Há muito tempo que se vai escrevendo por aqui, que não há gestão no chamado SNS. Antes, há uma tentativa de apresentar uns slides, sob a forma de "powerpoints", e tentar parecer que "os números dêem certo". Naturalmente que quem sabe um pouco de gestão, e em particular de contabilidade, chega ao ponto de achar ridícula a forma como se "martelam" as contas. Isto é, usa-se e abusam-se das alterações das regras contabilísticas, em anos consecutivos, apenas e só, para parecer que não há possibilidade de comparação de contas. Amadores. Puros amadores, que caiem fácilmente perante pessoas com alguma experiência. Mas, amadores com apoio político. Logo, amadores armados em profissionais. Aprendizes de feiticeiros.
Vejamos alguns dos amadores a serem apanhados:
1. O
Tribunal de Contas (TC) dá nota negativa à Administração Central do Sistema de
Saúde (ACSS) no que toca ao exercício das demonstrações financeiras do Serviço
Nacional de Saúde. "A
análise à consolidação de contas do Serviço Nacional de Saúde de 2009 permitiu
identificar que as demonstrações financeiras da entidade ACSS não expressam a
totalidade dos direitos e obrigações, nem dos custos e proveitos gerados, o que
provoca distorções quando se procede à agregação das demonstrações financeiras
das entidades que integram o SNS". O
TC lembra que, para 2009, a ACSS reportou um défice consolidado do SNS de 375
milhões de euros que foi corrigido, entretanto, pelo tribunal para um défice de
663 milhões, mais 77%.
2. O reforço do controlo do
endividamento do Serviço Nacional de Saúde é a tónica da auditoria do Tribunal
de Contas, que detetou um aumento da dívida entre 2008 e 2010 em 117 por cento
para os 2,9 mil milhões de euros. O tribunal faz várias recomendações, entre
elas a responsabilização direta dos administradores dos hospitais, com demissão
em caso de incumprimento.
3. A Administração Central do
Sistema de Saúde (ACSS) não controlou os hospitais do sector administrativo
público (SPA) e a Direcção-geral do Tesouro e Finanças descuidou o controlo dos
hospitais-empresa (EPE). As críticas partem do Tribunal de Contas que não deixa
de fora a Direcção-geral do Orçamento (DGO).
Coitados dos contribuintes que ainda pagam impostos. Julgam que estão a ajudar Portugal, mas afinal remam contra uma maré de incompetentes e até eventuais corruptos.
Post Scriptum: note-se que o Presidente da ACSS em 2009, é o actual Secretário de Estado da Saúde.