Há vários equipamentos médicos, que apesar de serem necessários a vários doentes, só justificam o seu investimento se implicarem uma avaliação cuidadosa do seu investimento.
É que os custos inerentes à saúde não podem ser ilimitados, ainda que se vá afirmando que "a saúde não tem preço"! A saúde tem custos cada vez maiores e a nossa sociedade tem que analisar diferentes cenários alternativos: 1) investir mais em prevenção? 2) investir na reabilitação das infraestrturas que já existem? 3) investir em novos equipamentos? 4) investir numa maior dispersão geográfica de serviços?
Parece-nos que este investimento deveria estar muito suportado em estudos de avaliação de investimento sólidos: A decisão de lançar um concurso público internacional para a construção de uma Unidade de Radioterapia no Hospital do Espírito Santo resulta da recente autorização dos ministérios da Saúde e das Finanças, após «diversos anúncios nunca concretizados por falta de enquadramento financeiro».
Dão-nos algumas ideias sobre o investimento:
- O investimento total previsto ronda os sete milhões de euros, em equipamentos (dois aceleradores lineares, TAC de simulação, sistema de planeamento computorizado, entre outros) e na adaptação do espaço físico para acolher a Unidade de Radioterapia.
- Por ano, devem ser tratados 900 a 1400 doentes de toda a região Alentejo, pretendendo a unidade promover a «multidisciplinaridade entre as várias especialidades, articulada com os principais centros de referência nacionais e estrangeiros».
Talvez esta Unidade de Radioterapia venha a ser útil e rentável, mas seria necessário avaliar se outros equipamentos de radioterapia que existem em Portugal estão devidamente rentabilizados.