Wednesday, October 31, 2007

O cancro da mama

O cancro é talvez uma das maiores causas de morte em Portugal, assim como no mundo. Já foi mais difícil de reverter, mas ainda hoje é um monstro que não agrada a ninguém, apesar das ajudas de várias tecnologias e dos vários conhecimentos que vão existindo na saúde.

Repare-se que o cancro da mama, não se restringe às mulheres, conforme se pode ler aqui: Although rare, breast cancer can also occur in men — in the United States, more than 200,000 women and around 1,500 men will develop the disease in 2005.

Nunca é de mais, contudo, alertar para a prevenção, mesmo antes de aparecerem os primeiros sintomas:
  • A spontaneous clear or bloody discharge from your nipple
  • Retraction or indentation of your nipple
  • A change in the size or contours of your breast
  • Any flattening or indentation of the skin over your breast
  • Redness or pitting of the skin over your breast, like the skin of an orange

Há também alguns factores, que ajudam a uma maior predisposição para a doença:

  • Age. Your chances of developing breast cancer increase as you get older. The disease rarely affects women younger than 25 years of age, whereas close to 80 percent of breast cancers occur in women older than age 50. At age 40, you have a one in 252 chance of developing breast cancer. By age 85, your chance is one in eight.
  • A personal history of breast cancer. If you've had breast cancer in one breast, you have an increased risk of developing cancer in the other breast.
  • Family history. If you have a mother, sister or daughter with breast or ovarian cancer or both, or even a male relative with breast cancer, you have a greater chance of also developing breast cancer. In general, the more relatives you have with breast cancer who were premenopausal at the time of diagnosis, the higher your own risk. If you have one close relative with the disease, your risk is doubled. If you have two or more relatives, your risk increases even more. Just because you have a family history of breast cancer doesn't mean it's hereditary, though.
  • Genetic predisposition. Between 5 percent and 10 percent of breast cancers are inherited.
  • Radiation exposure. If you received radiation treatments to your chest as a child or young adult, you're more likely to develop breast cancer later in life. The younger you were when you received the treatments, the greater your risk.
  • Excess weight. The relationship between excess weight and breast cancer is complex. In general, weighing more than is healthy for your age and height increases your risk if you've gained the weight as an adult and especially after menopause. The risk is even greater if you have more body fat in the upper part of your body. Although women usually have more fat in their thighs and buttocks, they tend to gain weight in their abdomens starting in their 30s, which can increase their risks.

Finalmente, é preciso combater o cancro, antes de ele aparecer, ou sequer dar sinais disso.

Tuesday, October 30, 2007

As reformas fingidas

Afastamo-nos da política, desde que ela não interfira na nossa vida. Mas, a política anda a prejudicar-nos de mais, se não vejamos esta notícia: Os resultados das reformas que o Governo tem encetado em diversas áreas, tais como a administração pública, educação, saúde, justiça, etc., são considerados, pela maioria dos inquiridos no Barómetro da Marktest para o DN e TSF deste mês, "maus". Assim se pronunciam 42% dos sondados, contra 33% dos que os consideram "bons".

Já se vê há bastante tempo que estamos perante uma grande mistificação e na saúde, nosso tema favorito, claramente que a mistificação é a política oficial, juntamente com uma satisfatória "campanha de relações públicas".

Vejamos mais esta mistificação: As primeiras farmácias criadas à luz da nova lei que liberaliza a propriedade só surgirão em 2009.

Então, não foi o Senhor Primeiro Ministro que na sua tomada de posse, que anunciou uma autêntica revolução no sector farmacêutico, e nomeadamente quanto ao "ultrapassado" diploma da propriedade farmacêutica? E agora, só vem concretizar a tal "reforma" para quando forem as eleições?

Que raio! A China discute hoje o 3º lugar na economia mundial, com a Alemanha. Há 20 anos, a China nem fazia parte das 15 maiores economias do mundo. O Brasil e a Rússia são hoje potências económicas. A Espanha tem várias empresas globais. Portugal demora 4 anos a mudar uma Lei do Dr. Oliveira Salazar!

