Desde o fim do Império Colonial português, Portugal tem tentado criar uma teia lusa a nível global. Infelizmente, os resultados não são os melhores, apesar de muitos dos países de língua portuguesa serem até bafejados pela Mãe Natureza. Vejamos o que se passa, por exemplo, em Moçambique:
- O relatório de 2010 sobre "Pobreza Infantil e Disparidades em Moçambique" refere que 44 por cento das crianças moçambicanas sofrem de desnutrição crónica e a média mais alta regista-se na província de Cabo Delgado, com 59 por cento dos menores a enfrentar esse problema.
- A situação da criança em Moçambique é também grave ao nível da mortalidade infantil, pois 141 crianças entre mil morrem antes de completar cinco anos. Dessas mortes, 33 por cento são provocadas por malária, aponta a UNICEF.
- Em todo o país, indica o relatório, 48 por cento das crianças passam por pelo menos duas ou mais privações severas, 11 por cento das raparigas com idades entre 11 e 15 anos estão infetadas pelo HIV/SIDA e 70 por cento dos alunos conhecem casos de abuso sexual nas suas escolas.
- A UNICEF constatou na sua pesquisa que 52 por cento de raparigas com menos de 18 anos estão casadas e 22 por cento de crianças entre 5 e 14 anos trabalham.
O que é que Portugal tem que ver com isto? Tem, e muito.
Entretanto, lemos isto: Além do aumento do custo de vida, a EIU adverte que a explosão mineira, liderada pela extração de carvão na província de Tete pelas grandes empresas mundiais, poderá "acentuar as desigualdades e aumentar a frustração entre a maioria da população", que não beneficia diretamente.