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A integração do sector privado no sector da saúde é imparável. Ou pelo menos, parece. O Grupo Português de Saúde, também ligado a uma instituição financeira, aparece na corrida às Parcerias Público - Privadas (PPP). Mas quer ir mais longe, como se diz aqui.
Só que o seu Presidente, sugere em entrevista ao Diário Económico, que é também seu interesse, exportar o modelo de PPP's para os Palop's, com o apoio do governo. Embora reconheça que o Estado Português esteja sem grande capacidade de investimento. Milagres, talvez!
Parece que o Ministério da saúde, quer diminuir os preços que paga pelos serviços aos prestadores de cuidados, privados. Parece ser uma boa medida para conter o explosivo aumento dos custos da saúde. Mas, não será começar pelo mais fácil? Quem consumirá mais na saúde? Serão estes prestadores privados, de cuidados? Mas, é sempre bom começar por algum lado....
A saúde não pode ter o mesmo tratamento, que o fornecimento de alimentação ou a aquisição de um fundo de investimento. A conclusão é mais ou menos pacífica. Chamar doente, a quem não tem saúde, também está correcto. Agora, paciente? Porquê? Como diz e bem Julia Neuberger, do King's Fund, "The word "patient" conjures up a vision of quiet suffering, of someone lying patiently in a bed waiting for the doctor to come by and give of his or her skill, and of an unequal relationship between the user of healthcare services and the provider. The user is described simply as suffering, while the healthcare professional has a title, be it nurse or doctor, physiotherapist or phlebotomist." Ou seja, porquê que um doente tem que ser paciente? Felizmente que nem só os países da OCDE, já olham para os doentes como "pacientes", tal como vemos aqui, em que se refere, "Reconhecer que o paciente, seus familiares e visitantes são clientes e que devem ser fidelizados são algumas das condições para a sobrevivência das instituições". Será que após seis horas de espera numa urgência hospitalar, o doente é paciente ou cliente?
Somos quase oito biliões de seres humanos. Mais de 70% desse número, vive mal ou muito mal. As guerras vão eliminando muita gente, mas não é por esse caminho que desejamos resolver o problema da desnutrição, da pobreza, da doença. Os trinta países da OCDE vivem menos mal. E os outros? Vem agora, Mohammad Yunus, fundador do Grameen Bank, banco que se especializou no micro-crédito, em particular no Bangladesh, propor o seguinte: "We're creating a series of hospitals for eye care, for the cataract operation. Along with hospitals, we'll establish safe delivery units to help mothers deliver their babies safely. Also, telemedicine with videoconferencing has started. It's not very successful yet, because people don't know how to make use of it. Someone in a rural area can go to a kiosk and have a consultation with a doctor in Dhaka instead of coming all the way to Dhaka for the consultation. These will all be for-profit enterprises, but in the social profit way. No one will be getting rich off of them. I call them non-loss companies". Já o Professor Alain Carpentier fez em Ho Chi Minh (Vietname), o L'Institut du Coeur, obra única a nível mundial, no âmbito da cirurgia cardiotoráxica. A esperança é a última a morrer!
O Estado, a tal entidade "que somos todos nós", não consegue mais uma vez ser o exemplo. Depois de décadas de lutas em tribunais internacionais por causa dos "asbestos", eis que num dos principais edifícios da justiça portuguesa surgem fortes suspeitas de existência de amianto (ou asbestos), conforme se pode ler aqui. Na Grã-Bretanha, estima-se que morrem todos os anos cerca de 3.500 pessoas, por causa de exposição passada e frequente ao amianto, conforme se lê aqui. E agora, o que vão fazer as pessoas, que vierem a ser vítimas desta exposição no referido edifício da justiça? Só se actuarem em tribunais internacionais, senão arriscam-se a morrer antes da sentença (não se pretende com isto ser irónico).
Durante o Outono e o Inverno, o número de horas de sol diminui, o que perturba sobretudo aqueles que mais gostam do "astro-rei". Nós, latinos, gostamos muito dele, e na sua falta, sentimo-nos perturbados. Ora, diz-nos a revista Newsweek, que "those suffering from seasonal affective disorder or "SAD" go though a much more dramatic experience, which is often difficult to overcome without help". Ainda neste artigo refere-se que, "Although the illness is usually not associated with severe morbidity and hospitalization, some people can get suicidal. If that happens, they should consult a health care professional immediately". Se analisarmos o caso português, verificamos segundo um estudo do Infarmed, que "a utilização de benzodiazepinas tem sido associada não só a faixas etárias mais elevadas, mas também ao sexo feminino, ao desemprego e aos indivíduos em situação de reforma". Ou seja, e ainda de acordo com o referido estudo, "a utilização de benzodiazepinas em Portugal foi considerado como preocupante pelo International Narcotic Boarding".
