Wednesday, June 10, 2009

Medicina não é Gestão

O Dr. Artur Vaz é médico e gestor. A Dra. Ana Jorge é médica. A diferença entre ambos é significativa, quanto aos papeis que desempenham no SNS.

A Dra. Ana Jorge agora desempenha um cargo político, não por mérito, mas por confiança política do Primeiro Ministro. O Dr. Artur Vaz é Presidente do Conselho de Administração do Hospital Amadora - Sintra, por confiança política da Ministra da Saúde e também porque já desempenhou vários cargos de gestão hospitalar em diferentes instituições, públicas e privadas.

Dito isto, percebe-se porque é que o Dr. Artur Vaz diz isto: As verbas que o Estado deu para passar o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) a Entidade Pública Empresarial (EPE) estão esgotadas e a unidade de saúde vai ter dificuldades financeiras se não receber nova injecção de capital em breve, avisa o presidente da instituição.

É que o Hospital Amadora - Sintra é o que abrange a maior densidade populacional de Portugal, e dificilmente pode funcionar com este nível de capital: Seis meses após a transformação do Amadora-Sintra em EPE, ao fim de 13 anos de gestão privada pela José de Mello Saúde, o presidente do Conselho de Administração mostra-se preocupado, até porque os 1,2 milhões de euros entregues no princípio deste ano “estão esgotados”, diz. O hospital aguarda agora pela transferência do capital estatutário, que deverá ser na ordem dos 76 milhões de euros. A ausência deste valor está a provocar o adiamento dos projectos de investimento do hospital, nomeadamente “a reformulação do serviço de urgências” e “a criação de uma verdadeira linha de produção de cirurgia de ambulatório.

Claro que a Dra. Ana Jorge não gostou da afirmação pública do Dr. Artur Vaz: A ministra da Saúde, Ana Jorge, assegurou hoje que o hospital Amadora-Sintra continuará a receber as verbas previstas para o seu funcionamento, desvalorizando declarações feitas fora da «sede própria» pelo presidente da instituição.

A Dra. Ana Jorge deverá demitir o Dr. Artur Vaz, se já não tem confiança política nele. Agora, a Dra. Ana Jorge não pode exigir resultados a um gestor nomeado por si, sem lhe dar as condições mínimas para a execução do planeamento de gestão.

Faltam 3 meses para a Dra. Ana Jorge regressar à pediatria!