Gerir pessoas não é fácil em nenhum sector. No sector da saúde também não, até porque coexistem múltiplos grupos profissionais, com graus diferenciados de especialização e múltiplos interesses em conflito.
As condições salariais são importantes, embora não sejam o único factor de coesão de uma gestão de recursos humanos equilibrada. Mas, se a remuneração é importante, assume uma relevância maior quando se pretende reduzi-la. Este caso pode vir a ser catastrófico, se não for cuidadosamente tratado:
- A decisão, anunciada pelo Governo, de transferir o Hospital Amadora- -Sintra para o regime de gestão pública empresarial em 2009 está a gerar um clima de "intranquilidade" entre o pessoal quanto ao futuro da política de remunerações.
- A inquietação deve-se ao facto de aquele hospital, gerido pelo Grupo Mello em regime de parceria público-privada, pagar em média salários- base 20% acima da tabela para os médicos e 15% para o pessoal de enfermagem, uma estratégia da administração para atriar na altura profissionais para a a gestão privada.
- Adicionalmente, a administração instituiu um sistema de prémios por objectivos, que podem chegar a um valor equivalente a 50% do salário.
O que vai fazer o Ministério da Saúde e a ARSLVT? Fica a questão, ainda a tempo de ser bem resolvida. Vejamos, se o tempo não fará com que a instabilidade já latente, não venha a colocar funcionários fora do Hospital Amadora - Sintra.