Nota: de acordo com o referido estudo do Infarmed, "as benzodiazepinas são utilizadas no tratamento de curta duração de estados de ansiedade, insónia, assim como nas contraturas musculares e na epilepsia".
Conclusão: 1) é preciso ter cuidado com as poucas horas de sol da época; 2) é preciso arranjar alternativas à prevalente crise!
A mudança está na ordem do dia, em Portugal, e no domínio da saúde, em particular. Mas, quando se mexe demasiado, correm-se riscos elevados. Tudo isto a propósito de mais mudanças e "sinais de mudança" que são lançados diáriamente nos media. Será esta notícia, um indicador de encerramento de vários hospitais em Lisboa? Se tem que se fechar hospitais, tomem-se decisões nesse sentido. Agora, estar a lançar idéias para a rua, só traz mais instabilidade. É que depois, criam-se expectativas, como esta, de abertura de novos hospitais, e criam-se imensas frustações nos colaboradores. E sem colaboradores motivados e satisfeitos, não há qualidade, de certeza absoluta, nos serviços de saúde.
O Médico alemão Dr. Alois Alzheimer descobriu há quase 100 anos, a doença que hoje todos conhecemos. A revista científica The Lancet, diz-nos hoje que "The number of people that have dementia is set to double every 20 years, according to a study. 24 million people have dementia today, and this is set to rise to 42 million by 2020, and 81 million by 2040.". A BBC ainda nos diz uma coisa pior, que os países menos desenvolvidos vão ter um acréscimo mais acentuado da doença de Alzheimer, do que os países mais desenvolvidos. Será que até a chamada natureza, olha para o bolso de cada um?
Não se pode dizer que no Ministério da Saúde não há mudanças. Acontecem quase todos os dias. Hoje, foi anunciada mais uma demissão, por parte da Administração de um dos mais importantes hospitais do país: o Centro Hospitalar de Lisboa (que congrega o Hospital de S. José, o Hospital dos Capuchos e o, proximamente encerrado, Hospital do Desterro). Qual será a próxima mudança? Cabe a palavra ao Professor Correia de Campos.
Decorrerá em Luzern, Suíça, entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro de 2006, uma Conferencia dedicada a ideias, soluções e tecnologias para a saúde. A Conferência é orientada para pessoas ligadas à investigação científica, para a indústria e para a gestão da saúde.
John F. Kennedy, Presidente dos E.U.A., lançou esse grito há mais de 40 anos: "Consumidores somos todos nós". Nos serviços de saúde, ainda não chegámos à "fase do consumidor", ou se quiserem à "fase do cliente" conforme se pode ver aqui. Contudo, não podemos querer tudo de uma vez, até porque o homem sempre foi empreendedor e moveu montanhas. O Ministro da Saúde veio agora reafirmar que finalmente a Entidade Reguladora da Saúde (que tem o site inactivo), avançará, depois de e como referiu o Professor Correia de Campos, "A ERS teve uma falsa partida, o que obriga à revisão dos seus normativos". Esperemos que seja desta, a bem do Cliente, ou do Paciente, se assim quiserem.
Um interessante artigo da revista Time, vem relatar um velho problema: o consumo de álcool desde a juventude, está a aumentar na Europa, outra vez. Se a Grã-Bretanha há longos anos está relacionada com o consumo de álcool, desde tenra idade, o fenómeno está a alastrar por toda a Europa. Num estudo realizado em Espanha, verificou-se que entre 2002 e 2004, a percentagem de jovens entre os 14 e os 18 anos que consomem habitualmente bebidas alcoólicas, aumentou de 19% para 35%. Ainda relativamente a Espanha, e naquela fase dos 14 aos 18 anos, 82% referiram que consomem regularmente bebidas alcoólicas. A idade em que se começa a beber álcool na Europa, é agora aos 12 anos, versus aos 15 anos, na geração que tem agora entre 40 e 54 anos. Para além de outras consequências, no referido estudo, refere-se que 8% das jovens suecas mencionam que o consumo de álcool leva a "sexo não planeado". Já em França, país do vinho e do cognac, o consumo de álcool parece ser mais regrado, na faixa etária mais jovem, conforme se pode ver aqui.
