Friday, May 29, 2009

Linha Saúde 24 ou "CGD connection" II

Já aqui o escrevemos, o contrato entre o Estado e a empresa que gere em outsourcing a Linha Saúde 24, só foi renovado porque a tal empresa é detida pela CGD, banco estatal.

Se mais dúvidas houvesse, isto confirma a nossa idéia: Relatório da Direcção-Geral da Saúde refere que a empresa privada ficou 32% aquém dos objectivos definidos, mas esta semana o Ministério da Saúde renovou o contrato por mais um ano. Hoje, a Linha de Cuidados Saúde substituiu o administrador-executivo.

Será que quando somos clientes de algum fornecedor e este nos presta um serviço que fica aquem do que era expectável, nós continuamos a querer o serviço do mesmo fornecedor? Evidentemente que não. A não ser que sejamos masoquistas ou que estejamos em conivência com o mau fornecedor.

É preciso fazer um "croquis"?

Para que serve o Alto Comissariado da Saúde?

Aprendemos a gerir recursos em regime de escassez. Isto é, não deveremos viver com excesso de gorduras, sobretudo quando os recursos escasseiam. Há imensos órgãos no Estado, que só vive dos impostos de quem trabalha em Portugal, que vivem na sombra dos contribuintes, mas que para nada servem. Temos dado por aqui como exemplo de órgão a abater, o chamado Instituto de Qualidade em Saúde ou ainda, a Entidade Reguladora da Saúde (?). Que são órgãos que não contribuem rigorosamente nada para a melhoria do serviço de saúde pública em Portugal.

A propósito do pouco valor acrescentado dos múltiplos órgãos que por aí existem, vimos abordar um outro órgão etéreo, que volta e meia aparece nas notícias e de que se conhecem poucos resultados. Estamos a referir-nos ao Alto Comissariado da Saúde, que segundo o seu site serve para isto:
  • Garantir o apoio técnico à formulação de políticas e ao planeamento estratégico da área da saúde, em articulação com a programação financeira;
  • Assegurar o desenvolvimento de programas verticais de saúde;
  • Coordenar as relações internacionais;
  • Acompanhar e avaliar a execução de políticas, dos instrumentos de planeamento e dos resultados obtidos, em articulação com os demais serviços e organismos do MS;
  • Assegurar a elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Nacional de Saúde.

Bem, depois vamos ver o que na prática anda a dizer a Senhora Alta Comissária:

  • A alta comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado, disse hoje à Lusa que alguns hospitais privados praticam uma "preversidade" que "não pode existir", referindo-se, nomeadamente, aos doentes com cancro.
  • "Alguma preversidade que se vê nos privados não pode existir", afirmou à Agência Lusa a alta comissária, sublinhando que, à semelhança do que acontece em outros países, a legislação portuguesa deveria obrigar os hospitais privados a concluirem o tratamento dos seus doentes, mesmo que o "plafond" do seguro termine. "Os doentes que iniciam tratamento num privado devem aí concluir o tratamento e não serem encaminhados para um hospital público", salientou.
  • a alta comissária para a Saúde considerou essencial a existência de uma articulação entre os hospitais, os cuidados primários e os cuidados continuados.
  • No âmbito das comemorações dos 30 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a alta comissária reconhece que "a saúde de hoje é muito melhor do que há uns anos" e que o SNS é "excelente", mas considera que "ainda há outro tanto a melhorar".
  • "Deve haver uma articulação para que os cuidados hospitalares funcionem a 100 por cento, deve haver um sistema de informação integrado e deve haver um processo clínico único", enunciou.

Nós, como contribuintes, perguntamos: não será suposto que o pomposo Alto Comissariado para a Saúde execute políticas ou as ajude a implementar?

É que, vir para a praça pública dizer que o "SNS é excelente", mas que deve haver uma articulação entre os vários tipos de prestação de cuidados públicos de saúde, é um tremendo contrasenso.

Existir um órgão com dezenas ou mesmo centenas de funcionários públicos, altamente bem pagos, que servem só para dizerem banalidades e que nada contribuem para a real execução das políticas, não. Para isso, já temos os políticos, respectivos assessores e coordenadores, que vão rodando á medida que os portugueses os vão por lá colocando.

Extingam-se, por favor, órgãos como o Alto Comissariado da Saúde. Pelo menos, ajudava-se a reduzir o déficit do Estado.

