Os gastos com a saúde crescem. A economia portuguesa estagnou há muito tempo. Por isto, não é de estranhar que a dívida vá por aí acima: A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica aponta aos hospitais que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) uma dívida de 520,6 milhões de euros em Julho, depois de - fruto de uma injecção governamental de 940 milhões nos hospitais - a factura de Dezembro ter caído dos 831,8 milhões (valor de Novembro) para 406,5 milhões.
O próprio governo já não cumpre o que prometeu: Mais de metade da actual factura de 520 milhões (264,1 milhões de euros) acumula-se há mais de 90 dias, quando o Ministério da Saúde estabeleceu os três meses como o prazo aceitável para o pagamento dos medicamentos à indústria farmacêutica.
O que fazer perante tal cenário? Aguardar por dias negros, pois não acreditamos que a poderosa indústria farmacêutica não reaja, quer seja através de cancelamentos de fornecimento de novos medicamentos, quer seja através de renegociação de condições mais onerosas para os contribuintes.
Mas, o que fica pior de tudo isto, é que a entidade - o Estado - que deveria ser o exemplo para toda a sociedade continua a não cumprir o que promete fazer. Grave. Gravíssimo. Abre-se a porta para o não cumprimento generalizado dos prazos de pagamento na sociedade portuguesa.