E depois, ainda há a desfaçatez de dizer isto: Um dos objectivos do Ministério da Saúde é tornar este processo mais rápido. Há uma semana, no Parlamento, o ministro Correia de Campos afirmou que o anterior método «protelava por vários anos a conclusão dos concursos» e deu como exemplo a abertura, em 2001, de 204 novas farmácias, que só ficou concluída em Outubro de 2006.

Monday, October 29, 2007

Uma revolução para os diabéticos

Fonte: Omnipod.


Todos nós conhecemos pessoas que sofrem as agruras da diabetes, que vão desde alterações comportamentais inesperadas, até a dificuldades da visão. Mas, o que é mais doloroso, na perspectiva de um não - diabético, é a necessidade que um diabético tem de se picar diáriamente.

Parece que as agruras, pelo menos quanto à picada, estão a chegar ao fim, se não vejamos esta notícia revolucionária: o recente surgimento no mercado farmacêutico nacional de um inovador dispositivo de administração de insulina que apresenta como vantagem primacial a possibilidade de acabar com as muitas e incómodas injecções diárias a que aqueles pacientes, no caso de serem insulino-dependentes (os chamados diabéticos de tipo 1).

E que dispositivo é esse: O novo aparelho têm o tamanho de um “pager” e apenas 100 gramas de peso, e permite administrar, de forma permanente ao longo das 24 horas do dia, as doses de insulina necessárias a cada doente (de acordo com uma programação personalizada), monitorizando constantemente a evolução do tratamento e actuando em conformidade, difundindo mais ou menos quantidade do medicamento.

Felizmente, que a inovação tecnológica continua a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Sunday, October 28, 2007

Friday, October 26, 2007

Onde está a regulação na Saúde?

Lemos isto: A Unidade de Saúde de Coimbra (USC) não pagou, até ao final do dia de ontem, os salários e subsídios que tem em atraso com os seus cerca de 80 funcionários, mas garante que "reina a tranquilidade" na instituição e esta "não fechou, nem vai fechar".

Naturalmente, que num mercado livre e aberto, há empresas bem sucedidas e há empresas mal sucedidas. Há empresas que progridem e há empresas que vão à falência. Contudo, parece que ainda vivemos num estado de Direito. E se assim é, a Lei deve ser cumprida e quem não a cumpre, deve ser punido!

Mas, lemos mais: Pedro Nunes reconhece todos os "dramas" dos colaboradores, mas desdramatiza a situação "a unidade está a funcionar normalmente. As dívidas a fornecedores e aos trabalhadores é algo que será ultrapassado em breve. Tivemos problemas, mas estamos a funcionar graças ao empenhamento de todos. O problema de fundo está a ser resolvido. Apesar disso orgulhamo-nos de prestar um serviço de primeiríssima qualidade".

Noutro lado lemos isto: No documento, indicam que aqueles indicadores - dívida das remunerações de Agosto e Setembro e falta de "bens consumíveis indispensáveis ao cuidado dos doentes" - são "sobejamente conhecidos da administração", presidida por Pedro Garcez.

E ainda isto, em outro sítio: «Os trabalhadores descontam no seu vencimento, entregam à instituição e esta não faz a transferência para a Segurança Social», denunciou Paulo Anacleto, do Sindicato dos Enfermeiros.

Este Hospital Fernão Mendes Pinto parece que tem acordos de prestação com entidades do Ministério da Saúde. Em face de tudo isto, perguntamos nós:
  • O que faz a Entidade Reguladora da Saúde?
  • O que faz o Ministério da Saúde?
  • O que faz o Ministério do Trabalho?

É que a existência de más práticas num mercado livre, perturbam quem quer trabalhar sériamente.

Wednesday, October 24, 2007

Swiss Smile


Fonte: Swiss Smile.

A globalização de alguns conceitos já não é nova. Depois da Coca-Cola, do MacDonald's, das Levi's, da Zara, da Ikea ou da Starbucks, talvez estejamos perante um conceito de saúde em fase de globalização, conforme se escreve aqui: Two dentists from Zürich have turned the profession on its head and are now exporting the results.

Ou seja, estaremos nós perante uma nova rede mundial de serviços dentários? Talvez, pois vejamos mais detalhes: At least, that’s the promise of the glamorous Abivardi sisters, Haleh and Golnar, who last month opened what they claim is Europe’s largest private dental clinic – bang in the middle of London’s Mayfair, surrounded by luxury boutiques and hotels, impenetrably discreet beauty salons and the offices of Vogue magazine.

