Há muito tempo, nos idos de 1979, quando o SNS foi criado, era gratuito. Depois, nos meados da década de 80, arranjou-se uma frase lapidar: "o SNS é tendencialmente gratuito" (referência ao artº 64º da Constituição da República).
Os políticos portugueses habituaram-se a falar por meias palavras e através de meias-verdades. Ou se quiserem, os políticos vivem dizendo inverdades!
Vejamos a última etapa de um SNS para os que podem, e um SNS para os outros: “Deve haver igualdade e todos devem pagar em função das possibilidades.” Sócrates recusou explicar se vai alterar o financiamento do SNS ou o pagamento das taxas moderadoras.
Que o SNS era insustentável, já nós o sabemos há muito. Mas, a classe política (relembremos que José Sócrates esteve em funções governativas durante mais de 10 anos, nos últimos 15 anos) entretém os portugueses a dizer que não. O SNS está aí para durar, dizem eles, em versão de canto gregoriano.
Não estaremos longe de um SNS pago em função do rendimento de cada um. O problema é que quem paga muito, passa a escolher serviços melhores. E aí, só irá ao SNS aqueles que não têm escolha! Pois.