A listagem dos escombros seria interminável. Fiquemos por estes casos:
1. O Hospital de Aveiro vai entrar em obras em meados deste ano graças aos cerca de sete milhões de euros aprovados nos últimos dias pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Actualmente, no Hospital de Aveiro, grande parte dos exames de diagnóstico que precisam de recorrer à imagiologia são feitos no exterior devido à falta ou a avarias do equipamento.
Comentário nosso: não sabíamos que o dinheiro do QREN serve para a manutenção de hospitais. Pensávamos que servisse para isto: grande desígnio estratégico a qualificação dos portugueses e das portuguesas, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação.
2. Familiares de um idoso internado acusam o Hospital dos Capuchos, em Lisboa, de dar banhos de água fria aos pacientes. Cristina diz que outros três pacientes internados no Serviço de Cirurgia lhe confessaram ter sido submetidos ao mesmo tratamento.
3. O comandante dos bombeiros voluntários do Seixal diz que o serviço de urgência do Hospital Garcia da Orta (HGO), em Almada, está sem capacidade de resposta, comprometendo o serviço de socorro prestado pelos bombeiros.
4. A câmara hiperbárica do hospital de Ponta Delgada não funciona desde o dia em que foi inaugurada, em Julho do ano passado. O serviço de medicina hiperbárica do hospital foi adiado porque o único médico especialista em operar com o equipamento tem estado a fazer outra especialidade.
5. A Quinta do Conde, Sesimbra, foi palco ontem de mais uma manifestação dos utentes da saúde que exigem o recomeço das obras de construção da nova extensão de saúde, que estão paradas fez ontem cinco meses devido à falência do empreiteiro. "Ninguém pode estar satisfeito. Aquilo não tem condições. Há uma necessidade urgente de um centro de saúde", afirma também Clara Salvador, de 46 anos, dizendo que quando chegou há nove anos à Quinta do Conde não esperava encontrar um serviço de saúde instalado num pré-fabricado.
6. Aos "mais de 4000 utentes" da vila de Benavente sem médico de família juntam-se mais de 2700 habitantes do Porto Alto, além dos residentes de Santo Estêvão (cujo médico de família se encontra de baixa por doença), pessoas que acorrem ao Serviço de Atendimento Permanente (SAP), cujo funcionamento é garantido por uma empresa contratada pela ARS-LVT.
Mais? Já chega.