O governo actual e os anteriores declararam guerra aos contribuintes. Aos bons e aos maus. Têm sido perseguidos os "bons" contribuintes, que habitualmente cumprem os seus deveres e os "maus" contribuintes, que só pagam com a ameaça da penhora ou da cadeia.
Qual é o argumento do Estado, para esta atitude persecutória? Apenas e só uma palavra: "o déficit"!
Nós somos dos que achamos que os impostos que os portugueses, bons e maus pagadores, pagam, chegavam para que o Estado fosse útil à sociedade. Começamos a ter dúvidas quanto à utilidade do Estado em muitos sectores de actividade.
E porquê que achamos que o Estado já recebe o suficiente? Vejamos esta notícia:
- a indústria não suspende fornecimentos, não cobra juros, não faz muito barulho e, acima de tudo, está sempre interessada em vender os seus novos produtos. A dívida acumulava-se, mas depois havia sempre um Orçamento rectificativo, e os administradores hospitalares e os directores das multinacionais andavam felizes e tranquilos durante uns tempos. O problema é que só aparentemente a indústria é o fornecedor ideal: como têm a certeza de que não vão receber a tempo e horas, os laboratórios sobem os preços à partida.
- Miguel Gouveia diz que as diferenças de preço podem chegar aos 28% e Pedro Pita Barros diz que os hospitais estão a pagar mais 33 milhões em juros por causa dos atrasos. O problema não é só dos hospitais. Afinal, a factura chega a todos nós sempre que os hospitais compram medicamentos mais caros, porque não pagam a tempo e horas.
Coitados dos portugueses, que continuam a ser mal "geridos"! Ou como referiu um antigo Primeiro Ministro, "é a vida"!