Thursday, July 26, 2012

Gangues II

O SNS é uma grande empresa. O SNS funciona como se fosse um somatório de muitas lojas. Ou seja, em vez de ser gerido de forma orgânica, o SNS é mantido de pé, por força de muitos artifícios e jogadas. Estas são apenas mais algumas pontas do icebergPaulo Macedo diz-se convencido de que há negócios suspeitos nos hospitais, seja na aquisição de materiais clínicos, na prescrição de medicamentos ou nos meios complementares diagnóstico. Ficou também a saber-se que estão a decorrer investigações às ligações de médicos a clínicas privadas e também a casos de venda de dispositivos com variações de preço na ordem dos 100 por cento.


O Ministro Paulo Macedo sabe melhor do que ninguém o que dizMinistro quer reduzir custos com dispositivos médicos. Falta de "controlo", "custos crescentes" e "margens enormes". É desta forma que Paulo Macedo descreve uma área que terá de começar a sofrer cortes.

Wednesday, July 25, 2012

A balda no SNS continua

Há umas semanas, parece que vieram 4.000 médicos para a rua, manifestarem-se. Algumas das razões de insatisfação da corporação médica estava relacionada com más condições de trabalho e más condições de remuneração. Como os hospitais, as ARS's e a ACSS não sabem ou não querem saber o que é controlo de gestão, vem-se agora saber, o que já sabemos há muito:

  • No ano passado, o IGAS detectou 374 casos de médicos com vínculos a unidades dos Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que simultaneamente estavam contratados à tarefa, com regime de prestação de serviços, pelas mesmas entidades, de acordo com o relatório de actividades de 2011 da IGAS.
  • Actualmente ainda existem hospitais a pagar 60 euros à hora a médicos contratados à tarefa, o que significa o dobro do máximo estipulado há um ano pelo secretário de Estado da Saúde.
Perante isto, o que faz ou diz o sempre activo Bastonário da corporação médica? Assobia. O contribuinte tem que pagar.

Perante isto, o que fazem os chamados Administradores hospitalares? Fazem imensas reuniões de resultado nulo. O contribuinte tem apenas que lhe pagar os salários.

Perante isto, o que fazem as várias entidades de "controlo", as ARS's, a ACSS, o IGAS, a Secretaria Geral do Ministério da Saúde? Fazem imensas reuniões, cheias de "powerpoints". O contribuinte tem ainda assim, que lhes pagar os bem abonados salários.

É que, o financiador externo já saiu de jogo. Portugal paga à chamada "Tróika" cerca de 5% de juros sobre o crédito concedido. O contribuinte financia o Estado, gratuitamente, mesmo ficando progressivamente pobre e penhorado.

Que se saiba, a corporação médica não tem nenhuma manif marcada por esta razão.

Tarde ou cedo, a música muda. Garantidamente!

Tuesday, July 24, 2012

As esperadas duplicidades

Há muito se sabe, que muitos profissionais de saúde, trabalham em instituições públicas de saúde entre as 9h15m e as 12h30m. Logo após, encaminham-se para os seus negócios privados, quer sejam consultórios e clínicas próprios, quer sejam de outros. Não há novidade nenhuma. Contudo, e como temos afirmado inúmeras vezes, no Estado, não há a função de controlo de gestão. Só quando há denuncias, é que as chamadas entidades de inspecção e supervisão, se movem. Se não há denúncias, é sempre melhor ficar no escritório, pois há o bom do ar condicionado, e sobretudo, fazem-se aquelas coisas que os portugueses tanto gostam, reuniões de "faz de conta" e relatórios sem qualquer finalidade.

