Há muito que se percebia que "gestão" é palavra amaldiçoada no Ministério da Saúde. Aliás, até é provável que seja desconhecida, por lá. Ou talvez não, o que se foi fazendo no Ministério da Saúde, foi a "gestão" de interesses de vários lobbies: a sacrossanta corporação médica, o lobby retalhista farmacêutico, o colaboracionismo entre médicos e Laboratórios, o funcionalismo centralista do Ministério da Saúde (aqueles órgãos inúteis, do Alto-Comissariado, até à Direcção Geral de Saúde), etc.
Agora, os isentados que paguem a crise: Pelo menos 1,3 milhões de pensionistas que recebem apoios do Estado na comparticipação de medicamentos e que estão isentos das taxas moderadoras estão em risco de perder estas ajudas a partir de 1 de Agosto, quando entrar em vigor a lei que aperta o acesso aos apoios sociais.
Mas, esta medida, que ajudava com toda a certeza a uma diminuição com a despesa dos medicamentos não interessa à Dra. Jorge: O CDS/PP propôs ao Parlamento a obrigatoriedade da prescrição por substância activa.
E porquê? Porque prefere proteger o seu lobby médico-laboratorial: A ministra da Saúde pede aos médicos para avaliarem a situação económica dos doentes ao receitarem medicamentos. Na altura, a ministra da Saúde mostrou-se contra a obrigatoriedade de subscrição do medicamento por substância activa proposta mais uma vez pelo CDS-PP.
Post Scriptum: nós até somos dos que não nos importávamos da futura existência de um sistema opting-out, mas com a contrapartida efectiva de redução de impostos.