Para quem quer ver mais detalhes sobre a Swiss Smile, pode ir aqui.

Monday, October 22, 2007

As Farmácias e a gestão do espaço

Perante esta notícia: «O problema da falta de espaço é um dos mais graves com que as farmácias se debatem», disse à Lusa fonte oficial da Associação Nacional de Farmácias (ANF), ficamos incrédulos, sobretudo porque o problema do espaço das farmácias tem que ver com os medicamentos genéricos.

Então para a corporação das farmácias, o problema é este:
  • A introdução no mercado de medicamentos genéricos veio criar um problema de falta de espaço para armazenamento nas farmácias.
  • Além da substância activa ou princípio activo Sinvastatina com 319 apresentações de genéricos, seguem-se a Amlodipina com 241, Risperidona com 237 (ambas para perturbações psiquiátricas), Ciprofloxacina (antibiótico) com 231, Sertralina (antidepressivo) com 225, Lansoprazol (acidez gástrica) com 204, Pravastatina (colesterol) com 170, Omeprazol (acidez gástrica) com 136, Fluoxetina (antidepressivo) com 104 e Acido Alendrónico (osteoporose) com 75 medicamentos genéricos, nas suas várias apresentações.

Não entendemos qual o problema das farmácias. Hoje, com um software com capacidades mínimas, consegue-se gerir muito bem um portfolio de milhares de referências. Nem sequer é necessário um grande conhecimento de gestão.

Os hipermercados gerem mais de 50.000 items. Em algumas categorias de produtos, os hipermercados, perante a oferta de 50 marcas, só oferecem 4 ou 5. O consumidor só tem que escolher o que existe, sob pena de ter que ir a outro hipermercado.

A ANF até sabe trabalhar bem com as regras do mercado, porquê que não se adapta a uma oferta de produtos maior? Até porque, é natural que várias marcas de genéricos venham a sair do mercado, porque as vendas são baixas.

Mas, é mais fácil chamar pelo regulador que até tem estado a fazer o seu trabalho: o Infarmed entende que actualmente «já há medicamentos genéricos para a maior parte das patologias e para as patologias mais importantes».

Farmácias: a propriedade já não tem limitações

Durante dezenas de anos, só quem era farmacêutico podia ter uma farmácia. Nunca percebemos porquê. Até porque, nem só os cozinheiros podiam ter restaurantes ou os médicos podiam possuir clínicas.

Finalmente, e como todas as regras arbitrárias e anacrónicas, acabam por um dia, ter o seu fim. A maior corporação de farmácias em Portugal, entretanto, já se adaptou aos novos ventos: A Associação Nacional de Farmácias já procedeu a uma alteração dos seus estatutos para permitir que, diante das novas regras de funcionamento do sector, por força da liberalização da propriedade dos estabelecimentos de dispensa de fármacos e do novo regime jurídico da actividade, os proprietários de farmácias que não sejam farmacêuticos possam aderir à ANF.

Ou como se costuma dizer, se não podes com eles, junta-te a eles!

Post Scriptum: Ainda não percebemos porquê que não é possibilitada a abertura de mais farmácias.

Sunday, October 21, 2007

Thursday, October 18, 2007

Controlo biométrico com silicone!

Curiosa a gestão de recursos humanos que anda pela Administração Pública portuguesa. No Estado, que somos nós todos, há de tudo, para todos:
  • Pessoas com nomeação definitiva em Diário da República, que nem que não apareçam no trabalho durante semanas a fio, colocarão em risco a sua nomeação definitiva;
  • Pessoas que estão há mais de uma dezena de anos, em renovação contratual regular, independentemente de fazerem falta ou não ao Estado.
  • Pessoas que não têm qualquer vínculo ao Estado, mas que trabalham para ele. Sabe-se lá porquê.....
  • Pessoas a "recibo verde".
  • Pessoas que durante anos não têm o mérito reconhecido.
  • Pessoas em "licença sem vencimento" há uma dezena de anos, como se alguém pudesse fazer falta a um qualquer patrão, estando fora da organização durante uma década!

