Há muitos anos, vários grupos empresariais privados trouxeram ao mercado uma inovação na forma como compravam aos seus fornecedores, aproveitando-se da sua capacidade de aquisição alargada. Ou seja, a Sonae ou a Jerónimo Martins, por exemplo, descobriram que ao comprarem como uma única organização, em vez de uma multi-compra, tinham poupanças significativas.
O Estado português parece que descobriu esta solução há alguns anos. Mas, até agora nada fez. Por exemplo, na saúde existiu uma entidade chamada SUCH, que supostamente fazia a compra agregada em nome de várias instituições públicas e privadas, suas associadas. Mas, não o fazia de forma sistemática.
Naturalmente, que esta aquisição conjunta causa danos nas organizações que vendem produtos e serviços ao Estado. Ou seja, se conseguirem vender a cada organização do Estado, têm muito mais capacidade de negociação e por isso também poderão fazer mais lucro.
E últimas notícias sobre a propalada criação da Central de Compras do Estado? Parece que há, mas é mais do mesmo: Governo falha promessa de lançar central de compras em 2010.
Pois, não nos surpreende. Há claros intuitos de adiar a criação da Central de Compras, porque vai doer a muita gente no sector privado! Mas, seremos nós contra o sector privado? Não. Somos a favor de princípios de gestão sãos aplicados ao sector público. E porquê? Apenas e só, porque estamos cansados do fardo em que consiste a actual e próxima carga fiscal.
Mas, será que este atraso no aparecimento da Central de Compras é mero laxismo? Não. Nada disso. É algo concertado, senão vejamos: Os hospitais já começaram a celebrar os contratos directamente com os seus fornecedores, nomeadamente com a indústria farmacêutica, sem recorrer aos serviços da central de compras, seja para comprar medicamentos ou material clínico.
Só não vê, quem não quer!
O Contribuinte que aguente. Até quando?