Thursday, March 30, 2006

Vitaminas: fazem bem ou mal?

Lemos aqui, que "Some Vitamins Can Do More Harm Than Good". Não foi isto que nos disseram no passado! E agora, o que fazer? Mas lemos que "Americans spend $7 billion a year on them in hopes of warding off colds, cancer and other diseases". Ficamos na dúvida, nós os consumidores, se afinal estamos perante puro comércio ou perante esperança de mais e melhor vida. Mas o Dr. David Katz, na mesma notícia, acaba com muitas esperanças quando afirma "The most consistent finding we are seeing in the research is a lack of any medical benefits". O Dr. Katz diz mesmo que algumas das mais populares vitaminas, podem mesmo fazer mal se tomadas em "mega-doses" (seja lá o que isso for), "Vitamin E, which many people believe protects against heart disease and cancer, has been found to increase risk of heart failure and cancer". Afinal, o que poderemos nós, apenas consumidores, fazer para prevenir doenças?

Tuesday, March 28, 2006

Idéias para gerar receitas para a "saúde"

Lemos na BBC, que "Hospitals in England are each charging their patients up to £1.5m a year for car parking". Se a moda pega, veremos, por cá, o Professor Correia de Campos a anunciar uma descida nas taxas moderadoras e, em compensação, anunciar a cobrança de tempo de estacionamento a todos os doentes e familiares, que visitam os hospitais. Por lá, em Inglaterra, há os que acham mal a medida, "Macmillan Cancer Relief said it was "morally wrong" to raise revenue by forcing patients to pay for parking". Há os que se colocam do lado positivo, "The hospital car parks are not run as a commercial operation and all money raised goes directly back into services for patients and visitors". Fica a idéia....

Sunday, March 26, 2006

100 euros por cada hora extraordinária

Diz-se aqui, que "O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denuncia o caso de um clínico que ganha 100 euros por hora para manter aberta uma urgência hospitalar, ou seja, 2.400 euros por dia". Será caso único no Estado? Não, com toda a certeza. Quanto ganham as Consultoras ou as Sociedades de Advogados? Menos? Definitivamente, muito mais. Continuamos na senda dos "arremessos"! Sobretudo, quando é afirmado que, "Há preços em Portugal já de 100 euros em hospitais públicos, os preços são as leis de mercado que estabelecem e algumas especialidades estão em défice". O mercado é que é aberrante? Ou a falta de existência de mercado é que é aberrante? Nós, declaradamente, achamos que se houvesse mercado a funcionar, haveria mais médicos, ou fazia-se com que eles viessem do estrangeiro, como já se faz, aliás! O problema é outro, e como diz o Dr. Manuel Delgado "Deve haver uma análise atenta por parte da tutela, tendo em conta a necessidade de uniformizar alguns valores de pagamento para evitar que isto se transforme numa espiral de quem dá mais". Perguntamos nós, será que o Dr. Manuel Delgado ganha o mesmo que todos os outros Administradores Hospitalares? Temos dúvidas!

Friday, March 24, 2006

A gestão na saúde

Fonte: National Committee on Vital and Health Statistics (USA).

Num mundo complexo, e em competição global, não é possível trabalhar profissionalmente, sem informação. Talvez seja este um dos mais graves defeitos na "gestão" em Portugal. Tudo isto a propósito desta notícia, que refere "AVC matam dois portugueses por hora", segundo afirma a "Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral". Aceitamos que assim seja. Mas, temos dúvidas! Até porque sabemos que em muitos casos que nos são mais próximos, o que fica registado na "Certidão de Óbito", não corresponde muitas vezes à causa de morte. Tudo isto a propósito desta outra notícia, que refere "O programa para a reforma do Estado, na área da Saúde, cria uma entidade cujo principal objectivo é dotar a tutela de estudos, estatísticas e exemplos internacionais para suportar as decisões políticas". Se assim for, é caso para dizer: até que enfim! É que um dos problemas graves para estudar os problemas da saúde é a sua falta de actualidade (últimos números, em muitos casos, de 1999) e o seu enviesamento! Acreditemos, que os órgãos que desaparecerão com a reforma, e que não fazem a sua função presentemente, não venham apenas a mudar de nome!

Thursday, March 23, 2006

Será possível?

