Saturday, February 28, 2009
Tabaco: o ataque continua
Thursday, February 26, 2009
A avaliação dos médicos
- Carlos Arroz - secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos - declara-se favorável desde que sejam reconhecidas as especificidades do sector e acrescenta que tem sido o Ministério da Saúde a travar as negociações.
- Mário Jorge Neves - da Federação Nacional dos Médicos - manifesta-se preocupado com a eventual aplicação aos médicos de um modelo de avaliação equivalente ao da restante Administração Pública.
- Particularmente critico dos planos do Governo para a avaliação dos médicos por objectivos declara-se Paulo Mendo. O antigo ministro da Saúde de Cavaco Silva sustenta que o desempenho dos médicos já é fortemente escrutinado e considera que o Governo procura distrair o país dos verdadeiros problemas recorrendo a temas fracturantes.
É difícil que Portugal venha a evoluir no sentido positivo. Nem os profissionais gostam de ser avaliados. Nem o governo sabe avaliar os seus funcionários.
Wednesday, February 25, 2009
Obama e o universal healthcare II
- President Barack Obama will ask Congress to set aside $634 billion over 10 years to help pay for an overhaul of the nation’s health-care system.
- About half the money will come from cost cuts in the Medicare and Medicaid programs and the other half from tax provisions.
- The tax changes would limit deductions for wealthy tax payers.
- “The cost of our health care has weighed down our economy and the conscience of our nation long enough,” Obama told a joint session of Congress.
- Obama has set a goal of reducing the nation’s spending on health care and getting more of the nation’s uninsured covered.
Disse o Poeta, que "o sonho comanda a vida". Contudo, não acreditamos em milagres, sejam de que tipo forem. No país em que se gasta mais em serviços de saúde, o Presidente Obama quer aumentar o nível de serviços aos que não os têm, e simultaneamente reduzir os custos globais de saúde.
A quadratura do círculo!
Tuesday, February 24, 2009
Monday, February 23, 2009
Contabilidade criativa na Saúde
Sunday, February 22, 2009
As aparências iludem
Depois, veio a Ministra Ana Jorge promover o PIO (Programa de Intervenção em Oftalmologia). E os resultados foram estes:
- 83 255 operações realizadas em 2008, mais do que as 56 458 registadas em 2007.
- Governo, que gastou 28 milhões de euros para reduzir, em seis meses, o número de doentes a operar.
Contudo, resta ainda isto:
- Um total de 26 941 portugueses esperava, a 31 de Dezembro de 2008, por uma operação às cataratas.
Se o PIO foi um programa extraordinário e não deve ser encarado como um programa de trabalho normal, o que irá acontecer quando se acabar o PIO?
Para o Senhor Bastonário dos Médicos, a opinião não é igual: Pedro Nunes, garante que há "desvio de recursos" e que a ida dos doentes a Cuba foi "propaganda política".
Dias difíceis, continuarão a esperar os portugueses.
Thursday, February 19, 2009
Partos no sector privado
Wednesday, February 18, 2009
Estudos da Entidade Reguladora da Saúde
- Foram inquiridos 1.031 utentes dos 101 Centros de Saúde (em média, 10,2 por Centro), tendo a selecção dos utentes sido aleatória, desde que o utente cumprisse as seguintes condições: (i) estar no Centro de Saúde com uma consulta médica programada (não urgente), previamente marcada; (ii) ter 15 ou mais anos de idade.
Seleccionar apenas 10 utentes que visitam cada um dos Centros de Saúde, não é um método adequado para depois tirar conclusões de que a acessibilidade dos Centros de Saúde é boa. Até porque, é caso para se perguntar, porque é que as pessoas que não vão aos Centros de Saúde, não têm o direito de ser inquiridas?
Este é mais um estudo que vai branquear muitas situações degradantes e degradadas, em múltiplos Centros de Saúde, por esse Portugal fora.
Só com críticas, não vamos longe. Mas, com branqueamento de situações menos boas, também nunca alcançaremos a desejada melhoria.
Mais adiante, voltaremos á leitura deste "estudo de mercado".
Thursday, February 12, 2009
Portugal Prozac
- Nos últimos cinco anos, houve progressos na prestação de cuidados médicos a crianças e jovens, mas o indicador de saúde mental registou um agravamento.
- «O consumo de ansiolíticos e antidepressivos ou as taxas de suicidio está a agravar-se e temos um consumo exagerado».
Será que são mais preocupantes as razões que conduzem a um suicídio, ou as razões que podem levar um doente terminal a pedir a eutanásia?
Nós temos uma opinião e uma prioridade muito clara.
Wednesday, February 11, 2009
Eutanásia: a última prioridade
Sunday, February 08, 2009
Tratamento oncológico sem auditoria
- Especialistas em oncologia, reunidos na Assembleia-Geral da Sociedade portuguesa de Oncologistas, divulgam Carta de Princípios em que alertam para o “desperdício e a ineficiência” na utilização de recursos na luta contra o cancro em Portugal.