Desta vez, deve ter havido alguma pressão para que a chamada inspecção se movessePaulo Macedo, ministro da Saúde, ordenou que fosse efetuada uma análise à contratação de médicos em regime de prestação de serviços por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde. E claro, os resultados não são surpreendentes:

  • Foi apurado que muitos clínicos acumulam salários, estando vinculados ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e prestando também serviços no local de trabalho ou ainda em outros locais públicos.
  • “Foram sinalizadas situações de médicos que têm relação jurídica de emprego no SNS e que simultaneamente acumulam enquanto prestadores de serviço nos seus próprios serviços ou noutros”, afirmou a IGAS.
  • Conforme a análise, a 31 de dezembro de 2011, constavam 2938 contratos de prestação de serviços em unidades de saúde pública e em grande parte destas a renumeração não é tabelada de acordo com o valor/hora do serviço prestado.
  • Foram apenas quatro unidades em cada dez analisadas que confirmaram controlar todos os impedimentos de acordo com a legislação em vigor, a qual regula a contratação de médicos por meio da prestação de serviços.
Festa. Muita festa existe no chamado "Estado". Não é novidade. Os financiadores externos do Estado já se cansaram de o financiar, logo o Estado entrou em derrapagem. Os contribuintes mais válidos e jovens estão a emigrar em massa. A festa vai acabar mal. Com certeza.


A propósito, o que andam a fazer os chamados "Conselhos de administração" dos hospitais?

Sunday, July 22, 2012

A saúde é um bom negócio

Se assim não fosse, não haveriam vários candidatos à aquisição da HPP, que é o braço dos hospitais da Caixa Geral de Depósitos: Quatro interessados no negócio da saúde do grupo Caixa Geral de Depósitos deverão entregar hoje propostas de compra dos Hospitais Privados de Portugal (HPP).

Curiosamente, apesar de se constar que em Portugal está quase tudo falido, há gente por cá, com capacidade de aquisição dos hospitais da Caixa: dados como certos na apresentação da proposta vinculativa estão a Espírito Santo Saúde, e a Frontino Turismo, de Jaime Antunes. Também o grupo português Trofa e os brasileiros da Amil Assistência Médica deverão ser também candidatos à compra.

Curioso vai ser a forma de pagamento da HPP à Caixa. Será em dinheiro vivo? Ou será através de linhas de crédito, da própria Caixa? Estaremos atentos!

Wednesday, July 18, 2012

As esperadas boas notícias II

Por vezes, nada melhor do que não ter dinheiro, para se poder reduzir a despesa. Pode parecer duro, mas as sociedades mais ricas têm por vezes demasiada complacência, o que as torna despesistas e consumistas. Quantas vezes, não nos damos conta, num programa de televisão, ou num passeio pela rua, que há pessoas que gostam de exageros, apesar de muitas vezes, nem poderem sequer ter o essencial, quanto mais o excessivo.

Vejamos o extraordinário resultado para o Estado e para os contribuintes, resultante da política promovida pelo Ministro Paulo Macedo de quase imposição dos genéricos, através da obrigatoriedade do princípio da "denominação comum internacional":


  1. “Pela primeira vez, a quota de mercado dos medicamentos genéricos no mercado total ultrapassou os 60%, o que é um número que nunca tinha sido atingido”, disse Paulo Duarte na Comissão Parlamentar de Saúde.
  2. No mesmo mês, verificou-se um “maior aumento de quota de mercado nos medicamentos genéricos”, situando-se nos 6,7 pontos percentuais face a uma média anterior de 5,5 pontos percentuais. Para o vice-presidente da ANF, estes dados evidenciam que “a medida está a ter efeitos do ponto de vista do comportamento do mercado”. 
  3. Também neste mês, registou-se “a maior redução do preço médio dos medicamentos” desde o princípio do ano: 20,3% face aos preços praticados em Janeiro. Já o preço médio dos genéricos reduziu 51,2%.
  4. Sobre a evolução média dos preços dos medicamentos de marca, Paulo Duarte adiantou que, desde 2009, a variação não é significativa. “A redução tem acontecido praticamente a nível dos genéricos”, disse, comentando: “No fundo, são os genéricos que estão a contribuir para as poupanças” na despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em ambulatório, que reduziu 316,4 milhões de euros em 2011, enquanto a despesa no sector hospitalar subiu 12,8 milhões de euros. 
Claro está, que pelo caminho ficarão alguns danos colaterais:
  • O responsável alertou que “as dificuldades das farmácias estão a tornar-se cada vez mais as dificuldades dos utentes conseguirem aceder aos medicamentos”. Dados da ANF divulgados por Paulo Duarte na comissão indicam que, desde Abril, o mercado tem reduzido mais de 10% em valor, com aceleramento a partir de Junho. “Em Junho tivemos uma redução de mercado de 16% e em Julho de 14,5%”, um valor estimado com base nos primeiros 15 dias de mercado. Em termos de unidades não há variações significativas e em termos de despesa pública do SNS verifica-se, até agora, uma redução de 8,1%, adiantou
Falta dizer que alguns laboratórios farmacêuticos multinacionais a operarem em Portugal, provavelmente deixarão o país em breve, pois este mercado passará a ser absolutamente marginal e desinteressante.

