Os predadores do SNS são intermináveis. Não são de hoje. São de ontem. Serão de amanhã, até que os financiadores da dívida externa o permitam. O "tic-tac" do relógio aumenta, e os financiadores esticam a corda. Enquanto a corda não parte, os predadores sugam ao máximo a presa. A presa chama-se Portugal e é suportada pelo contribuinte que trabalha e paga impostos (e que não pode fazer voar os seus rendimentos para um off-shore próximo). Vejamos estes sugadores "legais":
- Há médicos de hospitais EPE em licença sem vencimento da Função Pública a exercer as mesmas funções no posto que ocupavam, mas com contrato individual de trabalho e um salário quase dobrado.
Há falta de médicos em Portugal? Porque será que o Estado, que tem falta de médicos, aceita atribuir-lhes licenças sem vencimento?
O tráfico é tão grande, mas ainda assim tão amadorístico, que chega a este requinte:
- Os profissionais em regime de funções públicas podem optar temporariamente por um contrato individual de trabalho desde que lhes seja concedida licença sem vencimento, depois de os conselhos de administração terem feito o "reconhecimento casuístico do interesse público" dessa licença.
O órgão sindical da classe médica, ainda concede que esta é uma prática "imoral":
- Apesar de legal, é "imoral", reage Merlinde Madureira, da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), segundo a qual o caso era prática regular em vários EPE. Os médicos paravam as funções públicas e mantinham-se nos postos, com remuneração equiparada à do regime de exclusividade, o que, para muitos, equivale a quase o dobro do ordenado por mais cinco horas de trabalho semanal.
Ainda dizem que Portugal está falido. Ainda dizem que Portugal está em crise. Ainda dizem que é preciso pagar impostos. Deveríamos deixar de pagar impostos, de forma organizada e sistemática. Isso sim, seria uma atitude patriótica, pois seria a única forma de parar os sugadores da presa.