Gastamos globalmente cerca de 10% do PIB em saúde. É demasiado para o nível de resposta obtido. Espanha gasta cerca de 8% do seu PIB, e tem um nível de resposta melhor do que nós.
Contudo, é preciso ter em atenção que o desperdício e a ineficiência dos gastos em saúde dão jeito a muita gente!
Ainda que este alerta dos especialistas de oncologia tenha um outro enfoque:
- Para os autores do documento, "o desperdício dos recursos deve-se à incapacidade e à inexperiência por parte de alguns profissionais face à abordagem diagnóstica e terapêutica dos doentes com vários tipos de tumores".
- Os dados que se dispõe, nomeadamente os dos resultados obtidos em cada região e instituição, são na opinião destes especialistas "escassos e em regra pouco completos e fiáveis".
Ou seja, há pouco nível de controlo de gestão e pouca especialização da oferta de saúde na área oncológica. Nada de surpreendente.
Mas, também há aspectos positivos:
- Enfatizam o alargamento da cobertura em cuidados especializados através da descentralização da prestação de serviços, o incremento da formação dos profissionais e uma melhor organização das instituições.
Aguardemos por melhores dias.
Thursday, February 05, 2009
A ansia de protagonismo de Correia de Campos
- O ex-ministro da Saúde António Correia de Campos admite a existência de «excessos» e até de «fraudes» no sector, classificando-as como «perfeitamente normais».
- «O que o gestor máximo tem de fazer é estar atento e ter mecanismos de intervenção», disse, recordando o sucesso da mediação que fez em 2005 quando, numa cerimónia pública no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, revelou que a nova direcção desta instituição, onde foram registadas fraudes com o aprovisionamento, estava a receber ameaças de morte.
Oh Senhor Professor Correia de Campos, se tem conhecimento de fraudes no sector que tutelou até há um ano, deve denunciá-las, sob pena de parecer ser conivente com elas!
Porque será que a imagem da classe política portuguesa anda pelas ruas da amargura? Apenas e só, porque não têm espírito de serviço público, assim como não se controlam para estarem sempre no púlpito.
Melhores dias virão.
Wednesday, February 04, 2009
Obama e o universal healthcare
Monday, February 02, 2009
Sunday, February 01, 2009
Palavras malditas: negligência médica
- A Inspecção-Geral das Actividades de Saúde movimentou 2388 processos de natureza disciplinar e pré-disciplinar, em 2007.
- Se tivermos em conta que só no livro amarelo o mesmo ano registou 39 652 reclamações (metade direccionadas aos médicos), percebemos a abissal distância entre a sociedade civil e o resultado das suas queixas.
Ou seja, das quase 40.000 reclamações feitas por doentes e familiares, apenas foram levadas a sério pelo IGAS, cerca de 5% das reclamações. As restantes 95% foram para o lixo! Dito isto, valerá a pena reclamar?
Vejamos mais: Em termos práticos, no ano de 2007 aplicaram-se 62 penas disciplinares, a maioria de repreensão escrita (e não dependente de prévio processo disciplinar), dirigidas em 60% aos médicos. Em causa esteve a assiduidade, as deficiências e omissões nos registos clínicos e a assistência médica.
E isto, ainda constrange mais: Mas no mesmo relatório anual de actividades do IGAS não se diz quantos casos de negligência médica foram, de facto, provados. Aliás, palavras como erro e negligência médica praticamente não aparecem. Quando muito, fala-se em "alegada assistência negligente".
Pior é ainda o que se diz aqui: "Há uma diferença grande entre existir negligência e prová-la. Na maioria esmagadora das vezes, não se prova a negligência. É muito difícil", atalha Pedro Nunes, acrescentando que, "numa percentagem muito elevada, há uma relação de igualdade, sendo a voz de um contra a de outro".
Naturalmente que há também um grave problema, de que não se fala neste artigo, que é o facto de os doentes não terem na maioria dos casos, apoio judiciário para se defenderem perante uma classe importante, mas demasiado poderosa, numa sociedade portuguesa ainda com tiques feudais!
Ou seja, há uma grande oportunidade para os jovens advogados começarem a defender os interesses dos doentes fragilizados e mal tratados. É que para o Bastonário da Ordem dos Médicos, negligência é isto: "sendo a negligência a falta de prestação de cuidados".
Nós, que não somos juristas, achamos que a simples falta de prestação de cuidados, não é a única fonte de negligência médica. Negligência médica pode ser o que aqui se escreve: falta de diligência, preguiça, incúria, desmazelo, desleixo.
A informação será a arma dos doentes objecto de negligência médica.
Post Scriptum: não temos nada de especial contra os profissionais médicos, não podendo contudo, classificá-los fora do âmbito dos outros cidadãos.