Vivemos tempos estranhos. Tempos em que o país não anda, nem deixa andar. Tempos em que as classes dirigentes não contribuem para a solução, mas antes contribuem para a "sua solução". Quando falamos de classes dirigentes, falamos de: políticos, empresários, médicos, juízes, advogados, autarcas, professores, entre outros.
As despesas com a saúde estão descontroladas, por várias razões: 1) os custos com a saúde crescem acima da inflação há mais de 20 anos; 2) os grupos que controlam a saúde actuam, na sua maior parte, em conluio, ou se quisermos, em concertação contra o maior pagador das despesas com a saúde, ou seja, o Contribuinte; 3) os pretensos controladores da despesa de saúde, não exercem a sua função, preferindo ceder perante os vários interesses, e nem sequer querem incomodar-se para lhes fazer frente.
Quando há uma tentativa para controlar um "poço sem fundo", logo vêm os Chefes dos vários gangues atacar. Isto vem a propósito da obrigatoriedade de prescrição de medicamentos por via informática.
Vejamos o que diz um dos Chefes de um dos grupos mais importantes do país: A obrigatória prescrição eletrónica de medicamentos a partir de março está a provocar uma corrida dos médicos privados à compra de programas informáticos. Para o bastonário, a medida é "impraticável", porque há muitos clínicos que "nem computador têm".
Na era do Google, do IPhone, do Facebook ou do E-Bay, este Senhor Bastonário não tem vergonha de ser líder de uma classe "info-excluída"? Ou prefere ganhar mais uma batalha de poder, mesmo ficando com o rótulo de iliterato no campo informático?
Senhor Dr. Pedro Nunes, aconselhamo-lo a ir a umas das várias feiras que vão existindo pelo país, e comprar um computador Magalhães, usado, pela módica quantia de 10 euros!