Thursday, May 28, 2009

A liberdade da Internet



Fonte: aqui.

Aqui, diz-se que "O Tamiflu está a ser vendido na internet a preços exorbitantes", e também que "Uma clínica on-line comercializa o medicamento utilizado contra a Gripe “A” a 167 euros. A mesma embalagem de 10 comprimidos custa na farmácia cerca de 25 euros."

Será que só se vende na Internet o medicamento Tamiflu? Será que não se vende o Cialis ou o Viagra ou muitos outros?

Como é que se vai travar a liberdade da Internet? Será que a Amazon vende um livro ou um disco de música mais barato do que a FNAC? Ou mais caro? Será que o Ben-Uron tem um preço igual numa farmácia ou numa loja que venda medicamentos sem receita médica?

Nós queremos uma sociedade responsabilizadora. Não uma sociedade controladora. Temos muito mais medo dos controlos, do que da liberdade. Mas, também não queremos uma sociedade anárquica!

Wednesday, May 27, 2009

Escrever muitos SMS's faz mal

Fonte: aqui.

For teens, sending too many text messages is resulting in anxiety, distraction in school and dropping grades, repetitive stress injury and sleep loss, according to a new study. The study discovered that the average teenager sends and receives an impressive 80 text messages on average every day, with some kids losing sleep and forcing their hurting thumbs to the limit just to keep up with the continual SMS threads.

Tuesday, May 26, 2009

Linha Saúde 24 ou "CGD connection"

A Linha Saúde 24 é um serviço vital. Quer o país se chame Portugal ou Rússia. Não é possível gerir um sistema de saúde, sem uma linha de atendimento urgente, quanto mais não seja, como "placebo" e como forma de afastar muita gente das urgências hospitalares.

Por cá, a Linha Saúde 24 tem enchido as páginas dos jornais, por razões estranhas ao seu obejcto. Ou seja, por motivos laborais.

Contudo, a empresa que gere em outsourcing a Linha Saúde 24 viu renovado o seu contrato com o Ministério da Saúde por mais um ano. Que razão ou razões levou o Ministério da saúde a esta renovação? Na nossa opinião, apenas uma razão, esta: A tutela passou por cima dos conflitos laborais na empresa (Linha Saúde 24) – que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos – prolongando o contrato até 2011.

Na nossa opinião, a avaliação de um outsourcing deve ir mais além do que a mera ligação accionista.

Sunday, May 24, 2009

Hospital de Faro: o hospital calamidade

Já aqui escrevemos sobre a eventual morte de doentes no Hospital de Faro, motivada por infecções adquiridas em ambiente hospitalar. Da parte do hospital, foi dito que houve doentes que faleceram, mas por causas distintas do Clostridium Difficile.

Mas, afinal, parece que os factos começam a desmentir a versão dos Senhores que assumem responsabilidades no Hospital de Faro (será que assumem?). Pois afinal: Faro: Paciente morreu mesmo com Clostridium Difficile.

Mas, ainda assim, os Senhores que parecem assumir a responsabilidade do Hospital de Faro continuam a negar os factos: O Hospital de Faro esclareceu hoje que o paciente de 74 anos falecido a 16 de Maio e em cuja certidão de óbito se indica uma infecção por "Clostridium Difficile", não contraiu "seguramente" esta bactéria multi-resistente naquela unidade hospitalar.

Então, a certidão de óbito passada por um médico (parece que a Lei assim obriga) diz uma coisa, que o Hospital de Faro nega! Em que é que ficamos, Senhores Doutores?

Diz a Médica Responsável (será mesmo responsável?): Helena Gomes, directora clínica do Hospital de Faro, referiu à agência Lusa que o paciente já tinha essa infecção 40 dias antes da morte, nomeadamente quando foi internado, altura em que lhe foi diagnosticado esse problema.

Depois, é um conjunto habitual de chorrilhos de lavar as mãos como Pilatos:
  • Segundo Helena Gomes, esta infecção "não foi contraída garantidamente" no Hospital de Faro, já que lhe fora diagnosticada na altura do internamento.
  • Durante a permanência no hospital, o doente, apesar dos cuidados clínicos prestados, foi tendo "outras complicações resultantes da sua situação clínica complexa", adiantou, observando que ocorreu uma "falência multiorgânica que não tem uma relação directa com a ´Clostridium Dificcile".

