Lê-se aqui, que "O Governo aprovou esta quinta-feira um decreto que determina que o trabalho extraordinário praticado por médicos em urgências seja pago com base no regime de dedicação exclusiva com horário de 42 horas semanais para a respectiva categoria e escalão". Ou seja, "a alteração do regime remuneratório do trabalho extraordinário dos médicos, tendo em vista a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde".
Gostamos que a pretensa sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, seja garantida por outros entidades, para além dos seus pagadores (trabalhadores e empresas). O processo de contenção de custos, do Professor Correia de Campos, iniciou-se na área dos medicamentos, agora entra pela área dos médicos.
Na mesma notícia, diz-se "Os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) possuem dois regimes de trabalho: 42 horas semanais, o que corresponde a dedicação exclusiva aos serviços públicos, e de 35 horas semanais, que não implica trabalhar exclusivamente para o SNS".
Numa outra notícia, registamos a reacção de um dos Sindicatos de médicos, "O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) admite recorrer a uma greve em resposta ao fim do pagamento pela tabela máxima das horas extra em urgência para todos os médicos, hoje aprovado pelo Governo". E diz até o Sindicato que "considera «eticamente insustentável» que o Governo revogue o anterior decreto- lei (que garantia o pagamento a todos os médicos das horas extra em urgência pela tabela máxima)".
Para finalizar, registamos esta tirada do SIM, "Temos mantido uma atitude digna de considerar o interesse do país e, por esse facto, merecíamos do senhor ministro da Saúde e do Governo outro comportamento, mais ético, mais digno, mais educado e mais democrático". Será que os Senhores Doutores merecem um tratamento diferente dos outros portugueses? Alguém que responda.