Wednesday, June 22, 2011

A banalização da fraude

Vai-se lendo na imprensa internacional que "os gregos são sornas", isto é, não gostam de trabalhar, passam muito tempo ao Sol, e aceitam o trambique como forma de vida. Este tipo de comportamento leva inapelavelmente ao descrédito, ao relaxe e ao fim de sociedades organizadas. Portugal não é a Grécia, mas não está longe disso:

1. "Se porventura estiverem médicos envolvidos nós cá estaremos para instituir severas penalizações a esses médicos que de forma tão grosseira estariam a ferir o código de ética e deontológico dos médicos", disse José Manuel Silva, comentando dados divulgados em relatórios da Inspecção-Geral das Finanças e da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.

2. O bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou que até ao momento não se confirma o envolvimento dos médicos e como exemplo referiu o caso dos médicos falecidos que continuam a prescrever receitas.

3. De acordo com José Manuel Silva, "as receitas e as vinhetas são fáceis de falsificar" pelo que deve existir mais rigor a conferir os dados e "as punições têm de ser exemplares".

4. "Para um valor de comparticipação do SNS de três milhões de euros, cerca de 1,2 milhões de euros (40% daquele valor), foi identificado como potencialmente irregular", pode ler-se no relatório de atividades da IGF.

Este tipo de situação banalizou-se, tal como na Grécia. Normalmente, as pessoas de bem, não querem estar envolvidas com trambiqueiros ou vigaristas. Ou Portugal penaliza severamente este tipo de comportamento, ou nem a Grécia será o nosso futuro, talvez seja mais a América Latina ou mesmo a África.