Lemos aqui, que o Professor Correia de Campos esteve numa cerimónia promovida pelo Hospital do Futuro, em que foi atribuido o Prémio Educação, ao Serviço de Obstetrícia do Hospital da Figueira da Foz. Até aqui, tudo correcto. Depois até lemos com satisfação, qual a razão do prémio "com o trabalho ‘Preparação Parental para o Nascimento’, posto em prática há um ano". E à frente dá-se mais detalhes sobre a validade do projecto, quando se refere "O projecto de “Preparação Parental para o Nascimento”, que já beneficiou 150 famílias, por exemplo, um curso de preparação para o parto, com aulas teóricas e práticas, e a humanização do processo da gravidez ao pós-parto". Depois, não conseguimos acreditar no que afirma o Presidente da ARS do Centro, "considera não haver qualquer contradição no facto da distinção acontecer em simultâneo com a decisão de encerrar, a partir de Dezembro, o bloco de partos". Ou seja, um serviço que merece uma distinção do Ministro da Saúde é mandado encerrar pelo próprio Ministro. Mais palavras para quê!

Tuesday, March 21, 2006

Mais uma mudança, na saúde....


Durante anos, ouvimos que "promoções" do tipo do supermercado eram impensáveis, num mercado tão digno e humano, como os medicamentos. Mas, não. Vemos que a mercantilização e a liberalização, que eram palavras malditas, no léxico da generalidade da classe política do país, no domínio da saúde, tem agora como defensor o Professor Correia de Campos! Tudo isto a propósito desta notícia, em que o Professor Correia de Campos parece ter afirmado que "As farmácias vão poder fazer, em breve, promoções de medicamentos". E mais, admite mesmo, "a liberalização da propriedade das farmácias". Queremos ver todas estas mudanças, de que vamos ouvindo falar há meses, concretizadas. Um pouco, como São Tomé!

Sunday, March 19, 2006

Dietas em carbohidratos


Lemos na BBC, que a dieta de Atkins faz mal à saúde. Isto é, segundo a revista The Lancet, "uma mulher de 40 anos que seguia a dieta de Atkins, e acabou desenvolvendo um problema grave no sangue". E afirmam mesmo Médicos especialistas, que «dietas com baixo consumo de carboidratos estão "longe do conceito de saudável"». No entanto da parte da Fundação Atkins reage-se ao artigo do The Lancet, "a dieta não causa problemas de saúde como os descritos". A BBC, descreve mesmo o tipo de dieta, "Durante um mês, antes de ser internada, a paciente teria consumido apenas carne, queijo e saladas, segundo os médicos, e fazia testes caseiros de urina duas vezes por dia". E a doente "conseguiu emagrecer nove quilos". Mesmo que se seja obeso, é preciso ter cuidado com as dietas que nos são sugeridas.

Friday, March 17, 2006

A velha política

Todos os dias surgem notícias sobre mudanças na saúde. Começou com a venda de medicamentos. Alterou-se o modelo hospitalar "SA", para "EPE". Fecham-se maternidades. Fecham-se Centros de Saúde. Anunciam-se fechos de hospitais centenários. Fundem-se hospitais. Aumentam-se alguns medicamentos. Dimuem-se outros medicamentos. Anuncia-se a venda de terrenos de hospitais sedeados no centro de Lisboa! É um autentico frenesim. Há quem diga que "mais vale fazer alguma coisa, do que estar quieto", Há quem pense que "quando se atira em tantas direcções a probabilidade de cometer erros, é elevada". Tudo isto, a propósito de mais uma notícia de uma mudança na sáude que aqui vem: "Concurso para construção de hospital de Loures cancelado". Não sabemos quais vão ser os resultados de tantas mudanças, mas gostaríamos que houvesse sentido de responsabilidade, sob todos os pontos de vista, quando se verificassem os resultados de tantas mudanças. E que não seja apenas o contribuinte a pagar a factura!

Wednesday, March 15, 2006

Saúde: "bomba relógio 2"

Existem prenuncios preocupantes, que só não os vê, quem não quer. O primeiro, é sem dúvida o envelhecimento da população. O segundo, é um problema dos "países desenvolvidos" ou países ricos: a obesidade infantil. Lemos aqui, que "Study: Child obesity expected to soar worldwide". Ou seja, os mais velhos requerem mais custos, com o seu envelhecimento. E os mais novos, abusam na prevenção, logo desde pequenos. Se pensamos que este é um problema eminentemente americano e relacionado apenas com o "fast food", estamos enganados, pois "In the European Union, about 38 percent of all children will be overweight if present trends continue — up from about 25 percent in recent surveys, the study said". Estas são tendências, que ainda podem ser corrigidas, se for feito alguma coisa: a começar pelas autoridades de saúde e a terminar nos "pais".

