O tema desta "página" é eminentemente orientado por duas ideias que se cruzam: gestão e saúde. Ou se quisermos, gestão de organizações de saúde.
Temos uma visão crítica do tipo de gestão que se vai fazendo em portugal. Crítica, sem ser destrutiva, naturalmente. E a ideia é simples: não se podem gerir organizações da saúde da mesma forma que se geriam há 40 ou 50 anos. É mau para os doentes, é mau para os vários stakeholders da saúde, é mau para quem suporta os custos.
Vem isto a propósito, de mais uma deriva do Ministério da Saúde, sobre a gestão das organizações hospitalares em Portugal: Quinze hospitais concelhios poderão ser transferidos para a gestão municipal, propõe documento de trabalho.
Para nós, mais do que quem gere os hospitais, é importante o modelo de gestão ou de governação dos mesmos. Mas, em Portugal, o problema nunca é institucional, é sempre de "quem faz", ou de "quem gere"!
E então, a coisa manter-se-á como estava, mas muda-se quem pretensamente manda: Uma hipótese: imagine-se um hospital de pequena dimensão que a autarquia decide transformar em "elefante branco", atraindo profissionais de saúde com salários altos e "ultrapassando o que seria razoável para a região". Poderá este ser um cenário possível caso a gestão de 15 hospitais e de centros de saúde passe do Ministério da Saúde para as câmaras municipais, como propõe o Governo.
Felizmente, que há sempre alguém mais sensato que pelo menos alerta para estas fugas para a frente: O processo "não pode ter timings curtos". Isto porque "o risco não é pequeno", alerta Manuel Delgado, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.