O Prof. Correia de Campos exultou com os resultados relativos à execução orçamental de 2006. Nós, que até percebemos alguma coisa sobre gestão financeira e contabilidade, desconfiámos!
Agora, vem esta notícia mostrar que talvez aquele sucesso, relativo à execução do orçamento de 2006, não seja muito claro:
- As dívidas do Ministério da Saúde à indústria farmacêutica voltaram a disparar e há hospitais com facturas por pagar com quase três anos de atraso.
- Os dados mais recentes da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), a que o 'Diário de Notícias Bolsa' teve acesso, revelam que no final de Abril a dívida total dos hospitais totalizava 719,2 milhões de euros, dos quais 456,3 milhões de euros, a mais de 90 dias - três meses é o limite de pagamento normal das transacções comerciais.
- O prazo médio de pagamento disparou, no período em análise, de 329 dias para os 364 dias, mas há hospitais, como o Centro Hospitalar de Setúbal, EPE, com facturas por pagar com 1041 dias de atraso. Neste ranking aparecem ainda mais sete hospitais com dívidas por pagar com mais de 500 dias em atraso. O hospital com o maior volume de dívida é o Centro Hospitalar Lisboa Central, com 61,5 milhões de euros, dos quais 44,1 milhões de euros há mais de 90 dias. O Hospital de Santa Maria, com 55,5 milhões de euros (32,5 milhões há mais de três meses), surge em segundo lugar do ranking das dívidas dos EPE. O Centro Hospitalar de Setúbal aparece em terceiro, com 48 milhões de euros, sendo que 41 milhões são a mais de três meses.
- O Instituto Português do Sangue é a unidade com facturas por pagar há mais tempo: 549 dias. Neste ranking aparecem ainda mais cinco hospitais com dívidas por pagar com mais de 300 dias.
Terá a execução orçamental de 2006 sido, efectivamente, a que foi comunicada ao público?