O conceito de horas extraodinárias é de fácil compreensão. Ou seja, quando os recursos humanos existentes não asseguram o trabalho em curso, tem que se pedir às mesmas pessoas que desempenhem mais horas de trabalho. Ora, o recurso às horas extraordinárias, só pode ser utilizado de forma extraordinária. Se o recurso às horas extraordinárias for recorrente, então deverá contratar-se mais pessoas para se fazer face ao trabalho que existe.
No Ministério da Saúde, e no que respeita aos médicos, o conceito parece ser diferente. Se não vejamos: As urgências hospitalares podem ficar sem médicos suficientes a partir de Abril, tendo em conta os «milhares de profissionais» que entregaram as declarações a solicitar o cumprimento das 100 horas extraordinárias anuais previstas na lei.
Como? 100 horas de trabalho extraordinário, são as horas equivalentes a quase 3 semanas de trabalho. E mesmo assim, os médicos acham pouco? Os hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra, têm inapelavelmente centenas de médicos a mais. Porque se pagam horas extraordinárias, se há gente que efectivamente anda pelos corredores a passar o tempo?
Pior, a corporação sindical dos médicos dá-se ao luxo de afirmar isto: normalmente em menos de três meses os médicos realizam as 100 horas extraordinárias, a FNAM prevê complicações a partir de meados de Abril.
É preciso gestão no Ministério da Saúde.