Mas, prometemos no título escrever sobre "controlo biométrico". Aqui vai o que afirmou uma antiga Ministra da Saúde:

  • A instalação de sistemas de controlo de assiduidade biométrica irá conduzir à degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e está a provocar um sentimento generalizado de desmotivação na classe médica que já levou muitos clínicos a optarem por trabalhar no sector privado ou a anteciparem a aposentação.
  • Esta é a conclusão tirada da conferência em jeito de aula dada na Ordem dos Médicos, em Lisboa, pela professora universitária (e ex-ministra da Saúde) Manuela Arcanjo perante uma plateia composta por algumas dezenas de clínicos.

Contudo, com arte e engenho, até os controlos biométricos podem ser contornados:

Avaliação dos serviços de saúde em Portugal

Já tinhamos aqui escrito sobre um estudo realizado por uma entidade pan-Europeia, a Health Consumer Powerhouse, que classificou o serviço nacional de saúde, em 19º, em 27 Estados da UE (25 + Bulgária + Roménia).

Tínhamos prometido que voltaríamos ao assunto. Assim, aqui apresentamos os aspectos mais positivos, de acordo com o referido Estudo:
  • Na rubrica, "Informação aos doentes", o item "qualidade no atendimento telefónico e na internet, durante 24 horas", atribui a Portugal um nível elevado.
  • Na rubrica, "resultados do Serviço de Saúde", o item "mortalidade infantil, por 1.000 habitantes", é muito bom em Portugal.
  • Na rubrica "generosidade dos sistema publicos de saúde", o item "vacinação infantil", é muito bom em Portugal.

Quanto aos aspectos negativos, infelizmente são mais relevantes do que os positivos:

  • Na rubrica, "Informação aos doentes", o item "seguro relativo a más práticas", o item "registo de médicos por especialidade disponível para os doentes", o item "prestadores de serviço com um catálogo com o seu nível de qualidade", são todos items em que Portugal é considerado como estando muito mal.
  • Na rubrica, "Lista de espera", o item "atendimento pelo médico de família no próprio dia", o item "acesso directo ao especialista" e o item "tempo de espera de grandes cirurgias inferiores a 90 dias", Portugal sai muito mal classificado.
  • Na rubrica, "Resultados", o item "mortalidade infantil cardíaca" e no item "infecções", Portugal tem resultados maus.
  • Na rubrica, "generosidade dos sistema publicos de saúde", o item "operações às cataratas por 100.000 habitantes" e o item "cuidados de saúde dentária pelos serviços públicos", são muito mal avaliados em Portugal.

Resumimos da seguinte forma: o estado da saúde em Portugal não é muito mau, mas no cenário em curso, perspectiva-se uma degradação evidente, sobretudo ao nível em que se deve começar a cuidar da saúde, que é nos cuidados primários.

Tuesday, October 16, 2007

Uno de cada diez médicos ha sufrido agresiones de los pacientes o familiares

Não, não vamos falar do caso português. Isto é, não sabemos qual é a percentagem de médicos portugueses que são agredidos ou insultados pelos doentes ou seus familiares.

A notícia vem de Espanha, e é preocupante: Las consultas de atención primaria, los servicios de atención hospitalaria o las unidades de urgencias se han convertido, en alguna ocasión, en un verdadero calvario para un porcentaje nada desdeñable de los médicos españoles.

Não aplaudimos, evidentemente. O que queremos chamar à atenção, é que esta é uma tendência crescente no mundo, e à qual Portugal não irá fugir. As pessoas exigem cada vez mais dos prestadores de cuidados de saúde; as pessoas exigem mais qualidade de vida; as pessoas exigem custear menos os cuidados de saúde. Normalmente, quem está do "outro lado", são os médicos e os enfermeiros.

Os números são assustadores: Las cifras de estas actitudes violentas evidencian, por sí mismas, la intranquilidad y el temor que se ha instalado entre los médicos. De los 160.000 médicos en ejercicio, el 10% ha sido agredido físicamente alguna vez por pacientes o familiares de pacientes, y una amplia mayoría, tres de cada cuatro, han recibido una o más veces amenazas verbales, según una encuesta de la Confederación Estatal de Sindicatos Médicos (CESM), mayoritaria en el sector.

Monday, October 15, 2007

Obesidade: lá como cá!

