Monday, December 08, 2008

Contas do SNS: Janeiro a Setembro 2008

Estamos à beira do fim do ano. Estamos próximos de fechar contas. É provável que se consigam atingir alguns objectivos. É muito provável que não se conquistem muitos objectivos. O Estado sofre, por enquanto, uma erosão lenta nos seus recursos. O Estado não controlou as suas despesas em altura mais apropriada. A aflição vem aí.

Vejamos o que nos diz a Direcção Geral de Orçamento, em relação ao que se passou no período de Janeiro a Setembro de 2008, em comparação com igual período de 2007, quanto ao SNS:
  • Receita cobrada total: +2,5%.
  • Transferências correntes obtidas (Orçamento Estado): +2,9%.
  • Despesa total do ano: +3,7%.
  • Despesas com o pessoal: +1,4%.
  • Compras: +3,8%.
  • Fornecimentos e serviços: +3,6%.
  • Subcontratos: +4,3%.
  • Produtos vendidos farmácias: +6,2%
  • Meios complementares de diagnóstico e terapêutica: +7,8%.

Verificamos que:

  1. Apesar das tão propaladas "taxas moderadoras", o SNS depende a 95% das suas receitas, do Orçamento de Estado.
  2. As "despesas com pessoal" estão aparentemente controladas. Dizemos aparentemente, dado que muitas despesas com pessoal em 2007, foram colocadas na rúbrica "fornecimentos e serviços", em 2008.
  3. A despesa com medicamentos e meios complementares de diagnóstico ameaça a aparente sustentabilidade do SNS.
  4. O SNS tem um saldo positivo nesta altura de 152,5 milhões de euros, quando no mesmo período de 2007, tinha um saldo positivo de 217,6 milhões de euros.
  5. Apesar do aumento de vendas de genéricos e do controlo administrativo dos contratos com prestadores de serviços de meios complementares de diagnóstico, estes dois tipos de produtos/serviços são o grande rombo de 2008: têm um custo acrescido de 100 milhões de euros.
  6. Se o SNS não gera grandes verbas para além do Orçamento de Estado e se as despesas estão em grande crescimento, como se vai sustentar um SNS com a dimensão que tem, estando Portugal em recessão económica severa?

Post Scriptum: nem queremos imaginar como estarão, na realidade, as contas do SNS neste momento!