Se ainda têm dignidade. Se ainda querem ser respeitados. A situação ainda está parcialmente escondida, mas o que se mostra já é suficiente: O défice do Serviço Nacional de Saúde disparou 27% no terceiro trimestre do ano quando comparado com o período homólogo de 2009, situando-se nos 202,2 milhões de euros, de acordo com os dados da execução económico-financeira hoje publicados no site da ACSS.
A Ministra da Saúde é médica, o que significa que tem muito pouca sensibilidade à temática económica. Um dos Secretários de Estado é um médico-político, o que não o iliba de absoluta responsabilidade. O outro Secretário de Estado parece que é economista, ainda que não se perceba bem quando fala sobre execução orçamental.
Quanto à ACSS, às ARS's e órgãos afins, bons-dias e adeus, se ainda houver responsabilidade em Portugal. É que esta gente continua a gastar, como se Portugal estivesse em expansão económica. Portugal está anémico económicamente, desde o ano 2000, pelo que no Ministério da Saúde se deveriam travar as sanguessugas "às quatro rodas".
Mas: O défice dos hospitais EPE soma e segue. Em Setembro passado fixou-se nos 275 milhões de euros, um agravamento de 29,3% face a igual período de 2009. Já os hospitais do Sector Público Administrativo (SPA) viram as suas contas deteriorar-se em 110,9% face a Setembro de 2009, registando um resultado líquido negativo de 1,7 milhões de euros.
Fora a criatividade contabilística existente, isto é, as dívidas ocultas à Indústria farmacêutica, as Parcerias Público-Privadas e outros alçapões.