Tuesday, July 01, 2008

Observatório dos Sistemas de Saúde: Relatório da Primavera 2008

Tivemos o prazer de assistir hoje à apresentação formal do Relatório da Primavera - 2008, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, na Escola Superior de Tecnologias da Saúde, do Instituto Politécnico de Lisboa.

Num país em que se estuda pouco e se investiga quase nada, é sempre motivo de confraternização olhar para algo que é produzido eminentemente por académicos, mas que diz respeito a todos os portugueses e é de relativa acessibilidade.

A apresentação do Relatório soube a pouco. O Relatório, própriamente dito, será analisado adiante. E porque é que a apresentação nos soube a pouco? Porque o Auditório era enorme e na sala estavam presentes apenas umas dezenas de pessoas, talvez uma centena. O ambiente era frio, não por culpa dos Autores do Relatório. Para variar, o poder político marca sempre a sua presença de forma negativa, e neste caso, a Senhora Ministra da Saúde chegou com 35 minutos de atraso!

As apresentações formais estiveram a cargo do Prof. Pedro Lopes Ferreira, do Prof. Paulo Kuteev Moreira e do Dr. Teodoro Briz.

Não resistimos a referir algo que nos "fere" a vista, e que se relaciona com a elevada rotatividade dos Conselhos de Administração dos Hospitais públicos, e que o Relatório menciona e bem:
  • de 2000 até 2007, passaram por estes oito hospitais 22 CA, 21 presidentes do CA e 37 vogais diferentes.

As pessoas que nomeiam os Conselhos de Administração dos Hospitais públicos são normalmente os mais Altos Funcionários do Ministério da Saúde, ou seja o Ministro e os Secretários de Estado. Estes Altos Funcionários são escolhidos apenas por decisão política do Primeiro Ministro.

Ou seja, quem nomeia os Conselhos de Administração dos Hospitais públicos parece não ter a mínima noção de que a permanente mudança na gestão de qualquer organização conduz normalmente a uma catástrofe maior ou mais pequena!

Nós bem sabemos, que mais do que o interesse público, importa colocar "boys", como aludiu um antigo Primeiro Ministro.

É a vida! O pior é que assim a "luta contra o déficit" será eterna.