Em Portugal, vá-se lá saber porquê, vive-se em ondas e em modas. Ora, é a educação que é fraca (e é), ou é a segurança que é cada vez menor, ou são os serviços de saúde que perdem qualidade, ou é a economia que é frágil e vive em estagnação há pelos menos 10 anos.
Depois vêm pequenas ondas, dentro das grandes ondas. Na saúde, fala-se dos médicos, da sua insatisfação, da sua falta (nós não acreditamos), dos seus baixos salários e de outras coisas. Os médicos vendem "share" de audiência e número de jornais, quase tanto como o Cristiano Ronaldo.
Vejamos mais esta notícia: João é obstetra há nove anos num hospital público, com o qual acaba de rescindir o contrato por estar «farto das passadeiras vermelhas» que o Estado «estende aos médicos» para abandonarem o Serviço Nacional de Saúde.
Nos últimos anos, milhares de médicos têm saído dos serviços públicos. Mas ninguém sabe ao certo quantos. Nem a Ordem, nem o Ministério.
O próprio número rigoroso de médicos em actividade em Portugal é desconhecido. Conforme reconheceu o bastonário, há médicos que morrem, mas que os familiares não informam o organismo e outros que já não exercem, mas continuam a pagar quotas como se o fizessem.
Dos 38 mil médicos que a Ordem contabiliza, existirão «mil ou dois mil» que não estarão em actividade, segundo as contas de Pedro Nunes.
A Lusa tentou apurar junto do Ministério da Saúde quantos médicos deixaram o SNS nos últimos tempos, mas essa contabilidade ainda não está feita.
Em 2007, o Ministério da Saúde tinha avançado à Lusa que, entre o início de 2006 e Abril de 2007, 943 médicos tinham deixado o SNS, entre reformas e rescisões.
Oh meu Deus, nem a Ordem dos Médicos, nem o Ministério da Saúde sabem o número de médicos em actividade em Portugal. Que país este, cheio de burocratas nos Ministérios e nas corporações, mas que nem sequer sabem contar, mesmo sabendo nós que a informática faz muito trabalho de arquivo de dados e de controlo.
O Bastonário da OM até pode ser bom médico, mas se nem sabe distinguir médicos em actividade de médicos mortos, deve ser aterrador o seu desempenho como Bastonário, que evidentemente pressupõe capacidade de gestão da dita corporação.
O Ministério da Saúde que tem tantos órgãos, da ACSS à Secretaria Geral do Ministério, passando pelas ARS's e por múltiplas entidades difusas que por lá existem, não tem um número, ainda que aproximado de médicos que trabalham em Portugal. Sabendo nós, que a actividade de medicina em portugal é altamente regulamentada, ao contrário de outras como carpinteiro ou empregado de mesa!
Portugal está mesmo numa onda de mediocridade generalizada!