Vivemos tempos incertos. Vivemos os tempos da globalização. Vivemos os tempos da flexibilidade. Goste-se ou não.
No entanto, a flexibilidade tem limites, sob pena de não termos um fio condutor. Tudo isto, a propósito do título deste post, e desta notícia: "Quem está satisfeito com o trabalho que faz no sector privado reduz o seu tempo no hospital público, sem quebrar o vínculo, sem quebrar a relação de emprego, sem quebrar a sua contribuição para a reforma pública", declarou Correia de Campos.
Perante esta afirmação abalizada do Professor Correia de Campos, perguntamos nós, se alguém está satisfeito no sector privado, porquê que há-de trabalhar no sector público? Dito de outra forma, se estivéssemos a falar de um contabilista ou de um arquitecto, será que a situação se colocaria de igual modo? Ou seja, um contabilista desempenhar a sua função numa entidade privada e simultaneamente numa autarquia?
Mas, nesta era de incerteza, temos ainda que ler coisas tão surrealistas como esta: "As pessoas têm-se-me dirigido, dizendo o seguinte: 'Permita-nos que trabalhemos num horário a tempo parcial, para estarmos presentes de verdade, e deixe-nos trabalhar no sector privado'".
Quando é que haverá bom senso, seja lá o que isso for, em Portugal?
Porquê que não se paga melhor aos funcionários públicos, para que eles se dediquem mais e melhor às suas tarefas?