Todos conhecemos a Família Mello e o seu peso histórico na sociedade portuguesa. Muito fez de bem, também vai deixando alguns descontentes.
Tudo isto, a propósito disto: A administração do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), liderada pela José de Mello Saúde, recebeu esta semana uma carta do ministério da Saúde denunciando o contrato de gestão e confirmando que o mesmo terminará a 31 de Dezembro de 2008.
Iniciou-se uma batalha entre o Estado e o Grupo Mello, um dos poucos grupos empresariais portugueses com dimensão e com capacidade de gestão.
Como? Há cinco anos que não há contas validadas? Sem qualquer menosprezo, estaremos nós a chegar ao Burkina Fasso? Ou ao Ruanda? O Estado português têm um Hospital, que é dos maiores do país, em concessão há cinco anos, e não faz as contas?
Onde está o Senhor Professor Correia de Campos? Onde está aquele manancial de Altos Dirigentes do Ministério da Saúde, ARS, Altos Comissariados, Comissões e afins? O que fazem afinal estas pessoas?
Vale a pena ler isto: Depois de meses de negociações amigáveis, a ARS e o grupo Mello não chegaram a um entendimento sobre os pagamentos pelos cuidados de saúde prestados por aquele hospital - o único público com uma gestão privada. O grande diferendo é relativo à actividade de 2002 e 2003, quando estava ainda em vigor o primeiro contrato - que veio a ser substituído por se entender que tinha várias deficiências.
A consequência pode ser esta: o Estado arrisca-se a ter de pagar 18,5 milhões de euros, caso seja dada razão à entidade gestora.
Claro que o Prof. Correia de Campos, através da denúncia do contrato, está a querer impôr a sua Lei! Mas, veremos se tudo isto não terá uma qualquer contrapartida nas Estradas de Portugal!