No fundo, coitado de quem precisa de ir ao Hospital de Faro. Não apenas por mais este caso, mas por um largo histórico de questões muito mal explicadas, mas em que claramente os doentes são os que perdem sempre.

Mais importante, seria que os doentes vítimas deste tipo de tratamento, se organizassem para levar a Tribunal, quer o Estado, entidade máxima responsável pelo Hospital de Faro, quer os vários responsáveis clínicos e administrativos. Até lá, e se não houver constestação jurídica, os irresponsáveis manter-se-ão.

Thursday, May 21, 2009

Swine flu II

Fonte: aqui.

Wednesday, May 20, 2009

Medicamentos: o grande bolo II

Por diversas vezes, vimos aqui escrever sobre medicamentos. Estes são o bolo mais apetitoso de todo o negócio da saúde. Envolve muita gente que come, uns porque investem, outros porque querem apenas comer!

A Indústria Farmacêutica investe imenso em investigação, e deve por isso, ser recompensada. Contudo, tudo tem que ter limites, até porque os custos da saúde estão a atingir níveis absolutamente insuportáveis em diversos países, como é o caso dos EUA, onde as despesas com a saúde estão próximas dos 18% do PIB.

Tudo a propósito desta notícia: Dezenas de empresas produtoras de genéricos estão impedidas de vender os medicamentos em Portugal por verem suspensa a autorização de introdução no mercado (AIM) dada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). A suspensão da venda dos genéricos surge na sequência de providências cautelares interpostas pelos laboratórios farmacêuticos que produzem os medicamentos de marca.

Ou seja, os laboratórios querem ganhar "na secretaria", aproveitando-se da absoluta ineficiência dos Tribunais portugueses: “os recursos para os tribunais são apenas uma estratégia que visa atrasar indevidamente a entrada dos genéricos no mercado. A justiça é lenta e os laboratórios sabem que enquanto não houver uma decisão jurídica há uma suspensão da comercialização dos genéricos”.

O crime compensará?

Mas, será que esta guerra dos genéricos terá que ver com esta outra proposta devastadora: O Governo pretende liberalizar as margens de lucro da venda de medicamentos. A proposta apanhou de surpresa os parceiros do sector, que tiveram menos de uma semana para a apreciar?

Nós somos dos que não conseguem compreender porque é que o preço da "bica" ou do "bitoque" não é tabelado ou fixado por Lei, mas os medicamentos têm uma margem de lucro fixada por Lei. Alguns há, que vêm com o espantalho da concertação de preços entre grupos de empresas, ou se quiserem, e tal como acontece com os combustíveis, com tentativas de cartel efectivo. Mas, isso é outra questão, acontece simplesmente porque o Estado português diz que existe a "Autoridade da Concorrência", que não passa de mais uma "repartição do Estado", que se limita a consumir recursos a uma sociedade débil e em acelerada erosão.

Margens de lucro garantidas de 18,25% (são de 18,25 por cento para as farmácias e de 6,9 para os grossistas). Como?

Tuesday, May 19, 2009

Será verdade que o Grupo Português de Saúde está melhor?

Hoje escrevem-se coisas, que amanhã deixam de ser verídicas. O que parece ser hoje sólido, amanhã é ténue como o ar. As pessoas deixaram de acreditar nos governos, nas empresas, nos reguladores, na Justiça, nos outros. É perigoso que assim seja, mas é verdade.

Tudo isto a propósito desta afirmação: Dados disponibilizados ao Negócios pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), accionista do GPS, mostram que até Abril o resultado do British Hospital ascendeu a 154 mil euros, contra apenas 6 mil euros há um ano, enquanto a rede de imagiologia IMI melhorou em 15,4% o seu resultado líquido, para 606 mil euros.

A contabilidade é criativa ou é imbuída de engenharia. As contas apresentadas hoje, são corrigidas amanhã. Os Revisores Oficiais de Contas assinam as contas e ponto. As Auditoras limitam-se a tecer breves comentários. Tanta gente a ganhar dinheiro, e depois vê-se a falta de sustentabilidade.

Sabem o que aconteceu ao BPN? Não faliu, porque o Estado português o nacionalizou. Sabem o que é o Grupo Português de Saúde? É uma empresa da SLN, que era a anterior detentora do BPN.

Business as usual.