Fonte: aqui.

Parece que os dentes não fazem parte da saúde


Em Portugal, há já muitos anos, que o SNS se esquece dos dentes! Isto é, quem quer ir ao Dentista, paga. Pensamos que o SNS nem tem lista de espera de Dentista. Simplesmente, parece que não tem Dentistas....

Também desde há longos anos, que o SNS tenta ser um decalque do NHS, Britânico. Até no serviço que presta quanto aos dentes, o SNS se quer parecer com o NHS, se não vejamos esta notícia:
  • Falling numbers of state dentists in England has led to some people taking extreme measures, including extracting their own teeth, according to a new study released Monday.
  • Others have used superglue to stick crowns back on, rather than stumping up for private treatment, said the study. One person spoke of carrying out 14 separate extractions on himself with pliers.
  • More typically, a lack of publicly-funded dentists means that growing numbers go private: 78 percent of private patients said they were there because they could not find a National Health Service (NHS) dentist, and only 15 percent because of better treatment.
  • "This is an uncomfortable read for all of us, and poses serious questions to politicians from patients," said Sharon Grant of the Commission for Patient and Public Involvement in Health.

Os portugueses sempre admiraram França, e sempre gostaram menos dos Britânicos. Seria bom, que na saúde, a tendência também fosse França. O Professor Correia de Campos até foi em França que desempenhou funções de Administrador Hospitalar.....

Sunday, October 14, 2007

O milagre das rosas - versão 2008

Nada nos surpreende, quanto á forma como se trabalham números. Há quem pense que os números, por serem demasiados claros e objectivos, só podem transmitir verdade! Nada de mais enganador. Com os números, só é preciso saber trabalhá-los, à nossa medida e como queremos. Acredite-se ou não, mas a ciência dos números é uma arte!

Olhemos para esta notícia, que nos dá uma ideia global sobre o Orçamento de Estado 2008:
  • A despesa total estimada do Ministério da Saúde para 2008 é superior em 0,9% à prevista para este ano, mas ainda assim fica abaixo da inflação.
  • A despesa prevista para 2008 é de 8.645,6 milhões de euros, quando a estimativa para 2007 era de 8.564,4 milhões de euros.
  • Para o Serviço Nacional de Saúde, o Orçamento de Estado para o próximo ano consagra 7.937,2 milhões de euros, dos quais 7.900 milhões de euros se destinam a despesas de funcionamento, nomeadamente dos estabelecimentos de saúde do sector público administrativo (4.653,1 milhões de euros) e dos hospitais com estatuto de Entidade Pública Empresarial (3.077,2 milhões de euros).

Alguém acredita que se consiga fazer crescer o orçamento de 2007, para 2008, em menos de 1%? Só quem acredita em mistificações! A despesa com a saúde cresce em qualquer parte do mundo, cerca de dois dígitos percentuais. Em Portugal, cresce menos de 1%!

Será a magia do Professor Correia de Campos?

Numa outra notícia, vemos uma tendência que mostra o futuro da saúde em Portugal:

  • As PPP na área da Saúde vão absorver 80,7 milhões de euros em 2008, e 224,4 milhões de euros em 2009.
  • O valor orçamentado para 2008 engloba as PPP já em operação (o centro de atendimento do SNS e o Centro de Medicina Física e de reabilitação do Sul), os projectos em concurso (como o hospital de Loures e os novos hospitais de Cascais, Braga e Vila Franca de Xira).

Porquê que não se assume, de uma vez por todas, que está em curso a substituição do SNS, tal como está constitucionalmente consignado?

Post Scriptum: Repare-se que o Orçamento de Estado de 2008, apenas prevê investir 37,2 milhões de euros, no sector da saúde, e gastar 7.900 milhões de euros em despesas de funcionamento!

Friday, October 12, 2007

Telemedicina

Falar de telemedicina, já não é novidade. Em países de grande dimensão geográfica, como a India, projectos de implementação de telemedicina, são fundamentais para que se consiga fornecer serviços adequados às populações que vivem em locais remotos.

