Por princípio constitucional, existem operadores públicos e privados na saúde. Para alguns, o sector privado da saúde deve ser complementar do sector público. Para outros, o sector privado da saúde deve ser concorrente do sector público.
Paralelamente, mantemo-nos com a velha questão da falta de médicos. Que sabemos ser uma completa falácia da corporação médica, suportada por uma má distribuição de recursos humanos do sector público da saúde. Porquê? Porque o número de médicos por 1.000 habitantes em Portugal é próximo da média da União Europeia. Mas, o "barulho de fundo" mantém-se, ou seja "há falta de médicos"!
Agora, aparece a Ministra da Saúde com uma afirmação disparatada: A ministra da Saúde afirmou hoje no Parlamento que seria uma «má opção» a abertura de vagas de internato nos hospitais privados, alegando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade para dar formação específica aos médicos.
E é um disparate porquê? Por isto:
- O Estado alega que o custo da formação de médicos é elevado. E nós acreditamos. Então, porque não aceita partilhar esses custos com o sector privado?
- Será que a Ministra da Saúde quer dizer que o sector privado da saúde não é competente para dar formação? Se assim for, é grave que mantenha operadores privados da saúde incompetentes!
- Se existe ensino/ formação em quase todos os domínios no sector privado, porque é que no domínio da medicina isso não pode acontecer?
Coerência e bom senso, aconselha-se aos decisores portugueses, ainda que a tempestade económico - financeira vá alta!