No artigo 64º da Constituição da República Portuguesa, refere-se que o SNS é "tendencialmente gratuito". Como a língua portuguesa é traiçoeira, arriscamo-nos a que o SNS seja "tendencialmente a pagar mais".
Reparemos nesta herança, bem pesada, de Correia de Campos: Para os doentes, no entanto, o panorama é diferente: no ano passado, pagaram mais 60 milhões de euros - cerca de 4% a mais - do que em 2006.
E, apesar de tudo, Correia de Campos parece que esmagou um pouco mais os laboratórios farmacêuticos e as farmácias: baixou o preço dos remédios em 6%, em 2006 e em 2007, mas mesmo isso não chegou para fazer baixar os gastos dos doentes.
Ainda a procissão vai no adro! Mas, há ainda muita gente a ganhar com o SNS. E não são os doentes, com toda a certeza.
Os serviços baixam de qualidade; os serviços encerram nos locais mais distantes; e os custos com a saúde directos e indirectos são maiores. Nuvens negras adensam-se, até que se ataquem os reais beneficiários do sistema. Não é preciso pensar muito, para se chegar à conclusão sobre quem são os "beneficiários" do SNS!