Tuesday, March 14, 2006

Saúda-se o espírito de reforma

Lemos aqui, que o Professor Correia de Campos decidiu "o encerramento de dezasseis maternidades por falta de condições de segurança". Precisamos de mais medidas como esta, pois de outra forma, a saúde é insustentável. Claro, que os lobbies locais reagirão! Mas, se o Estado não tem autoridade, então....

Sunday, March 12, 2006

Confirma-se o fim de um modelo de saúde


Lemos aqui, que "Dívida dos hospitais EPE cresceu 40% em 12 meses". No mínimo, muito grave. Depois, verificamos que o Estado, como entidade de bem, não é exemplo para ninguém, "O Centro Hospitalar de Setúbal está a pagar aos laboratórios, em média, com 882 dias de atraso". É uma vergonha. Depois, e como sempre em Portugal, a culpa morre sempre solteira, quando o Dr. Manuel Delgado afirma no mesmo artigo "É mau sinal, preocupante e revela a situação financeira nada saudável que os hospitais empresarializados traziam dos anos SA, ao contrário do que dizia o anterior ministro". O Estado - Providência na saúde tem os dias contados. Só falta saber quantos!

Saturday, March 11, 2006

Mais informação, mais prevenção

Lemos no Daily Telegraph, que a Foods Standards Agency (FSA), que é na Grã-Bretanha a entidade que supervisiona os alimentos, propôs aos retalhistas, em particular às grandes cadeias de supermercados, que todos os alimentos passassem a ter uma informação simples, semelhante ao semáforo, conforme em anexo, em que se avisava o consumidor, se o alimento tinha alto/baixo teor de sal, de gordura ou de açucar. Ou seja, os consumidores passavam a ter informação simples e directa, sobre parte da informação nutricional do alimento. Alguns retalhistas aderiram. Outros não. Gostaríamos de ver por cá, uma atitude semelhante, que ajudasse o consumidor a alimentar-se melhor.

Friday, March 10, 2006

Fundamentais para o país

Se há característica que apreciamos nos outros, uma delas é sem dúvida, a seriedade. Embora, também apreciamos pessoas bem humoradas. Tudo isto, a propósito de uma notícia do Jornal de Notícias, em que se diz que "A Direcção-Geral da Saúde (DGS) realizou um levantamento e identificou cem mil portugueses "fundamentais para o país", pelos cargos que ocupam, que irão receber anti-virais em caso de pandemia provocada pelo vírus da gripe das aves". Qual será o conceito de "fundamental para o país"? Será que o jardineiro do Palácio de Belém, não é fundamental? Ou será que é? E o Chefe de Cozinha do restaurante do Parlamento? Mesmo que seja necessário definir prioridades, pensamos que este tipo de informação não deveria vir para os "media", desta forma. Mas, em Portugal o non sense já se tornou habitual! Melhores dias virão.

Thursday, March 09, 2006

Graves problemas de saúde pública

Numa altura de reestruturação da saúde em Portugal, ficamos siderados quando lemos algumas notícias que nos dão nota da evidente degradação dos indíces de saúde pública em Portugal, no momento presente. Lemos aqui, que "Num universo de 204 reclusos existentes no estabelecimento Prisional de Monsanto, 134 são portadores do HIV (vírus de imunodeficiência humana), revelou um estudo da Provedoria de Justiça". Afinal, os que estão detidos não são portugueses? Ou o HIV deixou de ser uma prioridade de quem administra a saúde pública em Portugal? Mas, a trista notícia que teve origem no estudo da Provedoria de Justiça, não fica por aqui, assim refere "o estudo concluiu ainda que «mais de metade (68%) dos reclusos da cadeia de Sintra estão contaminados com hepatites»". Não sabemos se a responsabilidade é do Ministério X ou do Ministério Y, mas é definitivamente um problema de saúde pública e de cidadania!

