Já esperávamos há muito que o chamado SNS estivesse falido. Para nós, não é surpresa. Surpresa é sem dúvida, aparecerem os coveiros do SNS a chorarem como os crocodilos: "Suspeito que seja uma questão ideológica e não uma orientação da 'troika', porque vamos reduzir o acesso público à saúde e aumentar em alternativa o sector privado e lucrativo", afirmou Ana Jorge.
Se existisse dignigidade e seriedade em Portugal, esta Senhora Jorge teria saído de Portugal, ou estaria caladinha, pois o rasto que deixou é sinistro. Num país em decadência económica há mais de uma década, as despesas com saúde foram sempre significativas, não só facilitando o acesso de forma anárquica a todos os cidadãos, como também distribuindo benesses pelas várias corporações que sugam o sistema de saúde pública.
Aliás, a falência de Portugal é apenas e só o reflexo de descontrolo da máquina do Estado em vários sectores, e em particular no sector mais gastador, o da saúde. Portugal tem agora que passar pela suprema humilhação de ter determinações específicas, por parte dos seus credores, como esta: A 'troika' quer aumentar pelo menos em 20 por cento o número de doentes por médico de família nos centros de saúde e em 10 por cento nas unidades de saúde familiar (USF), segundo a revisão do memorando de entendimento.