Ao contrário daquilo que muitos pensam em Portugal, na India já se avançou muito na prestação de serviços de saúde à distância:

In today's world with several advancements made in the medical field still the benefits are available to the privileged fielv, residing mainly in the urban areas. With the advent of communication technology especially the SatCom combined with Information Technology, we have means to benefit from the advanced medical sciences to reach even the remote and inaccessible areas. It is known that in developing countries most of the qualified doctors practice in urban centres where as majority of population live in rural areas. Indian Space Research Organisation (ISRO) as a part of application of space technology for Health care and education, under GRAMSAT (rural satellite) programme, has initiated number of Telemedicine pilot projects which are very specificto the needs of development of the society.ISRO's Telemedicine projects consist of linking through Indian Satellites remote/rural areas like Jammu, Kashmir & Ladhak in north near Himalayas, Offshore Islands of Andaman and Lakshadweep, North Eastern States & some of the remote and tribal districts in the main land States across the country.


Por cá, ainda não se conseguem ligar hospitais e centros de saúde, inseridos na mesma Freguesia!

Monday, October 08, 2007

Professor Correia de Campos: Portugal tem falta de médicos

Portugal e os portugueses são muito teimosos! Há já longos anos que se fala na falta de médicos. E continua-se a falar.

O Professor Correia de Campos foi Ministro da Saúde entre 1999 e 2001, e é Ministro da Saúde, novamente, desde 2005. Então, Professor Correia de Campos, para que se senta o Senhor nos Conselhos de Ministros semanais?


Não nos parece que os estudantes do Ensino Secundário não queiram ir para a Faculdade de Medicina, pelo menos a atestar pelas médias de entrada (habitualmente a rondar os dezanove valores). Há até centenas de alunos portugueses que estão a estudar em Espanha (Madrid, Badajoz, Salamanca, Barcelona) e na República Checa!

Então, qual é o problema?

Ahhh, o Senhor Ministro foi a este evento: A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho acaba de formar 50 médicos. Este ano saíram os primeiros diplomados de uma escola que abriu as portas em 2001.

Tanta coisa, para comemorar 50 novos médicos numa nova Faculdade de Medicina?

Faz-se muito pouco em Portugal, ao nível da Classe Dirigente.

Sunday, October 07, 2007

Como comunicar com o seu Médico?

Autora: Jane Williams.

Resumo: How To Talk To Your Doctor provides important, easy to read and easy to follow information and tips on how to communicate better with your doctor to ensure that you receive the care you are entitled to: the best care available. Paired with Dr. Jerome Groopman's book, How Doctors Think, patients gain very valuable insight into the way doctors think and how to communicate effectively with their doctors. "From understanding doctor language ... How to Talk to Your Doctor is filled with important resources average consumers must have."

Comentário nosso: não é fácil, estabelecer uma comunicação eficaz entre doentes e médicos.

Friday, October 05, 2007

A recolha informática de dados

Sabemos que a próxima revolução na saúde, virá através da Internet. Os doentes já possuem hoje a ferramenta Internet, para os ajudar a saber mais sobre a complexidade que é a temática da saúde. No entanto, acreditamos que os doentes não vão saber mais do que os profissionais de saúde. Apenas acontecerá que estes profissionais terão que fazer face a uma nova situação: ter à sua frente doentes que não aceitarão de modo passivo, toda e qualquer decisão tomada por um profissional de saúde.

A Microsoft percebe bem esta oportunidade e lança agora uma ferramenta que permitirá aos doentes, gerirem eles próprios os seus dados de saúde: Software giant Microsoft Corp. on Thursday joined an increasingly crowded field of health and technology companies offering consumers an electronic personal health record.

A ferramenta chama-se HealthVault.

Um médico americano emite a sua opinão sobre esta nova ferramenta: "We think they are very important -- perhaps the most important consumer health tool that's been developed over the past decade," said Archelle Georgiou, a physician and executive vice president of OptumHealth, a unit of UnitedHealth Group Inc., one of the nation's largest health insurers.

Mais uma onda de inovação na saúde a aproximar-se.

Thursday, October 04, 2007

Cozinhas horribilis

Estranha, ou talvez não, a sucessiva descoberta de falta de condições adequadas em múltiplos hospitais do SNS (Hospital de Santa Maria, Hospital da Estefânia e Hospital de Leiria).


