Controlo de gestão no SNS? Onde? Por quem? O que andam a fazer o IGAS, as entidades reguladoras, as ARS's? Provavelmente, a ganharem a vida. Que é como quem diz, a levarem os saláriozinhos para casa, mas sem o cumprimento adequado das suas funções. Estas são mais algumas provas que suportam esta nossa velha ideia:
1. Há fortes indícios de que tanto nas unidades do Serviço Nacional de Saúde como no âmbito da clínica privada com convenções com a ADSE estejam a ser emitidos atestados médicos “sem evidência de acto/contacto clínico, omissão que pode, eventualmente, sugerir a emissão de atestados de complacência”.
2. O relatório entende, ainda, que para evitar situações de fraude estes atestados e os correspondestes registos clínicos deviam ser feitos por via electrónica “com carácter obrigatório, impondo a realização de uma consulta prévia associada à sua emissão”.
3. A ausência de controlo sobre a prescrição em doentes crónicos, receitas sem assinatura do beneficiário e medicamentos substituídos na farmácia contra vontade do médico prescritor foram algumas das irregularidades detetadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
4. Está a ser difícil contabilizar o número de abortos realizados em Portugal. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde veio contrariar os dados da Direção-Geral de Saúde, apresentando uma diferença de 254 interrupções voluntárias da gravidez.
Como dizia Eça, "Portugal parece ser um sítio mal frequentado". Num país, em que os médicos passam a eles próprios atestados ou baixas médicas. Num país, em que duas entidades pertencentes ao Ministério da Saúde não sabem contar abortos. Tudo é possível. A festa vai acabar mal. Como sempre aconteceu no passado.