No início, o SNS era gratuito. A partir da alteração da Lei de Bases da Saúde, do tempo da Dra. Leonor Beleza, o SNS passou a ser tendencialmente gratuito. Entretanto, os gastos com a saúde dispararam, e representam já mais de 10% do PIB de Portugal. O barco vai no pior caminho, o da privatização do SNS, ou se quisermos, o da "saúde a 2 velocidades": os que têm recursos terão uma saúde satisfatória, os que não têm recursos, aguentarão por aquilo que lhe derem!
As dívidas do SNS são um tema permanente. Já não há surpresas. Vejamos o que aqui nos dizem: A dívida dos hospitais do Sector Empresarial do Estado (SEE) cresceu de forma abrupta no segundo trimestre de 2009, atingindo já os 735 milhões de euros.
Contudo, os hospitais EPE pagaram as dívidas através de uma injecção de capital por parte do Estado, ao estilo da "engenharia financeira" à moda de Wall Street: A ‘nuance' contabilística é, assim, óbvia: por um lado, as dívidas a fornecedores, que não apareciam na rubrica "dívidas remuneradas", são pagas; por outro lado, este pagamento é feito com recurso a empréstimos contraídos junto do Fundo - que, por renderem juros, aparecem, estes sim, como "dívidas remuneradas". Actualmente, estas dívidas representam cerca de 13,6% do total dos activos dos hospitais EPE.
Ainda há quem pense que não vêm aí aumentos de impostos! Só para quem ainda acredita no Pai Natal.