Para nós, ficam apenas duas reflexões:
  1. A ASAE não estava a fazer o seu serviço até agora. Não acreditamos que a falta de higiene nas cozinhas dos hospitais, só esteja a acontecer agora, e logo em massa!
  2. Gostaríamos que outras entidades inspectoras fizessem também o seu trabalho, pois desconfiamos muito de que os próprios blocos operatórios, os armazéns de equipamentos e medicamentos, estejam em condições de degradação completa. Basta apenas, deslocarmo-nos a muitos dos hospitais por esse país fora.

Já tínhamos alertado, por aqui, para o permanente desinvestimento em instalações na saúde. Mas, nem por isso, deixamos de considerar meritório o esforço de contenção orçamental do Prof. Correia de Campos. Contudo, o Ministro da Saúde poupa no farelo para gastar na farinha!

Ai tanta farinha que é deperdiçada por esses hospitais fora.....

Wednesday, October 03, 2007

Horários mais curtos para médicos atraídos pelo privado

Vivemos tempos incertos. Vivemos os tempos da globalização. Vivemos os tempos da flexibilidade. Goste-se ou não.


Perante esta afirmação abalizada do Professor Correia de Campos, perguntamos nós, se alguém está satisfeito no sector privado, porquê que há-de trabalhar no sector público? Dito de outra forma, se estivéssemos a falar de um contabilista ou de um arquitecto, será que a situação se colocaria de igual modo? Ou seja, um contabilista desempenhar a sua função numa entidade privada e simultaneamente numa autarquia?

Mas, nesta era de incerteza, temos ainda que ler coisas tão surrealistas como esta: "As pessoas têm-se-me dirigido, dizendo o seguinte: 'Permita-nos que trabalhemos num horário a tempo parcial, para estarmos presentes de verdade, e deixe-nos trabalhar no sector privado'".

Quando é que haverá bom senso, seja lá o que isso for, em Portugal?

Porquê que não se paga melhor aos funcionários públicos, para que eles se dediquem mais e melhor às suas tarefas?

Tuesday, October 02, 2007

A falta de qualidade alimentar nos hospitais

Ao contrário do que muita gente pensa, a saúde não se cumpre apenas com medicamentos, médicos, enfermeiros e enfermarias. É preciso muito mais, desde um sorriso, até a instalações limpas e a uma alimentação saudável e com asseio.


Esta situação só é surpreendente, para quem não visita as instalações de muitos hospitais públicos, já envelhecidos. O discurso oficial é sempre o mesmo: não há recursos. E assim, vai-se deixando cair até à decadência, os velhos hospitais que ainda vêm da monarquia!

Será que o Professor Correia de Campos achará dispiciendo este facto? Sobretudo quando o principal hospital universitário do país e o maior hospital pediátrico, são afectados por graves problemas de qualidade alimentar?

Monday, October 01, 2007

SNS é o 19º melhor sistema de saúde da Europa

Os rankings valem o que valem. É como no futebol, ganham-se determinados títulos e perdem-se outros. Mas, é sempre importante avaliarmos ou sermos avaliados por outros, para sabermos se vamos bem ou mal. Por muito que custe a muita gente, a competitividade faz-se assim, avaliando a nossa qualidade, na perspectiva dos outros.

A organização europeia HealthPowerhouse levou a cabo um estudo em que definiu um ranking de sistemas de saúde, em relação ao espaço da União Europeia, alargada. Isto é, no estudo foram avaliados 29 países, dos quais 25 pertencem à UE. Os outros 4, são: Roménia e Bulgária (candidatos a membros da UE); e a Noruega e Suíça.

O ranking actual, de acordo com este estudo é o seguinte, conforme se pode ver no relatório:
  1. Áustria.
  2. Holanda.
  3. França.
  4. Suíça.
  5. Alemanha.
  6. Suécia.
  7. Noruega.
  8. Finlândia.
  9. Dinamarca.
  10. Bélgica.

Portugal é o 19º melhor da Europa, em 29 países. Podia ser pior. Mas podia ser bem melhor. Por exemplo, Chipre é o 13º melhor da Europa e a República Checa é o 15º melhor. Senhor Professor Correia de Campos, não se esqueça de olhar para este benchmarking!

Adiante, voltaremos a analisar, de que forma é que esta organização, chegou ao resultado final.

Segurança na saúde

Fonte: aqui.