Quando a riqueza se concentra e a miséria aumenta, é natural que se processem ajustamentos mais ou menos violentos. Como a chamada Justiça não é amiga dos cidadãos portugueses, e como o sentimento de impunidade é absoluto, sobretudo quando estão em causa pessoas das chamadas "castas superiores", os cidadãos recolhem-se no pouco poder que têm: na desconfiança, no boicote, na omissão, na guerrilha, se for mesmo necessária.
Perante gangues organizados, só mesmo a guerrilha é a ferramenta adequada para afrontar os vampiros: O presidente do Instituto do Sangue receia que as notícias sobre as ligações de José Sócrates à Octapharma, que trata o plasma, se traduzam em menos doações e esclareceu que o sangue dos portugueses não está envolvido em negócios.
Os portugueses são, por ora, um povo manso, ou tolerante. Apesar de ao longo da sua História, os portugueses foram tudo menos mansos! Se alguém tem a memória curta, há quem pense mais fundo e mais longe.
Por ora, a guerrilha é a arma adequada para afrontar os vampiros do sangue: «Qualquer notícia à volta do sangue, do plasma ou das plaquetas é destrutiva em termos de colheitas. Os dadores, que ainda por cima são benévolos, afastam-se das nossas brigadas sempre que pressentem que existe qualquer negócio, qualquer coisa menos transparente».
Ninguém gosta de estar junto dos leprosos (salvo, a dignidade humana que merecem).