A (in)sustentabilidade da saúde

O Presidente da Comissão de Avaliação da Sustentabilidade da Saúde, Prof. Jorge Simões, não parece ter ideias muito claras. Pior. Parece só ver como forma de viabilizar o SNS, o aumento do pagamento, de quem paga pouco.

Se não, vejamos: Ouvido pela Renascença, Jorge Simões lembra que metade da população portuguesa está isenta de pagar taxas moderadoras o que, em seu entender, não se justifica em todos os casos.

E ainda: Na sua opinião, um dos caminhos apontados pelo relatório é manter o financiamento do SNS como está, aumentando a contribuição de alguns utentes. Jorge Simões defende também que se debata o fim dos sub-sistemas públicos de saúde, como a ADSE, e se faça uma revisão do universo de portugueses isentos de taxas moderadoras na Saúde, que actualmente corresponde a quase metade da população.

Para o presidente da comissão que estudou a viabilidade financeira do SNS, é preciso rever o regime de deduções fiscais em despesas de saúde. Com a subida de impostos fora de questão e o aumento substancial das taxas moderadoras travado pela Constituição, a sustentabilidade financeira do SNS pode passar, pelo menos a curto prazo, por aumentar a factura a alguns dos que podem contribuir mais.

Nós, humildemente, e sempre na pele do contribuinte e do consumidor da saúde, perguntamos, para que é que se criam Comissões, para tirar conclusões destas?

É que em Gestão, há sempre duas soluções: 1) aumentar receita; 2) reduzir custos.

Nós, achamos que a actual carga fiscal directa e indirecta, já não tem uma contrapartida adequada em termos de serviços públicos. O Prof. Jorge Simões ainda quer aumentar a comparticição dos portugueses.......é que há tanto sítio onde se podem racionalizar as despesas. É só entrar num qualquer Hospital ou Centro de Saúde.