- 40% das USF ultrapassam gasto com remédios, revelam dados de 2009.
- As unidades de saúde familiar (USF) falharam as metas que fixaram para a oferta de consultas ao domicílio na saúde materna e infantil e na consulta de revisão após o parto.
- Por exemplo, no que diz respeito ao pagamento de verbas a enfermeiros e administrativos (incentivos financeiros - o que só é possível em USF de modelo B - as equipas acordaram metas para 16 objectivos diferentes. Na consulta após o parto, que permite fazer um exame ginecológico, avaliação física e da contracepção, entre outros aspectos, 46 das 96 USF não atingiram as metas. "Por vezes, as mulheres vêm dias mais tarde ou preferem ir à unidade onde foi o parto", explica Vilas Boas (presidente da Associação Nacional das USF).
- A estas metas juntam-se outras como a vacinação até aos dois anos, que é difícil de cumprir porque as metas são rígidas (acima dos 95%), e a medição do peso e altura no segundo ano de vida (no prazo de um ano). "Há dificuldades em cumprir porque muitos pais vão antes ao pediatra", diz.
- A necessidade de fazer mais visitas ao domicílio levou o Ministério da Saúde a financiar o aumento destas respostas. Em Lisboa, 31 das 49 unidades não cumprem o número de domicílios médicos e 19 os de enfermeiros. "Por vezes há dificuldade em gerir o tempo disponível e de facto não se fazem os necessários. Mas também não havia cultura nesta área. Por outro lado, devíamos apostar nestas visitas com âmbito preventivo e menos curativo", alerta.
Ao lermos estes relambórios, ficamos a pensar que há muita gente que deve pensar que a fixação de objectivos implica que toda a gente cumpre objectivos. Quando se fixam objectivos, há uns quantos que cumprem e outros que não cumprem. Não se pode tomar um potencial ganho variável em função do alcance de objectivos, numa conquista automática. Era o que faltava.
Depois, vem-se dizer que não se consegue atingir os objectivos porque "não há cultura instalada". De uma forma geral, as pessoas que trabalham nas USF's, são pessoas formadas e qualificadas, pelo que não podem ou devem fazer o papel do ingénuo ou do coitadinho! O que querem? Ganhar mais, com objectivozinhos fáceis de atingir? Se a cultura muda é porque o que existia antes não servia. Porque não querem fazer consultas ao domicílio? Talvez porque estejam habituados a não apanhar chuva e a bater à porta da casa dos doentes, o que para algumas castas pode parecer mal.
Afinal, Prof. Correia de Campos, "a montanha pariu um rato"! Mas, lá em Estrasburgo, a temperatura é bem melhor, do que em Lisboa.