Monday, May 18, 2009

O negócio dos medicamentos, para além dos limites éticos

Somos favoráveis ao livre mercado. Somos adeptos da livre concorrência. Não apreciamos o "vale tudo" ou se quiserem, o livre arbítrio.

Isto é mais do que uma actividade comercial: Tudo se passou na quinta-feira, no Hotel Porto Palácio. Estava prevista a participação de 54 médicos, compareceram 50 de três especialidades: Cardiologia, Medicina Interna e Clínica-Geral. Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis.

Como? Agora os médicos são pagos para avaliar as capacidades de aptidão comercial dos Delegados de Informação Médica? Recebem 450 euros por acção de consultadoria de marketing?

Sem ter ligação, perguntamos, porque é que não se legaliza a prostituição ou o consumo de droga? Será que já não há limites éticos na comercialização de produtos, em particular de saúde?

Este tipo de actividade, deixa-nos perplexos e até revoltados:
  • a Sanofi-Aventis, a segunda companhia farmacêutica que mais factura em Portugal, «comprou» visitas médicas. Não foram os delegados de informação médica a visitar os médicos, mas o contrário.
  • No fim, a tarefa do médico foi avaliar se esse vendedor conseguiu comprometê-lo a receitar esses remédios. A empresa declara que só contratou os médicos porque está preocupada com a formação científica dos seus profissionais.

Isto é imoral. Isto é tudo, menos uma actividade comercial ética. O que estão a fazer as várias entidades do Estado que deveriam atender a estas más práticas, tais como sejam: Infarmed? Autoridade da Concorrência?

Post Scriptum: Seria curioso saber, de que forma os Senhores Doutores facturaram tais serviços: "consultadoria médica"? "consultadoria de marketing"?

Sunday, May 17, 2009

Falta de controlo das infecções

Infelizmente, os hospitais não são o melhor sítio para se estar. Por muitas razões. Mas uma delas, tem preocupado recentemente os cidadãos, e tem que ver com a possibilidade dos doentes apanharem infecções pré-existentes nos hospitais. Recentemente, esta situação levou a um inquérito do IGAS, Inspecção Geral das Actividades em Saúde, no Hospital de Faro.

A situação ultrapassa muito o Hospital de Faro, se não vejamos:
  • Dos 68 hospitais e centros hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, dez instituições, que representam 15 por cento do total, reconheceram que não dispõem de “políticas e procedimentos de prevenção e controlo de infecção”, apesar de apenas duas não possuírem uma Comissão de Controlo da Infecção (CCI).

Como? Então, há hospitais que têm Comissões de Controlo da Infecção, e não dispõem de procedimentos para controlar as infecções? Então, para que servem as tais Comissões?

Pior, até se verifica isto: A inspecção concluiu que 18 por cento das CCI, órgãos de assessoria técnica das administrações, não fazem vigilância epidemiológica de acordo com os padrões do Plano de Prevenção e Controlo de Infecção.

Anda muita gente em Portugal, a fingir que trabalha. E o contribuinte paga!

Thursday, May 14, 2009

Ofertas a desempregados

O tempo que corre é parco em emprego. Tenta-se, através de paliativos, criar algum conforto aos desempregados. Não será o caso disto: The world's biggest drugmaker said Thursday it will give away the medicines for up to a year to Americans who lost jobs since Jan. 1 and have been on the Pfizer drug for three months or more. The 70-plus drugs covered in the program include several diabetes drugs and some of Pfizer's top money makers, from cholesterol fighter Lipitor and painkiller Celebrex to fibromyalgia treatment Lyrica and Viagra for impotence.

Wednesday, May 13, 2009

Piratas da Malásia

Fonte: aqui.

Não. Não vamos aqui escrever sobre cinema, nem sequer sobre Johnny Depp. Vamos escrever sobre aventuras de médicos na Malásia de Sandokan!

Vejamos esta paisagem: A viagem de cerca de 40 médicos à Malásia a um congresso de ginecologia, que incluiu no programa a visita a uma ilha a 700 quilómetros de distância em que os clínicos se disfarçaram de piratas, já está a ser avaliada pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e vai ser também investigada pela Procuradoria-Geral da República, a quem a Ordem dos Médicos (OM) pediu ontem a abertura de um inquérito.

