Wednesday, April 16, 2008

A Unidade de Missão em turbulência

Os cuidados primários têm sido uma prioridade do Ministério da Saúde, nos tempos de Correia de Campos e também de Ana Jorge.

Abriram-se novas Unidades de Saúde Familiar (pomposamente chamadas, para nos distrairem dos velhos Centros de Saúde), mas na essência ainda existem múltiplos Centros de Saúde pelo país fora, sedeados em prédios de habitação, sem acessibilidades para idosos ou deficientes e com falta de recursos humanos e de equipamentos vários.

Contudo, no topo da Unidade de Missão dos Cuidados Primários, luta-se pelo poder, seja lá o que isso fôr! Vejamos o que aqui se relata:
  • Oito dos doze elementos da equipa nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP) foram demitidos hoje pela ministra da Saúde.
  • Isto acontece um dia depois de Ana Jorge se ter reunido com a missão que solicitou a apresentação de um plano estratégico para a criação dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES). Uma reforma que o coordenador nacional, Luís Pisco, confessou ser “incapaz” de levar por diante.
  • Na semana passada, Luís Pisco comunicou à ministra a intenção de se demitir do cargo, depois de na véspera ter informado os seus pares de que estaria de saída por considerar que não tinha “condições”, segundo disse, “por culpa própria para ir ao encontro da implementação dos ACES”, uma reforma que o Ministério considera “prioritária”, de acordo com decorações feitas hoje ao PÚBLICO pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
  • Perante a crise instalada na equipa de Luís Pisco, a ministra convocou ontem todos os representantes da missão a quem pediu “colaboração” e terá mesmo apelado para que tivessem em conta o que está em jogo
  • “Em menos de 24 horas, a ministra fez uma rotação de quase 180 graus, disse ao PÚBLICO um médico que integra a equipa nacional da missão e que esteve na reunião de ontem.
  • O secretário de Estado da Saúde, que não se recusou a revelar as razões que levaram a ministra demitir a equipa, assegurou que o ministério fez “tudo o que podia e não podia” para suster a crise. Pizarro deixou elogios para a equipa. “Não temos nenhuma crítica a fazer a ninguém”, declarou Manuel Pizarro, reconhecendo que “há pessoas que vai ser muito difícil substituir”.

É de facto difícil ser governado em Portugal! Quando é que seremos governados por pessoas com bom senso?