis (LCA), in which retina has problems in correctly detecting light, leading to a progressive deterioration of eyesight. This condition is caused by defect in a gene called RPE65.

A fase de teste clínico acontece 15 anos após estudo em laboratório: Says Robin Ali, professor of human molecular genetics at UCL, "We have been developing gene therapy for eye disease for almost 15 years but until now we have been evaluating the technology only in the laboratory. Testing it for the first time in patients is very important and exciting, and represents a huge step towards establishing gene therapy for the treatment of many different eye conditions".

Somos dos que acreditamos que a tecnologia é amiga do Homem.