Tuesday, July 17, 2012

An AED (Automated External Defibrillator)

Heart disease is the foremost cause of death for both men and women in the United States. Heart disease can lead to sudden cardiac arrest, which will produce death without medical intervention. Proper use of an automated external defibrillator (AED) increases the chance of survival for a person experiencing cardiac arrest. An AED is a portable, battery-operated device that is able to check a person’s heart rhythm via adhesive electrodes that communicate with the AED’s internal computer. If needed, the AED can deliver an electric shock to the person’s heart. Administering an electric shock to the heart may be necessary in order to restore the heart’s normal rhythm. When a person suffers from sudden cardiac arrest, his or her heart develops an abnormal heart rhythm known as an arrhythmia. This arrhythmia causes the heart to stop beating and the afflicted person will pass out. Thus, restoring a normal rhythm is imperative to reestablishing blood and oxygen flow to the individual’s brain and vital organs.

Monday, July 16, 2012

Crimes impunes

Portugal está falido e sem soberania, mas não é por mero acaso. Este é apenas mais um dos factos que suporta a racionalidade da falência da naçãoPortugal gastou há seis anos 22,58 milhões de euros na compra de 2,5 milhões de doses de vacinas Tamiflu que não tiveram qualquer utilidade, destaca o Correio da Manhã desta segunda-feira denunciando que o produto está a apodrecer em armazém.


Pior, o contribuinte que já está sem forças, nem sequer tem o direito a ser informado: De acordo com o jornal, que refere tratar-se de um negócio «secreto», também não são revelados pormenores do contrato assinado com o laboratório fornecedor da vacina.

Thursday, July 12, 2012

Onde estão os milhões ganhos no passado?

Quem gere um negócio, tem que saber gerir os altos e os baixos do mesmo. Não há muito tempo, transaccionavam-se farmácias de oficina a 5, 6 ou mais vezes, o valor da sua facturação. Para que não fiquem dúvidas, transaccionavam-se farmácias por 5 ou 6 milhões de euros, que não chegavam a facturar 1 milhão por ano. E quem comprava, achava que tinha feito um grande negócio.

Como o Estado português foi forçado a gerir melhor o interesse público, por imposição dos seus credores internacionais, passou a saber gerir melhor a sua relação com o retalho farmacêutico. Claro, os donos de farmácia que ganharam milhões durante mais de uma década, agora não sabem o que fizeram ao dinheiro ganho. Perante este cenário expectável, agora só falta pediram um bailout ao amigo EstadoMais de 1100 farmácias têm actualmente os fornecimentos suspensos e a situação económica é de tal forma insustentável que não permite cobrir os custos fixos na maioria destes estabelecimentos.

De facto, quem não sabe ser merceeiro, deve fechar a loja. Quando os lucros eram grandes, e foram-no durante mais de uma década, ninguém se queixava. Aliás, parece que fecharam nos últimos 2 anos, centenas de restaurantes, de fábricas, ou até milhares de empresas de serviços, mas há sempre quem se queixe, mas tenha dinheiro suficiente para pagar consultoria muito bem paga,  para pedir ajuda: As farmácias "defrontam uma situação económica em que a atividade normal não permite cobrir os custos fixos numa maioria de farmácias", conclui um estudo da Nova School of Business & Economics, coordenado pelo economista e especialista em Saúde Pedro Pita Barros, que está a ser apresentado hoje na Associação Nacional das Farmácias.


Será que ainda vamos assistir a uma ajuda especial, vulgo bailout, ao sector farmacêutico com o beneplácito da Tróika, e à semelhança da banca? Em Portugal, tudo é possível.

