Quem segue a temática da saúde, já percebeu que os medicamentos constituem o "grande bolo". Porquê? Porque representam mais de 20% da despesa em saúde, em Portugal. Depois, todos sabemos que os medicamentos têm contribuido para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e da sua esperança média de vida. Depois, há também cada vez mais hipocondríacos.
Entretanto, a despesa com a saúde tem derrapado quase todos os anos, fundamentalmente por causa dos gastos com os medicamentos e com a má gestão de recursos humanos. Só o Professor Correia de Campos conseguiu, e por via administrativa, travar a derrapagem constante.
Agora, a Dra. Ana Jorge quer tentar travar. Coitada. Pena dela, pela figura que fará, e pena do contribuinte que paga cada vez mais impostos, e que tem um Estado cada vez menos eficiente, mas com clientelas eficientíssimas!
Vejamos a tentativa: O Programa de Estabilidade e Crescimento limita o crescimento da despesa do Estado na comparticipação de medicamentos nas farmácias a um 1 por cento, impondo como teto a subida de 2,8 por cento nos hospitais.
A via é esta: «A despesa com medicamentos de ambulatório será contida em um por cento, através da promoção de genéricos e racionalização da política do medicamento. Também a despesa com medicamentos hospitalares não deve aumentar mais de 2,8 por cento em 2010, por via da generalização de boas práticas e acrescidos esforços de negociação com a indústria farmacêutica, sobretudo para medicamentos mais dispendiosos», como os da sida, oncologia e reumatologia«, diz o documento que define as medidas para conter a despesa até 2013.
Das duas uma, ou o Governo mente, e não vai atingir o objectivo a que se propõe; ou o Governo vai reduzir a sua comparticipação nos medicamentos, o que agrava ainda mais a situação dos contribuintes penalizados fiscalmente pelo PEC.
Estado ineficiente = Contribuinte lesado