A Ministra Ana Jorge é simpática, leve e neutra. Para além disso, Ana Jorge, é médica. Como Ministra da Saúde tem sido discreta. Quanto a resultados? Tem sido a evolução na continuidade.
Mas agora, ao fim de um ano no cargo de Ministra da Saúde, Ana Jorge parece demonstrar capacidade de análise sobre o sector hospitalar:
- "Um dos grandes problemas da saúde em Portugal é organizacional", disse Ana Jorge.
- Na área hospitalar, "tem falhado muito o envolvimento das administrações e dos directores de serviço", disse, considerando que são estes "os grandes responsáveis pelo funcionamento do serviço hospitalar e por envolver os seus profissionais".
- Ana Jorge dá como "exemplo de sucesso" o Programa de Intervenção em Oftalmologia (PIO), através do qual foram realizadas mais de 15 mil cirurgias. A "chave do sucesso foi o envolvimento dos profissionais e, nomeadamente, dos directores dos serviços de oftalmologia", considera Ana Jorge.
- A ministra preconiza mudanças, mas não só ao nível do nome, numa referência à transformação dos hospitais em Sociedades Anónimas (SA) e, mais tarde, em Entidades Públicas Empresariais (EPE).
- Para Ana Jorge, "existem alguns hospitais EPE com os profissionais mobilizados e outros que se esqueceram que precisam dos profissionais" de saúde. "Assim não dá, pois só muda o nome", salientou.
Ora, muito bem, Senhora Ministra. Contudo, a Dra. ana Jorge esquece-se do seguinte:
- As Administrações dos Hospitais EPE são nomeadas pelo Ministério da Saúde. Ou seja, se a Senhora Ministra acha que não sabem gerir bem os recursos que têm a cargo, Ana Jorge deve demiti-los.
- A grande maioria das Administrações dos Hospitais EPE não sabem gerir a autonomia que têm, porque: a) não têm perfil para liderar organizações; b) sabem que são boys políticos e têm medo de arriscar e de decidir.
É pena, Senhora Ministra, que não vá até ao fim, na sua análise.