Perante isto: A avaliação dos médicos, que já existia, baseava-se num sistema de concursos. Agora passará a ser baseada nesta avaliação de desempenho, que classifica como relevante, adequada ou inadequada a prestação do profissional, mediante a confrontação dos objectivos fixados e dos resultados obtidos. Parece-nos que vamos ter mais uma ladaínha idêntica à avaliação dos professores.
Porquê que não se encara a avaliação em Portugal, de uma forma normal e habitual? Bem sabemos que o homem é um animal de hábitos, mas quem não se adapta à mudança não sobreviverá.
- Carlos Arroz - secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos - declara-se favorável desde que sejam reconhecidas as especificidades do sector e acrescenta que tem sido o Ministério da Saúde a travar as negociações.
- Mário Jorge Neves - da Federação Nacional dos Médicos - manifesta-se preocupado com a eventual aplicação aos médicos de um modelo de avaliação equivalente ao da restante Administração Pública.
- Particularmente critico dos planos do Governo para a avaliação dos médicos por objectivos declara-se Paulo Mendo. O antigo ministro da Saúde de Cavaco Silva sustenta que o desempenho dos médicos já é fortemente escrutinado e considera que o Governo procura distrair o país dos verdadeiros problemas recorrendo a temas fracturantes.
É difícil que Portugal venha a evoluir no sentido positivo. Nem os profissionais gostam de ser avaliados. Nem o governo sabe avaliar os seus funcionários.