O Ministro da Saúde já tem um lugar na História da Saúde, em Portugal, para o bem ou para o mal. Não é, o Professor Correia de Campos, uma pessoa insonsa, ou indiferente ou incaracterística. Bem pelo contrário: gosta-se ou detesta-se.
Tudo isto a propósito do que aqui se escreve: Quando esteve no Governo de António Guterres (Correia de Campos) ficou célebre uma visita que fez a um hospital. Confrontado com uma cadeira partida que estava esquecida num canto de uma sala, pegou nela e partiu-a em duas. As televisões adoraram. Não há espaço para cadeiras e serviços mancos nos hospitais portugueses, disse o ministro, deixando claro que, com ele, o SNS deixaria de se arrastar até cair de podre.
Esta é na nossa opinião, uma atitude frontal e objectiva, sobretudo num país em que se preza a indolência!
Continuando no mesmo tom, e ainda naquele artigo se escreve: Já neste Governo, Correia de Campos manteve o gosto pelo confronto. Não quebrou cadeiras, mas, entre os objectivos assumidos, afirmou que não aceitaria os maus resultados das administrações hospitalares. Quem não fosse capaz de respeitar o orçamento seria despedido. Ponto final. Vale a pena repetir as palavras exactas do ministro. Há poucos responsáveis políticos capazes de falar assim, sem medo: “Quem não cumprir, out!”, disse Correia de Campos.
Mas, agora é que "a porca torce o rabo": Apesar de 26 dos 30 hospitais com gestão empresarial (EPE) não terem sido capazes de conter os prejuízos em 2006 – números até Novembro –, não vão rolar cabeças. Talvez aconteçam alguns pequenos ajustamentos, mas nada de radical. Provavelmente, os administradores hospitalares faltosos cumprirão o mandato até ao fim e, então sim, serão trocados por novas equipas. Sem sangue, com anestesia, sem hemorragia na praça pública.
Concluímos de uma foma sintética: Correia de Campos ao não fazer assumir as responsabilidades à "sua" equipa, está a assumir inteiramente os resultados da mesma. Por isso, se 2007 for como se pensa (e já sem "almofada" como em 2005 e em 2006), Correia de Campos talvez siga, para si próprio, o seu ditame: "quem não cumprir, out!".