O tabaco e o seu consumo, activo ou passivo, mata. Não há dúvidas. A conceituada Mayo Clinic, dos E.U.A., vem agora dar-nos mais informação sobre a relação existente entre o consumo de tabaco, a gravidez das mulheres e a probabilidade de virem a contrair cancro, através de um estudo realizado junto de 41.836 mulheres americanas. Assim, de acordo com o referido estudo, as mulheres fumadoras, que são mães mais jovens, têm menor probabilidade de contrair cancro, do que as que nunca venham a ter filhos, ou as que têm filhos em idades mais avançadas. Conclusão : 1) não fumar é a melhor solução; 2) no caso de fumar, tenha filhos em idade mais jovem, isto é à volta dos 20 anos.
Os cuidados de saúde com os que sofrem mais, são por vezes poucos ou mesmo inexistentes. Todos sabemos, que os hospitais estão cheios de pessoas que sofrem, sem que ninguém lhes ligue, até mesmo muitas vezes os seus próprios familiares. Contudo, foi inaugurada recentemente uma nova Unidade de Saúde para doentes terminais. Esta nova Unidade de Saúde, abriu em Belas - Sintra, chama-se Casa de Saúde da Idanha e é gerida pela ordem religiosa das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, uma instituição particular de solidariedade social especializada na área da psiquiatria. Segundo o seu Director, Dr. José Manuel Eusébio, "A oferta de cuidados paliativos é ainda praticamente inexistente. Não há respostas para estes doentes, que ficam a ocupar camas nos serviços gerais dos hospitais sem receber os cuidados específicos que devem e merecem ter".
O sector da saúde vive uma conjuntura difícil: os custos médicos crescem, os custos com os medicamentos crescem, a esperança média de vida não pára de aumentar, e, entre muitos outros aspectos, a tecnologia é cada vez mais útil, mas mais cara. Não bastando todas aquelas nuvens cinzentas, ainda aparecem casos de polícia, notícias de adiamentos e de encerramentos de hospitais. De facto, o "avião da saúde" não poderá ir mais instável. Será que os pacientes, continuarão pacientes com toda esta turbulência?
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A inovação tecnológica na saúde é irreversível. Ficamos espantados com os avanços das tecnologias quando vamos, simplesmente, ao dentista. A inovação na saúde não se limita apenas aos equipamentos. A inovação está presente nos processos em que somos envolvidos como doentes; a inovação está presente nos novos fármacos que vão sendo lançados no mercado; a inovação está presente no ambiente dos novos hospitais e centros de saúde. É imparável.
Realiza-se no próximo dia 13 de Dezembro de 2005, no Centro Cultural de Belém, um evento em que serão abordadas as futuras mudanças na sociedade de informação, na saúde. Veja aqui, mais detalhes sobre o evento.
Os modelos de organização da saúde têm tido uma constante evolução ao longo dos tempos. Não existe, contudo, um modelo que se possa considerar como absolutamente melhor em relação a outros, até porque em gestão, as organizações vão evoluindo em função do ambiente envolvente. Naturalmente, que a saúde, por estar intimamente ligada ao ser humano, não pode ter uma abordagem semelhante a muitos outros tipos de serviços. No entanto, a busca de eficiência na prestação dos cuidados de saúde será sempre um objectivo a alcançar. Presentemente, em Portugal está a ser levada a cabo mais uma tentativa de mudança de modelo de organização das entidades hospitalares, conforme se pode ver neste artigo. Contudo, e perante este estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, sobre a avaliação de desempenho do anterior modelo de "Hospitais - SA", verificamos que na primeira conclusão do referido estudo se diz "Os HSA apresentaram acréscimos de produção proporcionalmente superiores aos observados nos HSPA, tanto para o total de episódios, como para os casos cirúrgicos e médicos". Chegados aqui, ficamos sem saber se a mudança de "Hospitais SA", para "Hospitais EPE", terá razão de ser. Mas, cabe ao Ministério da Saúde responder a esta questão e em última análise, aos contribuintes, que pagarão pelo menos todos os custos de registo notarial, que acarretam as mudanças de um estatuto para outro.
É indiscutível que a qualidade de vida nos países desenvolvidos tem melhorado, sobretudo se tivermos em conta o aumento da esperança média de vida. Contudo muito há a fazer, quer nos países desenvolvidos, quer nos países mais pobres. Esta melhoria passa por muitos aspectos, mas há um que assume presentemente maior ênfase, e que promete ser uma batalha para os próximos anos: a obesidade infantil. Tudo isto a propósito deste artigo que nos diz que as nossas crianças comem muito mais guloseimas, chocolates e pastilhas, e só em segundo plano, iogurtes e gelados. E o mesmo artigo diz-nos também que a televisão contribui muito para esta hecatombe alimentar, o que nos deve deixar mais preocupados com os tempos livres dos nossos filhos.