Grosso modo, os medicamentos representam 20% dos gastos em saúde. É muito dinheiro. Apesar de ser muito dinheiro gasto, os genéricos já representam uma fatia de cerca de 20% dos medicamentos vendidos. E, para além disso, há uma clara travagem por parte do Ministério da Saúde à comercialização de novos medicamentos.
- A despesa do Estado com os medicamentos vendidos nas farmácias está a disparar a níveis inéditos nos últimos anos. Outubro pode fechar "com aumentos de dois dígitos, entre os 11 e os 12 por cento".
Segundo João Cordeiro, Presidente da Associação Nacional de Farmácias, as razões para tal descontrolo são estas:
- Defende que a culpa é do próprio Governo, de uma "política sem critérios", da incapacidade de "afrontar lóbis" e "de fazer cumprir a descida de preços" por parte da indústria de medicamentos de marca.
- "Não está a ser cumprida" a legislação que obriga os remédios a ser mais baratos do que nos outros países. A tutela autorizou que 132 produtos ficassem 17,7% mais caros, porque os laboratórios os podiam retirar e, assim, os doentes teriam de comprar outros mais caros.
- 11,3 Milhões é quanto Estado (5,5 milhões) e utentes (5,8 milhões) teriam poupado desde 2005, caso o Governo não tivesse decidido isentar a Bial da descida de 6% dos remédios, diz a ANF.
- 10 Milhões é o dinheiro que o Estado (4 milhões) e os utentes (seis milhões) gastam a mais por ano com a subida do preço de 132 remédios autorizada este ano pelo Ministério.
Lobbies. Muitos lobbies estão envolvidos na saúde, já o sabemos. Mas, quando não se consegue controlar a voragem descontrolada dos vários lobbies, o abismo aproxima-se!