Mas, digamos que o script não é assim tão mau: Se se confirmar que os médicos foram à ilha pagos pelo laboratório de genéricos J. Neves que patrocinou a ida ao congresso (o laboratório garante que não subsidiou o programa suplementar), o bastonário Pedro Nunes avisa desde já: vão ser alvo de processos disciplinares que podem conduzir à suspensão temporária.

Vejam só, uma "suspensãozinha temporária"! E porquê, Senhor Bastonário? Explica ele: “Há aqui manifestamente a suspeita de um crime. A ordem não é um clube de amigos, é um regulador. Os meus colegas têm a obrigação de saber que aquilo não é permitido desde há alguns anos. Segundo um parecer jurídico que pedimos há algum tempo, isto pode ser entendido como um crime de corrupção activa (da parte do laboratório se se provar que pagou viagens não relacionadas com a formação dos médicos) e, do lado dos médicos, como corrupção passiva para acto lícito ou corrupção passiva para acto ilícito”.

Foi Você que pediu umas fériazinhas nos trópicos asiáticos? Não. Foram os Senhores Doutores. Mas, os requintes da formação dos Senhores Doutores não são para quaisquer mortais: Em LangKawi os médicos vestiram-se de piratas e as imagens do CD que o laboratório terá distribuído como recordação foram profusamente exibidas na peça da TVI, para consternação de Pedro Nunes.

Tuesday, May 12, 2009

Hospital da Cruz Vermelha: caso de sucesso?

O Hospital da Cruz Vermelha é uma referência hospitalar há muitos anos. Contudo, passou por alguma degradação de infraestruturas e necessitou mesmo de uma injecção de capital do Estado.

Agora, aparece o seu Presidente da Comissão Executiva a clamar pelos louros: O Hospital da Cruz Vermelha contabilizou em 2008 lucros de 1,5 milhões de euros e investimentos de cerca de 22,3 milhões de euros. E os valores clínicos são estes: No último ano, o hospital registou 12 247 internamentos, realizou 57 561 consultas e 9 357 cirurgias.

Não queremos tirar o mérito à Comissão Executiva do hospital, mas parece-nos que o sucesso que se verifica tem que ver com isto: O aumento da produtividade possibilitou a diminuição das listas de espera dos pacientes provenientes do Sistema Nacional de Saúde e permitiu ao Estado poupar cerca de 20 milhões de euros. E também com isto: em 2008, o Estado solicitou ao Hospital da Cruz Vermelha 1800 cirurgias às cataratas e o hospital realizou mais de três mil.

É que, quando a concorrência nos serviços médico-hospitalares aumenta tanto, os bons resultados devem-se sobretudo a algumas parcerias com o Estado, ou com a ADSE!

Monday, May 11, 2009

Acupunctura

Fonte: aqui.

Scientists tested the effects of acupuncture on 638 sufferers of chronic back pain. The trial, called Spine (Stimulating Points to Investigate Needling Efficacy), was the largest scientifically meaningful acupuncture study ever carried out.

Sunday, May 10, 2009

Hospital de Faro: mais uma vez

O Hospital de Faro é muito mediático. Seja pelas urgências hospitalares esgotadas no Verão. Seja pela falta de médicos. Seja pela falta de condições logísticas no atendimento de doentes. Seja pela degradação das suas infraestruturas. Ou seja, o Hospital de Faro é tristemente célebre!

Mais uma vez, parece seguir no caminho sinistro: A Inspecção-Geral de Actividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de inquérito para avaliar se as infecções com uma bactéria resistente à maioria dos antibióticos estão relacionadas com a morte de oito pessoas no Hospital de Faro.

Depois, admiram-se que isto aconteça: Os números da IGAS, baseados sobretudo nos registos dos livros de reclamações, em 2008, revelam que o número de reclamações apresentadas nos hospitais e centros de saúde, públicos e privados, sofreu um aumento de 17 por cento, subindo para 46.414 as 39.652 queixas que tinham sido apresentadas no ano anterior.

Mas, apesar do inquérito do IGAS, já há alguém responsável no Hospital de Faro que não tem pejo em afirmar isto: "Tenho a certeza que nenhuma foi directamente causada pela Clostridium. Outras patologias foram a causa primária destas mortes".

Continuem assim, que o Ministério da Saúde vai continuar a ver aumentar o número de reclamações, e pior, daqui a pouco, o número de processos em Tribunal, quer contra o Estado, quer contra os próprios profissionais de saúde, vão crescer exponencialmente. É só uma questão de tempo.