Wednesday, March 08, 2006

Primeiro: o Cliente

Ficamos felizes, quando vemos que se olha para o Cliente, antes de qualquer outro "interessado" na "cadeia de valor da saúde". Ao ler na Visão, que o Primeiro Ministro afirma, "verificar no terreno como a realidade mudou: aquilo que parecia um tabu - os medicamentos só se podiam vender em farmácias -, afinal de contas não o é", só vem dar razão de que os Clientes têm que ter escolha, ou alternativa, ou se quiserem, mais concorrência, para serem melhor servidos. E mais uma vez resume-se bem nesta frase do Primeiro Ministro, "Quando se introduzem modificações estruturais os mercados reagem, não gostam dessa evolução. Mas tenho a certeza que se conformarão certamente com aquilo que vai ser o êxito destes postos de venda". Diríamos que os Clientes não se conformam, antes, ficam satisfeitos. São necessárias mais mudanças na saúde, que favoreçam os Clientes.

Tuesday, March 07, 2006

A inexistência de organização na saúde

Lemos aqui algo que denota que a organização e a gestão ainda pouco existem na saúde, em Portugal: "Ministro desiste de penalizar falsas urgências e avança com um aumento de 23 por cento para todos". Isto significa abandonar toda a função de gestão dos meios: pagam todos, ponto final. Todos sabemos que muita gente vai à urgência de um hospital, porque lhe dói um dente, ou porque tem uma simples constipação. Esta situação é desajustada. O Senhor Professor Correia de Campos é provavelmente o primeiro a sabê-lo. Mas, quando se abandona a função fundamental de "informar o público" e "formar as populações", para que elas se dirijam aos Centros de saúde e a outros Centros de cuidados primários, em vez de se dirigirem directamente à urgência do hospital, está-se a abandonar a função de organização e gestão. Parece-nos que para o Professor Correia de Campos é muito máis fácil que todos paguem, do que educar e formar as populações. Registamos este acto de administração!

Monday, March 06, 2006

O nível de satisfação dos Colaboradores

Lemos na BCC, que "nearly 40% of NHS staff in Wales suffer from work-related stress, according to a survey". Em Portugal, duvidamos que alguma vez fosse feito um Inquérito sobre a satisfação dos Colaboradores no SNS. Mas, continuando com as conclusões do estudo no País de Gales, verificamos que "16% of those who responded have experienced physical violence in the workplace" e que "almost half said that they regularly work unpaid overtime". O País de Gales pertence, sem dúvidas, ao exíguo grupo dos "países mais desenvolvidos" e consegue alcançar um rácio muito perigoso: 40% de Colaboradores a trabalhar sobre stress. Mas, afinal, numa época em que vivemos numa (aparente) sociedade de bem-estar, temos quase metade dos Colaboradores do NHS a trabalhar em condições de stress. Concluímos nós, coitados dos doentes/ clientes dos serviços de saúde, a serem tratados por "gente doente"!

Thursday, March 02, 2006

A mudança na saúde continua ....

Primeiro lemos aqui e depois confirmámos no Diário Económico: O governo actual pretende vender o Instituto de Oncologia de Lisboa (IPO). Nada nos espanta. O que nos preocupa, é que todos os dias ouvimos notícias sobre mudanças na saúde, mas não temos a certeza da sua concretização. E sobretudo, os custos com a saúde não páram de aumentar, ameaçando recentemente o Professor Correia de Campos, com um eventual pagamento de serviços, por escalões, do SNS. Mas é paradigmática esta afirmação do Presidente do IPO, "as necessidades do hospital estão desadequadas do seu espaço porque já tem 80 anos e a prática da oncologia hoje não tem nada a ver com a de há décadas atrás". Em Portugal ainda se "gere" como há 50 anos! Até quando?

Wednesday, March 01, 2006

A (i)lógica da saúde em Portugal

Lemos aqui, que "Um terço dos hospitais portugueses não reúne as condições de segurança necessárias para a realização dos partos", e ficamos alarmados. Diz o Director da Maternidade Alfredo da Costa, Dr. Jorge Branco, "por ano, 11 mil bebés nascem sem condições de segurança. “Dez por cento dos 110 mil que nascem anualmente, entre públicos e privados”, explicou". Numa fase em que o Ministério da Saúde fala quase diáriamente em reestruturação, preocupa-nos que estas notícias não tenham consequências imediatas. Pois, como contribuintes, públicos e privados da saúde, vimos num relatório da Comissão Europeia, que Portugal gastou 9,6% do seu PIB, em 2003, com a saúde, só ultrapassado, neste rácio, por países muito mais ricos, como os EUA, a Suíça, ou a Alemanha. Algo está errado na República Portuguesa!