Já aqui escrevemos sobre a eventual morte de doentes no Hospital de Faro, motivada por infecções adquiridas em ambiente hospitalar. Da parte do hospital, foi dito que houve doentes que faleceram, mas por causas distintas do Clostridium Difficile.
Mas, afinal, parece que os factos começam a desmentir a versão dos Senhores que assumem responsabilidades no Hospital de Faro (será que assumem?). Pois afinal: Faro: Paciente morreu mesmo com Clostridium Difficile.
Mas, ainda assim, os Senhores que parecem assumir a responsabilidade do Hospital de Faro continuam a negar os factos: O Hospital de Faro esclareceu hoje que o paciente de 74 anos falecido a 16 de Maio e em cuja certidão de óbito se indica uma infecção por "Clostridium Difficile", não contraiu "seguramente" esta bactéria multi-resistente naquela unidade hospitalar.
Então, a certidão de óbito passada por um médico (parece que a Lei assim obriga) diz uma coisa, que o Hospital de Faro nega! Em que é que ficamos, Senhores Doutores?
Diz a Médica Responsável (será mesmo responsável?): Helena Gomes, directora clínica do Hospital de Faro, referiu à agência Lusa que o paciente já tinha essa infecção 40 dias antes da morte, nomeadamente quando foi internado, altura em que lhe foi diagnosticado esse problema.
Depois, é um conjunto habitual de chorrilhos de lavar as mãos como Pilatos:
- Segundo Helena Gomes, esta infecção "não foi contraída garantidamente" no Hospital de Faro, já que lhe fora diagnosticada na altura do internamento.
- Durante a permanência no hospital, o doente, apesar dos cuidados clínicos prestados, foi tendo "outras complicações resultantes da sua situação clínica complexa", adiantou, observando que ocorreu uma "falência multiorgânica que não tem uma relação directa com a ´Clostridium Dificcile".
No fundo, coitado de quem precisa de ir ao Hospital de Faro. Não apenas por mais este caso, mas por um largo histórico de questões muito mal explicadas, mas em que claramente os doentes são os que perdem sempre.
Mais importante, seria que os doentes vítimas deste tipo de tratamento, se organizassem para levar a Tribunal, quer o Estado, entidade máxima responsável pelo Hospital de Faro, quer os vários responsáveis clínicos e administrativos. Até lá, e se não houver constestação jurídica, os irresponsáveis manter-se-ão.