Thursday, May 07, 2009

Excessos

Não é novidade, mas não é bonito, que isto se tenha tornado em ritual: O cortejo e a serenata da Queima das Fitas em Coimbra levaram aos Hospitais da Universidade 127 estudantes, sendo 86 casos de excesso de álcool.

Mesmo que se assuma a tradicional postura politicamente correcta: A Comissão Organizadora da Queima das Fitas 2009 lamenta que estas situações se repitam todos os anos.

Mas pior, parece que os "apoios" têm um efeito preverso: Os consumos excessivos não se verificam apenas e só por ser a Queima das Fitas, «ao longo do ano também há consumos abusivos». Há, no entanto, um controlo maior, «o apoio que lhes é dado é superior» na medida em que são disponibilizados diversos meios de socorro, como por exemplo o INEM, o reforço policial nas estradas, proporcionando assim um sentimento de segurança nos próprios jovens.

Mais comentários, para quê?

Tuesday, May 05, 2009

A fanfarronice de Correia de Campos

Correia de Campos adora estar nos media. Correia de Campos adora os cadeirões do poder. Correia de Campos gosta de se mostrar. Vejamos (edição de 5 de Maio de 2009) no que dá, esta ansia de protagonismo: Se se tivesse concretizado o investimento anunciado em Janeiro de 2006 por três ministros e um secretário de Estado, Portugal pertenceria hoje ao restrito número de países do mundo com capacidade de produzir vacinas antigripais.

Em 2006, lá estava para aparecer no telejornal do dia: Correia de Campos, Manuel Pinho e Mariano Gago a assistir à assinatura do protocolo de entendimento entre a Medinfar e a Agência Portuguesa para o Investimento.

E agora, o que diz o sempre presente Correia de Campos: Segundo o relato do ex-ministro, foram os responsáveis da empresa que manifestaram ao Governo a intenção de avançar para uma fábrica que pudesse produzir 800 mil vacinas por ano para a gripe sazonal e que, ao mesmo tempo, estivesse desde logo preparada para readaptar a sua produção às necessidades de responder a uma pandemia, assim que fosse conhecida a estirpe do vírus em causa. "Nós só nos podíamos associar a esta intenção, já que não investíamos um cêntimo, e apenas nos comprometíamos a comprar, em caso de pandemia, as vacinas que ali fossem produzidas, e a preço de mercado", sublinhou.

Para nós, só faz sentido inaugurar algo, quando algo está pronto a funcionar. Ou se quiserem, quando algo está a começar a ser construído. Para Correia de Campos e também para José Sócrates, a ansia de mostar coisas é tanta, que até se prestam ao triste espectáculo de irem atrás de boas intenções. Mas, como se costuma dizer, de boas intenções está o inferno cheio!

Sunday, May 03, 2009

Gripe A ou a Teoria da Conspiração

Sem espanto lemos isto: The head of the World Health Organisation hit back at critics who have accused it of an over-reaction to the swine flu crisis warning that it may return ”with a vengeance” in the months ahead.

Ou seja, a Dra. Margaret Chan está a ser acusada de mais papista do que o Papa, ou se quiserem de overreacting. Mas, será que a Dra. Chan está mesmo a ser exagerada? Vejamos os impactos do swine flu, ou se quiserem da Gripe A, até este momento:
  • As of 0600 GMT, 3 May 2009, 17 countries have officially reported 787 cases of influenza A(H1N1) infection.
  • Mexico has reported 506 confirmed human cases of infection, including 19 deaths.
  • The United States Government has reported 160 laboratory confirmed human cases, including one death.
  • The following countries have reported laboratory confirmed cases with no deaths - Austria (1), Canada (70), China, Hong Kong Special Administrative Region (1), Costa Rica (1), Denmark (1), France (2), Germany (6), Ireland (1), Israel (3), Netherlands (1), New Zealand (4), Republic of Korea (1), Spain (13), Switzerland (1) and the United Kingdom (15).

Ou seja, será que não estamos perante uma mega-operação mediática, para mera distração de vários outros assuntos? Será que o ébola ou a tuberculose não causarão mais mortes e mais doentes, do que a Gripe A?

Não queremos ser desconfiados. Queremos ser apenas atentos!