Não é possível misturar aquilo que não se pode misturar. O azeite não se mistura com a água. O vinho mistura-se com a cerveja, mas não presta. A água misturada com o leite não tem sentido. Tudo isto, a propósito de misturas inconcebíveis: Um processo de inquérito levado a cabo pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS)
concluiu que nos 48 hospitais públicos investigados, dez exerciam medicina
privada nas suas próprias instalações, após o horário de funcionamento dos
serviços públicos, tal como consultas, exames de diagnóstico e cirurgias.
É preciso ter em conta que o Estado é de todos os cidadãos, e em particular daqueles que contribuem para ele, isto é os contribuintes. Infelizmente, o Estado em Portugal tem tido donos. Os governantes de turno. As castas que se assenhoram do Estado, eleitas e não-eleitas, como os altos funcionários do Estado, como sejam as elites da magistratura, das repartições de finanças, das polícias, das forças armadas, etc.
Portugal chegou ao fim de uma era, porque tem sido objecto de utilização a seu bel prazer daquelas elites que se assenhoraram do Estado. Com esta forma de funcionar, Portugal entrou em bancarrota. Pode mesmo deixar de existir para sempre, e como existiu no passado, livre e independente.
Mas, como todos sabemos, as Leis feitas pelos "donos do Estado" favorecem um conjunto de entidades, muitas delas com claros interesses privados: Esta prática não é ilegal, mas de acordo com a ERS levanta várias questões que
podem ser prejudiciais para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, tais como a
"ausência de transparência na relação entre o utente e o prestador", o aumento
dos tempos de espera para os utentes do SNS "para dar preferência ao atendimento
de outros utentes (particulares ou beneficiários de seguros de saúde)".
Portugal chegou ao fim, por culpa dos seus "donos" e por omissão dos restantes cidadãos.