Com o conhecimento da causa de morte de cada pessoa, podemos e devemos investigar mais e melhor, de forma a prevenir as doenças que causam muitas mortes. A relação entre câncro e tabaco, ou a relação entre o consumo de gorduras e os acidentes vasculares, entre outras, só foi possível detectar através de investigação nesta área.
Por cá, vamos tendo conhecimento que o preenchimento dos certificados de óbito é, muitas vezes, pouco profissional. Cai-se muitas vezes na situação de que "morreu por causas cardíacas", sem a necessária explicitação. Pior, em doentes que morrem por causas múltiplas, escolhe-se casualmente uma das doenças.
Naturalmente, que esta falta de profissionalismo causa estragos à sociedade, porque não se chega a ter o necessário conhecimento sobre as causas de morte de uma parte significativa da população.
Agora, vai o Ministério da Saúde iniciar o processo do "Simplex do Óbito", tendo como objectivo reduzir as "imprecisões" no preenchimento na causa dos óbitos: Certificados de óbito electrónicos, que deverão estar em vigor em meados de 2010, permitirão descobrir as causas de morte indeterminadas e mal definidas, superiores a 13 por cento.
Nós temos dúvidas que a plataforma electrónica vá diminuir o mau preenchimento da documentação. O médico que preenche mal o certificado de óbito a caneta e papel, também o fará numa qualquer plataforma electrónica.
Apesar de não pensarmos que o "Simplex do Óbito" vá resolver a irresponsabilidade no preenchimento do certificado, saudamos que o programa simplex tenha chegado aos óbitos!
Estaremos atentos ao tempo que demorará a pôr isto em prática: Para tal, foi criada "uma aplicação informática segura que o médico preencherá e enviará para as bases de dados centrais do Ministério da Saúde (Registo Nacional de Utente e Direcção Geral da Saúde) e do Ministério da Justiça (Instituto dos Registos e Notariado)".