Tuesday, July 10, 2012

FDA Approves First At-Home HIV Test

This past May an FDA advisory panel unanimously approved a test for HIV that people can perform at home. Relatively easy to use, the at-home test could greatly increase the number of people being tested for HIV, and thus enable treatment for many who would otherwise remain undiagnosed. The test, called OraQuick and made by Pennsylvania-based OraSure Technologies, works by detecting antibodies generated as part of the body’s response to HIV-1 or HIV2 viruses. A testing stick includes a flat pad at the end which the user uses to swab the upper and lower gums. The pad is then placed in a developer vial for 20 to 40 minutes after which, like a pregnancy test, one or two lines are formed: one line is negative, two lines indicates the presence of antibodies to HIV-1 and/or HIV-2.

Thursday, July 05, 2012

As esperadas boas notícias

Toda a gente sensata sabia que havia um conluio para evitar a redução da despesa com medicamentos. Havia muitos interessados. Indústria farmacêutica. Médicos frequentadores de Congressos em águas tropicais. Luís Filipe Pereira iniciou a batalha dos genéricos sem sucesso. Correia de Campos teve um pouco mais de sucesso. Agora, finalmente lemos isto:

  • A despesa do Estado e dos utentes com medicamentos genéricos desceu 24% em junho, a maior quebra dos primeiros seis meses desde ano.
  • Desde 1 de junho que nas receitas apenas pode constar o nome da substância ativa e não as marcas.
  • "O sistema está em vigor e não temos registado situações complexas. As farmácias e os médicos têm atuado para dar o melhor aos utentes. Junho superou todas as expectativas", reforçou Paulo Duarte (da ANF).
Tal como havíamos dito por aqui, o Dr. Paulo Macedo havia de trazer gestão à saúde. Este é um farol à vista. Esta é uma das maiores batalhas que se trava no sector da saúde em Portugal. Está a ser ganha, sem surpresa, mas com muito esforço.

Monday, July 02, 2012

O descontrolo total II

A despesa com medicamentos ultrapassa os 20% da despesa total com a saúde. Os medicamentos são vitais para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Contudo, importa disciplinar todos os operadores que actuam no domínio do medicamento, como sejam: a Indústria farmacêutica, o retalho farmacêutico (vulgo farmácias de oficina), os médicos, os farmacêuticos e os hospitais. Até porque a entidade reguladora parece que insiste em passar despercebida, isto é, não quer fazer a sua função.

Vejamos a calamidade que vai pelo domínio dos medicamentos:

1As investigações desencadeadas pela Inspecção- -Geral das Actividades em Saúde (IGAS), em 2011, em 50 clínicas dentárias detectaram a utilização de medicamentos fora de prazo em 12 clínicas.

2Instigado a comentar a centena de processos instaurados pela IGAS nos últimos três anos, que dá conta de casos de fraude, corrupção e infrações conexas, Paulo Macedo achou "normal haver processos em curso". "O que acho anormal é o mesmo tipo de fraude se repetir", afirmou. O relatório da IGAS dá conta de irregularidades como a apropriação indevida de dinheiros públicos (36 por cento), a eventual fraude na prescrição e aviamento de medicamentos (18 por cento) e irregularidades financeiras na aquisição de serviços (12 por cento).


3Pelo menos 50 médicos são suspeitos de integrarem estruturas criminosas de fraudes em medicamentos similares à agora desmantelada pela Polícia Judiciária (PJ). A investigação alarga-se a todo o país. A informação surge no âmbito de uma nova fase de cooperação e troca de informações com o Ministério da Saúde. Mas também nasce na sequência do processo 'Máfia das Farmácias', conjugado agora com 10 detenções e mais duas constituições de arguidos, indiciados por burla superior a 50 mil euros, explica o Jornal de Notícias.

4O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento, Jorge Torgal, vai abandonar o cargo a um ano do fim do mandato, mas mantém-se em funções até ser substituído. A fonte do Ministério da Saúde afirmou que ainda não foi nomeado um conselho de administração, que terá três gestores em vez de cinco, como até agora. Acrescentou desconhecer se a demissão dá lugar ao pagamento de uma indemnização.


Ainda há quem se admire de Portugal estar falido e estar entregue à Finança Internacional. A maior parte das elites políticas, empresariais e sociais, quer ser rica, rapidamente e sem esforço, beneficiando do absoluto relaxe das autoridades, em particular de quem tem como principal incumbência o controlo do bem público.