Estamos na sealy season. As notícias são parvas porque a época é de férias. No entanto, o trabalho continua para muitos. Aliás, a Ásia criou um novo paradigma, é preciso trabalhar mais. Na nossa opinião, é preciso trabalhar melhor.
Entretanto, em plena sealy season, cai uma bomba: O Governo prepara-se para impor a exclusividade aos médicos que trabalhem para o Serviço Nacional de Saúde. A proposta tem como principal objectivo combater a falta de clínicos.
O Governo ameaça tocar no mais intocável dos lobbies em Portugal: a corporação médica. Não temos nada contra os médicos. Temos vários familiares, médicos. Temos vários amigos, médicos. Respeitamos os profissionais, médicos.
Chamámos "bomba", a esta atitude do Ministério da Saúde. A resposta a esta iniciativa já teve imensos impactos, de vária ordem. Vejamos alguns:
Repare-se que o tema foi lançado em plena sealy season, mas veja-se o impacto que teve logo em vários dos atingidos. Quando se pretende tocar em poderes significativos, as reacções são muito fortes.
Os futuros médicos também atiram achas para a fogueira:
- A Associação Nacional de Estudantes de Medicina estão contra a criação de um novo curso da área na Universidade do Algarve, já que «nem a sua implementação nem o modelo que é proposto estão justificados ou estão de acordo com as reais necessidades do país».
- Ouvido pela TSF, o vice-presidente desta associação entende que a ideia da existência de falta de médicos em Portugal é errada, uma vez que a média de médicos no país é superior à média europeia.
- «Mesmo em relação ao alegado elevado número de aposentações para os próximos anos, um estudo realizado em 2001 indicava que se o numerus clausus em Medicina fosse estabelecido à volta dos 1200 esse problema estaria resolvido», explicou Pedro Moreira.
Tanto fumo no ar e tanta gente a falar apenas e só para defender o "seu bolso"!
Post Scriptum: A actual Ministra da Saúde, Ana Jorge, é médica, da especialidade de pediatria.